sábado, 28 de julho de 2012

RESENHA: Os Escrúpulos de Maigret

“ – (...) É um pouco como um inquérito às avessas. Em geral temos primeiro um crime, e só depois que este ocorreu é que passamos a investigar seus motivos. Desta vez temos motivos, mas ainda não temos o crime.
- Não acha que há milhares de casos em que os motivos não são acompanhados de um crime?
- Certamente. Só que nesse caso ninguém vem me expor os motivos antes.” (SIMENON, 2010, p.72)

Georges Simenon é um daqueles raros escritores cujos livros quase dispensam sinopses. Quando se trata de um de seus livros, tudo o que o leitor precisa saber é se gosta, ou não, do estilo do autor e isso é o suficiente. Saber em torno de quê gira a história contada naquele exemplar torna-se irrelevante.

Em “Os Escrúpulos de Maigret”, Simenon coloca o seu mais famoso personagem, o ótimo comissário Jules Maigret, diante de um caso bastante intrigante, principalmente por não se classificar exatamente como um caso.

Em uma época em que a policia francesa está parada e os inspetores estão quase todos livres e à disposição do comissário, Xavier Marton aparece em sua sala com uma curiosa afirmação: sua esposa está tentando assassiná-lo. Ele não tem provas definitivas, nem sabe quando isso acontecerá, mas tem certeza que ela pretende matá-lo. Maigret fica extremamente curioso a respeito do caso, ainda mais quando, no dia seguinte, recebe uma visita da Sra. Marton e teme que em pouco tempo algo possa vir a acontecer caso ele não trate de impedir.

O livro tem poucos personagens de forma que as suspeitas são escassas. O que faz com que a trama seja interessante é a expectativa de ver o desenrolar dos fatos, partindo do principio que: “Se esse homem acredita mesmo que será assassinado, independente de ter ou não motivos para pensar isso, como ele reagirá?”. O final não foi uma surpresa para mim e aconteceu mais ou menos da forma como eu previra - pelos motivos que eu previra, mais especificamente - mas isso não tirou em nada o meu prazer de ter feito a leitura. Simenon tem aquele tipo de narrativa deliciosa que torna muito fácil devorar seus livros e mergulhar em suas tramas. Eu comecei a leitura e quando vi já estava na página 120. A única razão pela qual não terminei o livro no mesmo dia em que havia começado foi porque estava tarde e eu estava exausta. Não fosse por isso poderia facilmente ter terminado a leitura em um único dia. Dentre os autores de livros policiais, o único outro em quem eu encontro essa característica é em Agatha Christie.

Quanto a Maigret, algo que me chama a atenção no personagem é o fato de ele ser - diferente da maioria dos outros detetives como Hercule Poirot, Phillip Marlowe, Sherlock Holmes e até mesmo a simpática Miss Marple - muitíssimo bem casado. Sua esposa não tem papel importante na resolução dos casos, mas desempenha papel fundamental na vida do comissário.

Li apenas uma parcela minúscula da vasta obra de Georges Simenon e meu conhecimento sobre o trabalho do autor é bastante singelo. Em breve espero poder discorrer sobre Simenon e Maigret com mais propriedade. Por enquanto, posso afirmar com segurança que o autor não decepciona os fãs do bom romance policial, falo aqui com conhecimento de causa, e é sem dúvida um dos melhores escritores do gênero.

Título: Os Escrúpulos de Maigret
Autor: Georges Simenon
Nº de páginas: 184
Editora: L&PM

7 comentários:

Fê Falleiro disse...

Oi Mari!
Acredita que nunca li nada dele, engraçado que uns anos atrás adorava romance policial, depois parei de ler, nem sei pq... Vou ver se encontro algum livro dele na biblioteca, será que acho? Vou tentar, esse mes estourei minha cota em livrarias rsrsr

Amiga ta rolando uma promo nova especial um ano sem Harry Potter, sinta-se convidada. Bjosss

http://enquantoescrevoumlivro.blogspot.com.br/

Ana Luiza Ferreira disse...

Oi,

tem selinho/meme para você lá no blog:

http://mademoisellelovebooks.blogspot.com.br/2012/07/selinhos-e-memes.html

Espero que goste!

Bjs

Anônimo disse...

Mari, acredita que eu não conhecia o autor? o.Õ
Não curto muito romance policial, sempre que tenho vontade de ler algum acabo desistindo e escolho um outro gênero u_u
Gostei muito da tua resenha, além de esclarecedora fez com que eu ficasse com uma pontinha de vontade de conhecer o trabalho do Simenon!! =D

Gislaine,
jeito-inedito.blogspot.com

Elis Paulina disse...

Oi Mari,
gostei da tua resenha, descreveu bem o livro e me deixou com vontade de ler, pois em meio a outros livros gosto de romance policial.

Elis Elger

Aione Simões disse...

Oi Mari!
Até me senti mal agora, acredita que eu não conhecia o autor?
Fiquei bem curiosa pela leitura porque gosto desse estilo literário e, pelo que você disse, isso é o suficiente para ler as obras dele, não é?
Beijão!

Anônimo disse...

Oie Mari!
Acredita que eu nunca ouvi falar desse autor?
Deve ser porque nao curto muito o gênero policial. Rsrsrs
Mas pra quem gosta...parece ser bom...ainda mais se o autor e assim tão bom como você falou.
Abraços,
@deh_koenig
Débora Koenig

Kazake disse...

Devo confessar que a primeira coisa que olho, é a capa. Sei que é chato isso, mas é a realidade. E essa não me agradou nem um pouco, talvez o enredo compense por si, mas sei lá.

Seguidora - Anne Gregory - Kazake

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