“Hoje de manhã, saí com a minha família para um passeio de carro. E agora estou aqui, mais sozinha do que nunca. Tenho dezessete anos. As coisas não deveriam ter acontecido dessa forma. Não é isso que deveria ter acontecido com a minha vida.” (FORMAN, 2014, p.136)
Foram muitas as vezes que vi “Se Eu Ficar” entre os mais vendidos da Amazon. Não fosse isso, talvez não tivesse dado uma chance ao livro.
Em um dia de nevasca, a família de Mia aproveita que nenhum dos filhos irá a escola e os pais não irão trabalhar e decide fazer um passeio de carro. Mas o passeio tem consequências trágicas quando o carro da família bate em um caminhão. Os pais de Mia morrem imediatamente, ela e o irmão mais novo vão para o hospital. Mas Mia acompanha tudo. De fora de seu corpo ela assiste aos procedimentos cirúrgicos e as visitas das pessoas que a amam enquanto relembra os momentos mais significativos da sua vida e tenta decidir entre ficar ou se permitir partir.
Eu não gosto de histórias excessivamente românticas ou dramáticas. Também não sou do tipo que costuma chorar lendo, por mais emocionante que a história seja. Mas independente do gênero, acredito que o livro precisa entregar aquilo que a história pede, seja o que for.Por exemplo: algumas histórias não pedem - nem aceitam - finais felizes, então não importa o quanto torcemos pelos personagens e o quanto desejaríamos que eles tivessem um final feliz, esse não é o melhor desfecho, porque não é o que a história pede.
Uma história como “Se Eu Ficar” pede emoção e não entregar isso é um erro. Aqui, quando digo “emoção”, não me refiro a emocionar o leitor e sim em transparecer a emoção da personagem que se encontra em uma situação que pede por isso. O que não acontece. Durante toda a leitura, eu tive a sensação de que a narrativa de Mia era mecânica. Que ela só está observando e sentido as coisas por obrigação, como se fosse o que se espera dela, e não que ela de fato as sinta.
Os capítulos são divididos por horas e todos intercalam o que acontece com Mia no hospital e suas lembranças dos momentos passados com a família, o namorado e a melhor amiga. É através dessas lembranças que sabemos quem a personagem foi e como era o seu relacionamento com as pessoas que a cercavam. É assim que conhecemos o seu amor pela música, seus planos para o futuro e seus questionamentos.
Os personagens são bem construídos, assim como os relacionamentos entre eles. A autora é feliz em dosar todas as facetas da vida de Mia e permitir ao leitor conhecer igualmente o seu relacionamento com a música clássica e com as pessoas de seu convívio. Uma coisa que me agradou foi o relacionamento de Mia e Adam. O namoro desses personagens é bem realista, com acertos e problemas, mas sem extremos, seja de drama ou de perfeição. A personagem também tem uma boa dinâmica com a família (o pai roqueiro, a mãe feminista e o irmão mais novo) e é engraçado que ela se sinta a “ovelha-negra” por ser aquela que curte música clássica enquanto todos os outros, inclusive o namorado, são roqueiros.
A música não é o centro da história, mas é o centro da vida daqueles personagens.
É por se basear em boas relações que se torna uma pena a narrativa não transmitir tudo que a perda dessas pessoas e da vida como Mia a conhecia faça-a se sentir.
Um elemento que me desagradou foi a diagramação proposta pela Editora Novo Conceito que, a meu ver, ficou muito carregada. Um detalhe pode ser bacana, mas o importante mesmo é o texto. É ele quem deve aparecer.
“Se Eu Ficar” recebeu uma adaptação cinematográfica homônima, estrelada por Chloë Grace Moretz e Jamie Blackley como Adam. Esta edição do livro contém entrevistas com os atores. A história também recebeu outra versão, dessa vez narrada pelo ponto de vista de Adam. “Para onde ela foi” será lançado pela Editora Novo Conceito em outubro.
Título: Se Eu Ficar (exemplar cedido pela editora)
Autor: Gayle Forman
Nº de páginas: 224
Editora: Novo Conceito
Foram muitas as vezes que vi “Se Eu Ficar” entre os mais vendidos da Amazon. Não fosse isso, talvez não tivesse dado uma chance ao livro.
