“— Você sabia que na maior parte de toda a história da
humanidade a expectativa média de vida foi inferior a trinta anos? Você podia
contar com mais ou menos dez anos de vida adulta, certo? Não havia planos de
aposentadoria. Não havia planos de carreira. Não havia planos. Não havia tempo
para planejar. Não havia tempo para o futuro. Mas aí a expectativa de vida
começou a aumentar, e as pessoas começaram a ter mais e mais futuro e a passar
mais tempo pensando nele. No futuro. E agora a vida se tornou o futuro.”
(GREEN, 2013, p. 41-2).
***
Ler qualquer obra de John Green é sinônimo de satisfação. É
iniciar uma leitura sabendo que não ficará desapontando. E devo confessar que
após alguns livros um tanto decepcionantes, mal podia esperar para dar início a
leitura de Cidades de Papel.
Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica por Margo Roth
Spiegelman, e mesmo sendo vizinhos e colegas de aula, eles não são exatamente
amigos. Tudo muda quando, no meio da noite, Margo aparece na janela do quarto
de Q., convidando-o para uma de suas muitas aventuras. Após uma madrugada bastante improvável, ao
chegar na escola, Q. descobre que Margo desapareceu misteriosamente.
A narrativa de John continua me impressionando. Espirituosa,
leve e engraçada, mas que consegue mesclar um tom mais filosófico e reflexivo
com naturalidade. Além disso, o texto do autor é fluído, sendo possível ler
mais de cem páginas sem sequer notar. Os diálogos merecem especial destaque, visto que não soam forçados em momento algum.
Me identifiquei bastante com os personagens de Cidades de
Papel, não apenas por ser, assim como Quentin, filho de psicólogos; mas
principalmente com Margo, em virtude da forma como ela enxerga o mundo. Os amigos
de Q., responsáveis pelo lado mais cômico do livro, também foram bem
construídos e, assim como protagonistas, são extremamente reais.
Não gosto de fazer comparações — visto que apoio a ideia de
que cada obra deve ser apreciada em sua singularidade —, mas neste caso abrirei
uma exceção. Se A Culpa é das Estrelas é um livro emocionante, e O Teorema Katherine absurdamente hilário, diria que a palavra que melhor descreveria Cidades
de Papel seria desconcertante.
Não me entenda mal. Todos os elementos que consagraram Jonh
Green como um dos melhores escritores da atualidade estão presentes no novo livro. Mas devo dizer que esta obra me pareceu mais profunda, por questionar
valores quase inerentes a nossa sociedade. Admito que ao findar a leitura,
fiquei parado por um bom tempo, pensando sobre tudo o que tinha lido, digerindo
cada palavra, absorvendo cada ideia, e me sentido desafiado.
Talvez exatamente por isso, Cidades de Papel não se torne o
livro do autor mais aceito pelo público, mas para mim a obra sempre terá um
valor especial. De qualquer forma, quando se trata de John Green, basta ver seu
nome na capa. É sinônimo de qualidade garantida.
Autor: John Green
N.º de páginas: 361
Editora: Intrínseca
23 comentários:
John Green é um autor fantástico e não tenho nenhum receio ao pegar um de seus livros para ler. E confesso que estou ansiosa por Cidades de Papel. E não é só pela narrativa maravilhosa e personagens que geram empatia, mas principalmente por esta "profundidade" e discussão a cerca de temas inerentes ao homem e sociedade.
bjs
GFC: Ana Paula Barreto
Concordo com voce quando voce diz que ler um livro do John Green é sinônimo de de qualidade garantida, porque sabemos que ele não decepciona em nenhum momento, a narrativa é sempre envolvente e os personagens bem construidos e nos deixando sempre muito próximos deles, de suas alegrias e dores, eu fiquei muito encantada com a sua resenha, por saber que a historia te agradou tanto e que mais uma vez John Green acertou a mão! :)
Sua opinião é um pouco distinta das que eu já li. Uma amiga disse que o livro é bom, mas que é 'fraco' perto dos demais. Não é tão profundo.
Tanto é que eu vou deixar ficar bem baratinho pra comprar, mas agora fiquei 'desconcertada' com essa situação.
liliescreve.blogspot.com
Quero muito ler algo de John Green. Cada livro que sai me deixa mais ansiosa. Esse Cidades de Papel mesmo, com todos os elogios que você fez e todos que já li, me deixam tremendo de curiosidade! ^^
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
GFC: Gabriela Cerutti Zimmermann
Bom eu infelizmente ainda não li nada do John Green, mas pelos comentários que vejo sobre ele parece ser um autor extraordinário. Não vejo a hora de ler algo dele, Cidades de Papel está na lista. Ainda mais depois da sua resenha :)
GFC: Cristiane
Apesar de ter os livros do John Green aqui, ainda não li nenhum deles, mas vou me redimir disso logo, logo. Também tenho a impressão que Cidades de Papel tem algo mais profundo, diferente das outras obras do autor, mas também concordo que a qualidade deve ser indiscutível.
GFC: Vanilda Procopio
Comentarista: Vanilda
Realmente, ver o nome de John Green na capa, já é sinal de ótima qualidade. Ele sabe contar uma história como poucos. O que mais me agrada nele é a construção de suas personagens. Parecem pessoas reais mesmo.
