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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Desabafo # 01: Feira do Livro

Neste mês, damos início a mais uma coluna do blog. Desabafo: s.m.; ato de desabafar, expor, manifestar. Já deu para entender aonde queremos chegar? É isso mesmo. Uma coluna sem limitação temática, em que iremos propor discussões sobre os mais diversos assuntos relacionados ao mundo da literatura. Críticas, opiniões, divagações, enfim, de tudo um pouco. E o melhor: sem papas na língua. 


Assunto do dia: 26ª Feira do Livro de Passo Fundo

Créditos: Daniele Freitas - Rádio Planalto


Entre os dias 03 e 11 de novembro de 2011, aconteceu a vigésima sexta edição da Feira do Livro de Passo Fundo e, como não poderia deixar de ser, fomos conferir de perto o quê a Associação dos Livreiros de Passo Fundo (ALPF) havia preparado para este ano e lamentamos dizer que a decepção foi grande.

Primeiramente, achamos que a feira contava com menos livrarias este ano do que nos anos anteriores. Contamos sete livrarias, das quais uma era espírita, uma era católica e outra era da Seicho No Ie (ou seja, não contavam para o nosso propósito). Todavia, o que mais nos chamou a atenção foi a falta de variedade dos títulos. Em todas as livrarias onde íamos encontrávamos os mesmos títulos repetidos (especialmente “Cinquenta Tons de Cinza” - campeão de vendas, inclusive) e sentíamos falta de outros lançamentos, assim como de livros antigos. Outro problema que encontramos, era a escassez de exemplares. Enquanto o livro mencionado anteriormente ocupava grande parte das prateleiras com inúmeros exemplares, outros títulos contavam com um único exemplar, obrigando o leitor interessado a comprá-lo muitas vezes amassado.

O preço, como era de se esperar, continuava salgado. Porém, houve avanços se comparado com a feira do ano passado. O desconto para pagamento à vista subiu de dez para quinze por cento, o que, convenhamos, é o mínimo que se pode esperar em um evento como esse.

Após constatar o alto valor das obras, nos ocorreu que de todos os livros que lemos neste ano, NENHUM deles foi adquirido em livraria física. O motivo é óbvio: porque deveríamos nos contentar com quinze por cento de desconto, se sites como Submarino e Americanas vendem livros pela metade do preço? Com a chegada da Amazon ao Brasil, só temos um recado para dar: ou as livrarias físicas se reinventam, ou elas irão, indubitavelmente, a falência.

Por fim, o nosso maior lamento: a programação da feira contou apenas com autores desconhecidos. Isso mesmo, de todos os autores que vieram a Passo Fundo, nenhum deles nos era familiar, e nenhum deles nos chamou a atenção. Será que é pedir demais pela presença de Luis Fernando Veríssimo, Eduardo Sphor, Martha Medeiros, Raphael Draccon, Letícia Wierzchowski, Jô Soares, Carolina Munhóz, Chico Anes, Lycia Barros,e outros autores que tem se destacado no cenário nacional e participado de eventos semelhantes?

Como você deve ter percebido, somos exigentes. Mas se residimos em uma cidade que tem o orgulho de exibir o título de Capital Nacional da Literatura, então esperamos por uma Feira do Livro que esteja à altura.

Então comparamos as edições de 2011 e 2012, constatamos um declínio e uma evolução: o declínio foi a falta de autores, visto que no ano passado tivemos a presença de Raphael Draccon (você pode conferir como foi a participação do escritor AQUI). A evolução foi o aumento (irrisório, mas ainda assim bem vindo) dos descontos oferecidos pelas livrarias. Depois disso, esperamos que em 2013, a feira do livro consiga unir as duas coisas e apresentar uma edição mais caprichada.

Para encerrar, compartilhamos com vocês as nossas compras, que foram as seguintes:

Alê: Os Crimes ABC, de Agatha Christie e Operação Xeque, de Juan Carlos Torres Cuéllar.
Mari: Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre (exemplar amassado, diga-se de passagem).


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Raphael Draccon na 25ª Feira do Livro de Passo Fundo

Devo dizer que nunca fui um entusiasta da Feira do Livro de Passo Fundo. Segue meu raciocínio: poucas livrarias (sim, em Passo Fundo, a suposta Capital Nacional da Literatura), descontos irrisórios (sim, também prefiro comprar no Submarino), e autores que não fizeram meu coração parar (alguém pode me explicar porque convidar tantos psicólogos/psicoterapeutas?). Como você pode ver, a combinação não estava muito atraente.

Todavia, da lista de escritores um nome me pareceu familiar. Raphael Draccon. Em seguida descobri que ele era o autor da trilogia Dragões de Éter, livro que eu, inclusive, já havia “esbarrado” no Submarino. Então fui reler a sinopse do livro, e devo confessar que não me chamou a atenção. Meu primeiro pensamento foi: “Que viagem.”. 

Mas, sendo um leitor que aprecia algumas obras da literatura fantástica (leia-se: O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Gelo e Fogo), achei que deveria, ao menos, dar uma chance. Sábia decisão.

Então, na sexta feira, 04 de novembro, primeiro dia da Feira do Livro, por volta das 14h, lá estava eu, para um Bate Papo com Raphael Draccon. Obviamente, considerando o horário, o local estava infestado de crianças. E não somente crianças (ou pré-adolescentes, se você preferir), mas crianças daquele tipo que não consegue ficar quieta ou em silêncio por um segundo que seja.

Minha primeira surpresa: nem cinco minutos de bate papo, e o autor conseguiu capturar a atenção do público infanto-juvenil (e do restante também, lógicamente). “Ok, um feito e tanto” pensei com os meus botões. Em seguida, Raphael começou a contar sua jornada: da origem humilde a tentativa de gravar um filme baseado no livro O Futuro da Humanidade, de Augusto Cury. Ainda, compartilhou como era ser “um escritor estreante de literatura fantástica no Brasil”, desacreditado por muitos, mas que se tornou um fenômeno editorial, superando a marca de setenta mil cópias vendidas no Brasil.

Tenho que confessar que o escritor que há em mim ficou fascinado com a estória de vida dele. E este mesmo escritor não pode deixar de apreender, afinal, ouvir um escritor de sucesso dizer que não acredita em inspiração foi um choque, de certo modo. O raciocínio dele é que se você é um escritor, tem que produzir assim como em qualquer outro trabalho. Só para ter uma idéia: depois que a estória foi criada, a meta dele era escrever, no mínimo, dez folhas por dia. Ou seja, em dois meses você teria um livro de mais de quinhentas folhas. O meu pensamento seguinte foi: “Quer dizer que ele teria escrito o meu primeiro (e único) romance policial em oito dias, e não em dois anos?”.

Sei que irá parecer um clichê terrível, mas as palavras da vez, mesmo que não ditas, foram esforço e superação. Ou então, dito de outra forma: fui tremendamente inspirado e motivado com a trajetória dele.

Final da estória: quem me conhece sabe que eu não iria embora sem o primeiro volume da série Dragões de Éter, Caçadores de Bruxas, em mãos, certo? Sim, depois do bate papo me senti obrigado a comprar o livro, mesmo que a sinopse não tivesse me atraído muito. E o resumo da ópera? Sexta feira a noite, quando decidi ler um pouquinho do livro, só para ver como era, acabei lendo cinqüenta páginas de uma vez só. Ou seja, acho que tenho em mãos um péssimo livro para ler em época de provas na faculdade. Mas, farei um esforço para terminar o livro em breve e, assim que possível, a resenha será postada. Aguardem!

Fotos: Marina de Campos
 

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