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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Especial de Final de Ano - Parte 3: Top 5 Piores de 2011, Lista da Mari

Antes de começar a minha lista, gostaria de comentar algo que talvez nem precisasse ser comentado, afinal, ninguém começa a ler um livro já acreditando de antemão que ele se revelará uma decepção, certo? Mas é essa a essência da minha lista. As maiores decepções literárias que tive em 2011. Aqueles livros que eu comecei a ler com expectativa e que se revelaram muito diferentes daquilo que acreditei que seriam. Eis os cinco piores do ano:

5. 007 Cassino Royale - Ian Flemming

Relutei muito ao colocar esse livro na lista e devo me justificar, já de inicio, dizendo que Cassino Royale não é um livro ruim, mas é o maior exemplo que posso dar de decepção. Sabe o 007 que conhecemos dos filmes? O implacável, sofisticado e sedutor agente britânico? Não vi a menor sombra dele. Sabe as cenas de ação típicas dos filmes do 007? Não encontrei nenhum vestígio delas, pelo contrario. Alguns trechos são cansativos ao extremo (principalmente as cenas do cassino) e a trama deixa a desejar em acontecimentos.
É possível que em Cassino Royale, Flemming ainda não nos apresente um James Bond no auge de sua forma por essa se tratar de sua primeira aventura, que seria uma espécie de introdução ao mundo do personagem (como comentou o Alê em sua resenha), mas mesmo reconhecendo isso, é impossível não sentir um pontinha de decepção ao terminar a leitura.


4. Honra ou Vendetta - Silvio Lancellotti

Eu adoro uma boa história de máfia. Devido a isso quando descobri “Honra ou Vendetta” achei premissa do livro irresistível. A mescla de ficção e realidade em uma trama que contaria a verdadeira história da máfia. Quase comecei a ler ali mesmo, em frente a prateleira da bilioteca.
Contando rapidamente, é a história de um homem, possivelmente mafioso, que planeja uma vingança contra as pessoas que assassinaram sua mulher e seus filhos (esse é o núcleo fictício da trama) e revela a uma jornalista e a um policial a origem da máfia (esses são os fatos verídicos). Ou seja, seriam duas historias interessantes contadas paralelamente. Mas então eu comecei a leitura e meu problema com “Honra ou Vendetta” teve inicio com os personagens fictícios que não me conquistaram, voltando o meu interesse exclusivamente à história verdadeira da máfia, que tinha tudo para ser interessantíssima, mas na qual eu me perdi. Eram tantos nomes, tantas cidades, tantos acontecimentos que chegou um ponto em que eu já não sabia quem era quem, quem pertencia a qual família, quem havia traído quem ou matado quem e assim por diante. Foi uma confusão de mafiosos na minha mente da qual eu só encontrava alivio com os personagens fictícios (que, como eu disse, não me interessavam).
Lembra quando eu disse que adoro uma boa historia de máfia? Pois é, foi por isso que eu não gostei de “Honra ou Vendetta”. Não era uma BOA história de máfia. E de qualquer forma, os Corleones são imbativeis.

3. 120 Horas - Luis Eduardo Matta

Mais uma história que tem origem em meus passeios pela biblioteca. Foi lá que descobri “120 Horas” e me deparei com uma sinopse que prometia conspirações, intrigas internacionais, atentados terroristas, desaparecimentos, seqüestros entre outros elementos me levando a pensar que tinha em mãos uma trama de tirar o fôlego. Não foi nada disso. Sabe aquele livro que você lê e depois não tem ao menos lembrança de ter lido, ou seja, que você leu, mas o livro não marcou em absolutamente nada? “120 Horas” foi assim para mim. Sua trama e seus personagens nada significaram e a verdade é que eu só lembrei do livro porque, ao preparar a parte 1 desse especial, me deparei com o título na minha lista de leituras do ano. “120 Horas” foi apenas isso: um título na lista.


2. O Quarto Pecado Mortal – Lawrence Sanders

O assassinato de um psiquiatra tendo como suspeitos alguns de seus problemáticos pacientes. Não é uma sinopse de tirar o fôlego, mas promete apresentar personagens com conflitos interessantes. Eu não sei se tenho como explicar o quanto "interessante" é o ultimo adjetivo que posso impregar ao livro de Sanders, portanto, vou me limitar ao seguinte: deixando de lado algumas coisas que me incomodaram durante o livro inteiro (como por exemplo, o fato de o falecido psiquiatra revelar detalhes dos casos dos pacientes para esposa – alguém já viu uma coisa dessas? – e o detetive que contava para a esposa detalhes do caso em que trabalhava e, apresentando as evidencias a ela, pedia sua opinião sobre o homicídio – aparentemente o autor tem uma certa compulsão em compartilhar tudo com a esposa) ao final me deparei com uma história não apenas previsível como também recheada de clichês que se alastravam das ações dos personagens à narrativa do autor. Um desastre!