Mais um que entrou pra minha listinha de próximas aquisições.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
John Green é com certeza um escritor muito consagrado e que consegue prender a todos em sua histórias belíssimas e cheias de reflexão. ainda não li o livro, mas será um dos próximos que comprarei!
GFC: Rossana Batista
Ainda não li nenhum livro do autor mas todos igual a você falam tão bem dele! Cada vez eu fico com mais vontade de conhecer seus livros e escrita. Espero que quando ler, o livro me desconcerte mesmo :D
Seguidora: Roberta Moraes
Não li o livro e sinceramente nao sei oque esperar dele. Parece bom pela resenha, mas a palavra desconcertante me deixou na dúvida hehehehehe. Chorei rios lendo A Culpa é das Estrelas e achei Will & Will engraçado, mas preferi a parte nao escrita pelo John Green dele. Talvez eu encare esse pra saber se realmente eu gosto ou não de John Green =P
GFC- Franciely
Sou ansiosa para ler qualquer coisa do John Green! Todo mundo fala bem desse autor e ainda não tive a oportunidade de lê-lo.
Ótima resenha, Alê!
Amei a Culpa é das Estrelas e quero logo comprar os outros dois livros, essa palavra "desconcertante" me deixou curiosa haaha.
Beijos, Thaynara
livroscombolinhos.blogspot.com
Excelente observação, Alê. Gosto de livros que me surpreendam exatamente dessa forma: me deixando pensativa, refletindo sobre o que li. Gosto quando uma leitura invade meus pensamentos quando menos espero e não estou lendo naquele momento.
Personagens bem construídas são sempre convidativas e mais compreensíveis, mais aceitas, mesmo que não nos agradem. Vale a habilidade do autor aí e nesse caso, John Green sabe bem o que faz.
Quero muito ler essa história e viajar nas possibilidades...
Olha que legal, não gostei de ACEDAE \o/ mas estou com os outros livros do autor para ler! Estou particularmente ansiosa por Cidades de Papel e Quem é você, Alasca? Bom.. Amei a resenha, e espero compartilhar da mesma opinião sobre esse livro quando terminar. Bjos.
GFC: Mandaa Nunes
Estou lendo Cidades de Papel e, na verdade, estou gostando muito mais do que A Culpa é das Estrelas...
Quentin e Margo são dois personagens simplesmente viciantes! rsrs
Margo é uma personagem única, com seu jeito especial de ver o mundo! E Q. é super engraçado!
Estou amando!
http://vanille-vie.blogspot.com/
Nossa já adorei o livro, estou louca para ler ele.... criei grandes expectativas sobre os livro do John Green depois que li a culpa e das estrelas e o Teorema Katherine. Dois livros excelentes que tive o prazer de ler graças a vocês aqui do além da contra capa. Valeu Mari e Alê. vocês escrevem tão bem que dá muita vontade de conhecer o livro ou o autor. E as vezes não dá nem vontade de conhece o livro pelo que vocês escrevem, rsrsrs pois eu levo muito à serio a opinião de vocês, então sempre fico com o pé atras quando fazem uma critica negativa. Adoro o blog de vcs continuem com o bom trabalho bjks!!! ;)
Adoro os livros de John Green, ele é muito bom mesmo, estou bastante ansiosa pra ler esse novo livro, parece ser ótimo!
Adoro os livros do John Green, comecei lendo A Culpa é das estrelas e depois fui atrás dos outros, mas Cidades de Papel simplesmente não me agradou muito, não sei, parece que falta alguma coisa nesse livro, além de me deixar a impressão que estou lendo Quem é você Alasca, acho que esse é o livro dele que menos gostei.
Eu só li um livro de John e não sei se vou gostar da escrita dele, tem algumas resenhas por ai que me transmitem exatamente isso, mas quero tirar má impressão acho que preciso ler um livro mais profundo igual a esse pra mudar de ideia a surpresa é um ponto alto na leitura pra mim.
Quero me aventurar nessa leitura, gostei muito do que achou e me deixou bem curiosa.
Olá Alexandre!!
Não li nenhum livro do autor ainda, mas já tenho A culpa é das estrelas, e será uma das minhas próximas leituras, e com toda certeza o nome do autor é sinônimo de sucesso, e claro que estou ansiosa para poder conferir sua escrita.
E mesmo sendo a primeira resenha que leio, fiquei animada, e ele está na minha lista de desejados!
ADOREI sua resenha, sério mesmo. Esse livro é demais! Eu gostei muito mesmo. Embora muitos critiquem essa obra do John, eu e senti honrado por ler, e o sentimento apresentado também é impressionante. Eu consegui ler esse livro muito rapidamente, a leitura é envolvente, e cada personagem tem uma personalidade realmente desconcertante.
Margo, principalmente, já é super desconcertada, haha. E a companhia de Quentin é adorável.
Disse tudo. Os livros deles são mt bons e não vejo a hora de ler esse!
http://tonsdelivros.blogspot.com.br/
Me senti do mesmo jeito em relação a esse livro. Quando terminei a leitura estava confusa, e depois de muito pensar sobre o que eu li que consegui absorver o que o autor quis dizer com o livro. Foi emocionante, pra falar a verdade.
Beijos,
literarizei.blogspot.com
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