Neste mês, damos início a mais uma coluna do blog. Desabafo: s.m.; ato de desabafar, expor, manifestar. Já deu para entender aonde queremos chegar? É isso mesmo. Uma coluna sem limitação temática, em que iremos propor discussões sobre os mais diversos assuntos relacionados ao mundo da literatura. Críticas, opiniões, divagações, enfim, de tudo um pouco. E o melhor: sem papas na língua.
Assunto do dia: 26ª Feira do Livro de Passo Fundo
Créditos: Daniele Freitas - Rádio Planalto
Entre os dias 03 e 11 de novembro de 2011, aconteceu a
vigésima sexta edição da Feira do Livro de Passo Fundo e, como não poderia deixar de ser,
fomos conferir de perto o quê a Associação dos Livreiros de Passo Fundo (ALPF)
havia preparado para este ano e lamentamos dizer que a decepção foi grande.
Primeiramente, achamos que a feira contava com menos
livrarias este ano do que nos anos anteriores. Contamos sete livrarias, das
quais uma era espírita, uma era católica e outra era da Seicho No Ie (ou seja, não contavam para o nosso
propósito). Todavia, o que mais nos chamou a atenção foi a falta de variedade
dos títulos. Em todas as livrarias onde íamos encontrávamos os mesmos títulos
repetidos (especialmente “Cinquenta Tons de Cinza” - campeão de vendas, inclusive) e sentíamos falta de outros
lançamentos, assim como de livros antigos. Outro problema que encontramos, era
a escassez de exemplares. Enquanto o livro mencionado anteriormente ocupava
grande parte das prateleiras com inúmeros exemplares, outros títulos contavam
com um único exemplar, obrigando o leitor interessado a comprá-lo muitas vezes
amassado.
O preço, como era de se esperar, continuava salgado. Porém,
houve avanços se comparado com a feira do ano passado. O desconto para
pagamento à vista subiu de dez para quinze por cento, o que, convenhamos, é o
mínimo que se pode esperar em um evento como esse.
Após constatar o alto valor das obras, nos ocorreu que de
todos os livros que lemos neste ano, NENHUM deles foi adquirido em livraria
física. O motivo é óbvio: porque deveríamos nos contentar com quinze por cento
de desconto, se sites como Submarino e Americanas vendem livros pela metade do
preço? Com a chegada da Amazon ao Brasil, só temos um recado para dar: ou as
livrarias físicas se reinventam, ou elas irão, indubitavelmente, a falência.
Por fim, o nosso maior lamento: a programação da feira
contou apenas com autores desconhecidos. Isso mesmo, de todos os autores que
vieram a Passo Fundo, nenhum deles nos era familiar, e nenhum deles nos chamou
a atenção. Será que é pedir demais pela presença de Luis Fernando Veríssimo, Eduardo
Sphor, Martha Medeiros, Raphael Draccon, Letícia Wierzchowski, Jô Soares,
Carolina Munhóz, Chico Anes, Lycia Barros,e outros autores que tem se destacado
no cenário nacional e participado de eventos semelhantes?
Como você deve ter percebido, somos exigentes. Mas se
residimos em uma cidade que tem o orgulho de exibir o título de Capital Nacional
da Literatura, então esperamos por uma Feira do Livro que esteja à altura.
Então comparamos as edições de 2011 e 2012, constatamos um
declínio e uma evolução: o declínio foi a falta de autores, visto que no ano
passado tivemos a presença de Raphael Draccon (você pode conferir como foi a
participação do escritor AQUI). A evolução foi o aumento (irrisório, mas ainda assim bem vindo) dos descontos
oferecidos pelas livrarias. Depois disso, esperamos que em 2013, a feira do
livro consiga unir as duas coisas e apresentar uma edição mais caprichada.
Para encerrar, compartilhamos com vocês as nossas compras,
que foram as seguintes:
Alê: Os Crimes ABC, de Agatha Christie e Operação Xeque, de Juan Carlos Torres Cuéllar.