“Normalmente, a vitória era conseguida pelo cansaço. Você criava a verdade e depois enterrava a coisa real debaixo de tanto lixo que as pessoas se cansavam de cavar e aceitavam o que você oferecia. Era a saída fácil e os seres humanos eram programados para sempre usá-la.” (BALDACCI, 2011, p.180)
Ação, suspense e intrigas. É essa, basicamente, a combinação apresentada em “Toda a Verdade”, primeiro livro de David Baldacci a ser lançado no Brasil pela Editora Arqueiro. O primeiro de vários, eu espero.
Para quem se sente atraído por tramas que giram em torno desses elementos, como eu, é impossível não ser fisgado pela intrigante frase estampada na capa do livro: “Por que perder tempo descobrindo a verdade quando se pode facilmente criá-la?”. Esse é o cerne de “Toda a Verdade”.
Nicolas Creel é um multibilionário, dono de uma empresa de armamentos, que com queda dos lucros decide provocar uma guerra. Tendo em vista um cenário em que China e Rússia entrariam em conflito, ele contrata uma empresa de Gestão da Percepção para criar uma verdade capaz de gerar tal conflito e vende-la ao mundo.
Shaw, um agente secreto de passado misterioso, que atualmente pretende se aposentar e casar com a mulher que ama, é pego no meio dessa trama e com a ajuda de Katie James, uma jornalista alcoólatra que viu seus dias de glória ficarem no passado, faz de sua missão descobrir a “verdadeira verdade” e expô-la ao mundo. Isso, é claro, torna os dois alvos de Creel que não está disposto a deixar ninguém interferir em seus planos.
É interessante observar como Baldacci conduz seus personagens, ou melhor, como os expõe ao leitor. A verdade é que eles não são conhecidos a fundo. Algumas perguntas sobre o passado, tanto de Kate como de Shaw e até mesmo de Creel (embora esse seja o personagem mais detalhado, em minha opinião) ficam pairando no ar e não são respondidas. As perguntas estão ali, mas o autor opta por não esclarecer os questionamentos que surgem. Algo que o leitor pode estranhar, mas a verdade é que essas respostas não se fazem necessárias, não para uma trama como a de “Toda a Verdade”. Em um livro como esse, o que importa mesmo é como esses personagens agem diante de tal situação e qual o papel que desenvolvem na trama. O leitor precisa saber quem eles são, mas o que os levou a ser de tal forma perde a importância.
A trama é, de fato, muito boa e remete aos grandes livros de espionagem. Como eu mencionei no início, tem ação e tem suspense, mas sem ser exatamente um livro de ação ou de suspense. Conhecer o vilão por trás da ameaça não diminui em nada o impacto da história para o leitor, pelo contrário, gera mais expectativa, pois todo o plano cruel é acompanhado de perto, o que faz com que o livro se desenvolva em dois núcleos igualmente interessantes: no primeiro, há Nicolas Creel, seu plano e a maneira como lida com os acontecimentos inesperados; no segundo, há Katie e Shaw buscando a verdade enquanto tentam se manter vivos. Essa estrutura adotada por Baldacci funciona muito bem.
Algumas coisas, porém, me incomodaram. Os primeiros capítulos são bem curtos e tem a função de “abrir os caminhos” para o leitor conhecer Shaw, Creel e Katie cada um em uma ponta, ou seja, seus respectivos mundos, vivendo suas realidades que até aquele momento jamais haviam se cruzado. O que me incomodou foi o pouco desenvolvimento desses capítulos. A impressão que eu tive é que o autor largava poucas informações em poucos parágrafos e encerrava o capítulo em um determinado ponto a fim de despertar a curiosidade do leitor sem ter dado nada a ele com que ficar curioso, forçando uma agilidade na trama em um ponto em que ela ainda não tinha agilidade nem precisava ter. Mas isso não é uma falta grave de Baldacci.
Em compensação, o relacionamento de Katie e Shaw me incomodou mais a fundo. A maneira como eles se conhecem é plausível, mas a maneira como a jornalista se liga ao agente me pareceu muito forçada. Não entrarei em detalhes para evitar me estender, até porque, como eu disse anteriormente, o passado dos personagens perde a importância em uma trama como essa, pois o que realmente importa é o papel que desempenham no auge dos acontecimentos. Isso se aplica a Katie e Shaw. Como eles se conheceram e porque estão juntos nesta aventura deixa de ser importante. O que importa mesmo é o que acontece no momento e como tudo vai acabar.
“Toda a Verdade” tem alguns pequenos deslizes, mas é um bom livro. Não é tipo de trama que busca surpreender o leitor no final, mas sim lhe conduzir por uma jornada eletrizante e consegue fazer isso muito bem.
Título: Toda a Verdade
Autor: David Baldacci
Nº de Páginas: 295
Editora: Arqueiro
Ação, suspense e intrigas. É essa, basicamente, a combinação apresentada em “Toda a Verdade”, primeiro livro de David Baldacci a ser lançado no Brasil pela Editora Arqueiro. O primeiro de vários, eu espero.
