“Já passei por vários bons momentos no tribunal. Estive ao
lado de homens no momento em que souberam que iam ficar livres graças ao meu
bom trabalho. Já estive de pé diante de um júri e senti o estremecimento da
verdade e da justiça percorrendo minha espinha. E já destruí mentirosos no
banco das testemunhas, sem misericórdia. É por momentos como esse que vivo
minha vida profissional.” (CONNELLY, 2012, p. 335)
Todo mundo já sabe que Michael Connelly é um dos meus
escritores favoritos, e entre os personagens por ele criados, meu queridinho é
o advogado criminalista Michael Haller. Reviravolta é o terceiro livro
protagonizado por Haller, porém, não alcançou o nível de qualidade do primeiro.
Jason Jessup foi condenado pelo estupro e assassinato de uma
criança, porém, vinte e quatro anos depois, surge uma nova prova que pode
inocentá-lo. Com toda a atenção da mídia no caso, o advogado Michael Haller é
convidado a assumir uma nova missão: atuar na posição de
Promotor de Justiça a fim de manter Jessup atrás das grades.
Uma das características mais marcantes das obras de Connelly
é sua narrativa envolvente e que prende a atenção do leitor logo no primeiro
capítulo. Assim, mesmo que o caso em si demore um pouco para empolgar o leitor, é
impossível não se envolver. Apesar de o caso criminal ser interessante, imagino que este poderia ter sido melhor explorado, pois os ganchos que pareciam
ser os mais promissores não foram usados.
A narrativa alternada entre primeira e terceira pessoa, dos
pontos de vista de Haller e Bosh, respectivamente, não funcionou. Particularmente,
não gosto de narrativa alternada, todavia, a intenção do autor em utilizar tal
artifício era clara: poder mostrar tanto o seguimento do processo criminal
assim como o avanço das investigações.
Após o excelente O Poder e a Lei e o mediano O Veredicto de Chumbo, começo a pensar se Connelly não teria feito melhor se tivesse
“aposentado” Haller. Não me entenda mal, o advogado criminalista continua sendo um grande protagonista, mas suas estórias não estão chegando aos pés do potencial do autor.
Na posição de apaixonado por direito penal, o livro foi um ótimo entretenimento para mim. Entretanto, para aqueles que não gostam tanto assim de
thrillers jurídicos, fiquei com a impressão de que Connelly pode ter apresentado mais do
mesmo.
Encerro salientando que Reviravolta não faz jus a habilidade
de Michael Connelly, que escreveu os memoráveis O Poeta e Echo Park. Agora,
talvez você esteja a se perguntar se lerei A Quinta Testemunha, o quarto livro
da série. E a resposta é afirmativa. Mas creio ter chegado a hora do ou vai ou
racha.
Autor: Michael Connelly
N.º de páginas: 379
Editora: Suma de Letras
10 comentários:
Uma pena que esse terceiro livro com o Michael Haller como protagonista não tenha atingido o mesmo nível que os outros dois anteriores. Mas o autor tem crédito de sobra pra dar um leve deslize. Mas que seja apenas esse. Rsrsrs
Pelo menos a parte jurídica não fica devendo nada.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Nunca li nada desse autor, mas falam tão bem que é meio inacreditável algum livro dele sair insatisfatório haha pelo menos agora eu sei como certeza que, quando for algo dele, não será Reviravolta. Obrigado por isso.
ai! tinha feito um comentário grande e bonitinho e o blogger sumiu com ele!
oioioi? HUAHUAHA
como eu ia dizendo antes de ser interrompida pelo adorável blogger, nunca li nada do autor... mas isso acontece porque não é bem um gênero que eu aprecie muito!
já ouvi falar do autor algumas vezes, mas como sempre não me sinto tentada a ler...
Beijos,
http://www.interacaoliteraria.com/
Nunca li muitos thrillers jurídicos, mas gosto do gênero. Mesmo não sendo o melhor livro do autor, eu curti a premissa da narrativa.
;)
http://livrosyviagens.blogspot.com.br/
Excelentes observações, Alê. Uma pena a qualidade da trama não ter sido tão incrível como das vezes anteriores, mas acho que você deve dar continuidade, sim. Quem sabe no próximo livro o autor não te surpreende novamente?
Adorei saber mais sobre o enredo.
Um abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Muita gente fala muito bem do Conelly e uma das coisas que sempre é comentada é a narrativa envolvente, que te puxa para dentro do livro.
Uma pena que esse livro não tenha sido tudo aquilo que o Conelly é capaz de oferecer. Mas derrapadas acontecem, não é mesmo?
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Gostei da temática e do enredo apesar das críticas. Vou ver se consigo ler essa série.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Não conhecia esta série, mas adoro demais este gênero e por mais que você não gostou tanto deste livro, com certeza irei pesquisar pelos anteriores, pois curto livros com esta temática.
Apesar de não gostar de livros policiais, Michael Connelly me deixa curiosa. Ainda não li nada do autor, mas pretendo. Sempre com tantos elogios, talvez, pela primeira vez, não me decepcione com um policial. Veremos.
Nunca li nada do Michael Connelly, mas tenho vontade ler, pois sou fã do gênero literário que ele escreve. Eu gosto da narrativa alternada, pois tenho a sensação do ponto de vista de vários personagens e não só de um personagem central. Mesmo não sendo o melhor livro dele, gostei de saber que voce vai ler o quarto livro da série, até porque desistir é pros fracos né,rsrs! Excelente resenha, bjão!
Adriana
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