1. Vento Sudoeste - Luiz Alfredo Garcia-Roza

Sem duvida o pior livro que li esse ano (veja a resenha AQUI), “Vento Sudoeste” é aquele tipo de livro que poderia ser muitas coisas e acaba se revelando algo completamente diferente do esperado (e não no bom sentido). Na verdade, acaba por se revelar um grande nada! Eu previ que a história poderia tomar mil rumos diferentes. Todos igualmente interessantes que poderiam culminar em desfechos inusitados e surpreendentes. O que encontrei? Uma história medíocre na qual parece que o autor teve preguiça de desenvolver os personagens. Quando fechei o livro, meu pensamento foi: “Que perda de tempo!”



OBS.: Menção "desonrosa" para "A Cruzada de Ouro" de David Gibbins que só não entrou na lista porque terminei a leitura ontem (dia 30/12/11), portando, depois deste post ser publicado. Caso contrário, o livro estaria aqui em posição de honra, digo, desonra. Resenha em breve.


Amanha, a quarta parte do nosso especial de final de ano: Top 5 Melhores de 2011 - Lista do Alê

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

RESENHA: Vento Sudoeste

“Seu medo não era de enlouquecer, talvez já estivesse louco, mas de sucumbir à exaustão” (GARCIA-ROZA, 2001, p.22)

Talvez alguns de vocês já estejam familiarizados com o delegado Espinosa, personagem criado por Luiz Alfredo Garcia-Roza, que teve sua estréia no livro “O Silêncio da Chuva”, protagonista de vários outros livros do autor, entre eles “Vento Sudoeste”.

Em mais uma aventura em terras cariocas, o delegado se depara com um homem que lhe faz uma espécie de confissão, porém muito peculiar: cometerá um assassinato dentro dos próximos meses, mas não sabe por que, como, ou mesmo quem será a vítima. Se você achou que se trata de algum assassino de espírito meio “prenda-me se for capaz” desafiando o delegado, você está enganado. Gabriel, o assassino em potencial, não tinha a menor intenção de cometer o crime. Explico melhor: Na noite de seu aniversario, Gabriel ouviu um estranho pressagio vindo de um vidente: “Até o seu próximo aniversário, você irá matar alguém”. Então, passado quase um ano, aproximando-se da data fatídica, o prazo se esgotava e Gabriel se preocupava, ficando obsessivo com a mera possibilidade que a profecia se realizasse. Espinosa, que a principio achara a preocupação do homem infundada, mudou de idéia quando pessoas relacionadas a Gabriel de fato morrem e ele não tem razões para afirmar que o homem é culpado, mas também não pode ter certeza da sua inocência. Enquanto isso, Gabriel vai ficando cada vez mais paranóico.

Ao tomar conhecimento da trama do livro, pensei que poderia haver as mais diversas possibilidades, os mais variados motivos e desfechos a partir dessa premissa. A promessa de conflitos psicológicos sempre me interessa. Me leva a crer que os personagens terão várias dimensões e que ao fechar o livro, depois de ler a última página, continuarei pensando na trama, refletindo, tentando descobrir se consegui captar tudo o que foi dito. Eu esperava encontrar isso em “Vento Sudoeste”. Eu estava enganada.

Garcia-Roza nos apresenta poucos personagens: além do delegado Espinosa e Gabriel, um rapaz tímido que apesar de beirar os 30 anos, ainda vive com a mãe, uma mulher extremamente religiosa e controladora que todo dia fica olhando pela janela na espera que o filho volte do trabalho; temos Olga, amiga de Gabriel; Irene, amiga de Olga; o vidente e sua parceira. O que me incomodou foi que, apesar de serem poucos, o autor não foi a fundo em nenhum deles. Conhecemos apenas o mínimo sobre essas pessoas, suas vidas e seus relacionamentos e ao optar por nos mostrar os personagens dessa forma, o autor entregou muito fácil os papéis de cada um na trama e, conseqüentemente, a trama em si.

Outra coisa que me incomodou era a lentidão e repetição da história. Não só a trama parecia não avançar como eu tinha a sensação de ler a mesma coisa várias vezes e não ser apresentada a nada novo. Enquanto lia, eu me perguntava: “Porque mesmo eu comecei a ler isso?” Então dava uma espiada no texto da orelha do livro e com alguma expectativa (ou, deveria dizer, esperança?) dizia para mim mesma: “Até o final vai ficar bom”. Pois é. Não ficou. Todas as decisões, relações, conseqüências, tudo foi completamente previsível (na metade do livro eu já tinha desconfiado de qual seria o final e acertei 99%). Muito poderia ter sido explorado, mas as 210 páginas não me levaram a saber nada que eu já não soubesse nas primeiras 50. Me pareceu que a trama tinha potencial para ser bastante interessante, mas recebeu um tratamento simplório demais.

Pode ser que eu tenha esperado demais de “Vento Sudoeste” e que, na verdade, ele nunca teve a pretensão de ser algo com tantas nuances e tantas revelações, mas anda assim achei que poderia ter rendido mais. Muito mais.

Título: Vento Sudoeste
Autor: Luiz Alfredo Garcia-Roza
Nº de páginas: 210
Editora: Companhia das Letras
 

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