Para quem se sente atraído por tramas que giram em torno desses elementos, como eu, é impossível não ser fisgado pela intrigante frase estampada na capa do livro: “Por que perder tempo descobrindo a verdade quando se pode facilmente criá-la?”. Esse é o cerne de “Toda a Verdade”.
Nicolas Creel é um multibilionário, dono de uma empresa de armamentos, que com queda dos lucros decide provocar uma guerra. Tendo em vista um cenário em que China e Rússia entrariam em conflito, ele contrata uma empresa de Gestão da Percepção para criar uma verdade capaz de gerar tal conflito e vende-la ao mundo.
Shaw, um agente secreto de passado misterioso, que atualmente pretende se aposentar e casar com a mulher que ama, é pego no meio dessa trama e com a ajuda de Katie James, uma jornalista alcoólatra que viu seus dias de glória ficarem no passado, faz de sua missão descobrir a “verdadeira verdade” e expô-la ao mundo. Isso, é claro, torna os dois alvos de Creel que não está disposto a deixar ninguém interferir em seus planos.
É interessante observar como Baldacci conduz seus personagens, ou melhor, como os expõe ao leitor. A verdade é que eles não são conhecidos a fundo. Algumas perguntas sobre o passado, tanto de Kate como de Shaw e até mesmo de Creel (embora esse seja o personagem mais detalhado, em minha opinião) ficam pairando no ar e não são respondidas. As perguntas estão ali, mas o autor opta por não esclarecer os questionamentos que surgem. Algo que o leitor pode estranhar, mas a verdade é que essas respostas não se fazem necessárias, não para uma trama como a de “Toda a Verdade”. Em um livro como esse, o que importa mesmo é como esses personagens agem diante de tal situação e qual o papel que desenvolvem na trama. O leitor precisa saber quem eles são, mas o que os levou a ser de tal forma perde a importância.
A trama é, de fato, muito boa e remete aos grandes livros de espionagem. Como eu mencionei no início, tem ação e tem suspense, mas sem ser exatamente um livro de ação ou de suspense. Conhecer o vilão por trás da ameaça não diminui em nada o impacto da história para o leitor, pelo contrário, gera mais expectativa, pois todo o plano cruel é acompanhado de perto, o que faz com que o livro se desenvolva em dois núcleos igualmente interessantes: no primeiro, há Nicolas Creel, seu plano e a maneira como lida com os acontecimentos inesperados; no segundo, há Katie e Shaw buscando a verdade enquanto tentam se manter vivos. Essa estrutura adotada por Baldacci funciona muito bem.
Algumas coisas, porém, me incomodaram. Os primeiros capítulos são bem curtos e tem a função de “abrir os caminhos” para o leitor conhecer Shaw, Creel e Katie cada um em uma ponta, ou seja, seus respectivos mundos, vivendo suas realidades que até aquele momento jamais haviam se cruzado. O que me incomodou foi o pouco desenvolvimento desses capítulos. A impressão que eu tive é que o autor largava poucas informações em poucos parágrafos e encerrava o capítulo em um determinado ponto a fim de despertar a curiosidade do leitor sem ter dado nada a ele com que ficar curioso, forçando uma agilidade na trama em um ponto em que ela ainda não tinha agilidade nem precisava ter. Mas isso não é uma falta grave de Baldacci.
Em compensação, o relacionamento de Katie e Shaw me incomodou mais a fundo. A maneira como eles se conhecem é plausível, mas a maneira como a jornalista se liga ao agente me pareceu muito forçada. Não entrarei em detalhes para evitar me estender, até porque, como eu disse anteriormente, o passado dos personagens perde a importância em uma trama como essa, pois o que realmente importa é o papel que desempenham no auge dos acontecimentos. Isso se aplica a Katie e Shaw. Como eles se conheceram e porque estão juntos nesta aventura deixa de ser importante. O que importa mesmo é o que acontece no momento e como tudo vai acabar.
“Toda a Verdade” tem alguns pequenos deslizes, mas é um bom livro. Não é tipo de trama que busca surpreender o leitor no final, mas sim lhe conduzir por uma jornada eletrizante e consegue fazer isso muito bem.
Título: Toda a Verdade
Autor: David Baldacci
Nº de Páginas: 295
Editora: Arqueiro
2 comentários:
Oi Mari!
Mesmo com os deslizes, fiquei curiosa pra ler o livro, ele parece cumprir bem a função do suspense e intrigas, o que muito me agrada!
Até gosto de capítulos curtos, acho que dão mais dinâmica à leitura, mas quando as informações parecem jogadas, realmente não é legal!
Beijão!
Oie!
Nossa, curti a frase da capa do título hahaha
Mas, no geral, não sei se faz muito meu estilo... Essa coisa de conspiração, intrigas, jogos político s guerras não é muito comigo :P
Mas parece ser um bom livro :D
Beijoo!
Ju
julianagiacobelli.com
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