Em um dia de nevasca, a família de Mia aproveita que nenhum dos filhos irá a escola e os pais não irão trabalhar e decide fazer um passeio de carro. Mas o passeio tem consequências trágicas quando o carro da família bate em um caminhão. Os pais de Mia morrem imediatamente, ela e o irmão mais novo vão para o hospital. Mas Mia acompanha tudo. De fora de seu corpo ela assiste aos procedimentos cirúrgicos e as visitas das pessoas que a amam enquanto relembra os momentos mais significativos da sua vida e tenta decidir entre ficar ou se permitir partir.
Eu não gosto de histórias excessivamente românticas ou dramáticas. Também não sou do tipo que costuma chorar lendo, por mais emocionante que a história seja. Mas independente do gênero, acredito que o livro precisa entregar aquilo que a história pede, seja o que for.Por exemplo: algumas histórias não pedem - nem aceitam - finais felizes, então não importa o quanto torcemos pelos personagens e o quanto desejaríamos que eles tivessem um final feliz, esse não é o melhor desfecho, porque não é o que a história pede.
Uma história como “Se Eu Ficar” pede emoção e não entregar isso é um erro. Aqui, quando digo “emoção”, não me refiro a emocionar o leitor e sim em transparecer a emoção da personagem que se encontra em uma situação que pede por isso. O que não acontece. Durante toda a leitura, eu tive a sensação de que a narrativa de Mia era mecânica. Que ela só está observando e sentido as coisas por obrigação, como se fosse o que se espera dela, e não que ela de fato as sinta.
Os capítulos são divididos por horas e todos intercalam o que acontece com Mia no hospital e suas lembranças dos momentos passados com a família, o namorado e a melhor amiga. É através dessas lembranças que sabemos quem a personagem foi e como era o seu relacionamento com as pessoas que a cercavam. É assim que conhecemos o seu amor pela música, seus planos para o futuro e seus questionamentos.
Os personagens são bem construídos, assim como os relacionamentos entre eles. A autora é feliz em dosar todas as facetas da vida de Mia e permitir ao leitor conhecer igualmente o seu relacionamento com a música clássica e com as pessoas de seu convívio. Uma coisa que me agradou foi o relacionamento de Mia e Adam. O namoro desses personagens é bem realista, com acertos e problemas, mas sem extremos, seja de drama ou de perfeição. A personagem também tem uma boa dinâmica com a família (o pai roqueiro, a mãe feminista e o irmão mais novo) e é engraçado que ela se sinta a “ovelha-negra” por ser aquela que curte música clássica enquanto todos os outros, inclusive o namorado, são roqueiros.
A música não é o centro da história, mas é o centro da vida daqueles personagens.
É por se basear em boas relações que se torna uma pena a narrativa não transmitir tudo que a perda dessas pessoas e da vida como Mia a conhecia faça-a se sentir.
Um elemento que me desagradou foi a diagramação proposta pela Editora Novo Conceito que, a meu ver, ficou muito carregada. Um detalhe pode ser bacana, mas o importante mesmo é o texto. É ele quem deve aparecer.
“Se Eu Ficar” recebeu uma adaptação cinematográfica homônima, estrelada por Chloë Grace Moretz e Jamie Blackley como Adam. Esta edição do livro contém entrevistas com os atores. A história também recebeu outra versão, dessa vez narrada pelo ponto de vista de Adam. “Para onde ela foi” será lançado pela Editora Novo Conceito em outubro.
Título: Se Eu Ficar (exemplar cedido pela editora)
Autor: Gayle Forman
Nº de páginas: 224
Editora: Novo Conceito
16 comentários:
Vi bastante gente decepcionada com esse livro, Mari. Tanto que surgiu a polêmica sobre a tradução. A premissa é interessante, um livro que eu leria. Adoraria ver a relação de Mia com a família, mas se o livro não entrega a emoção que promete não adianta. Ótima resenha.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Definitivamente, esse não é o tipo de livro que gosto de ler. Mas o burburinho que fizeram na blogosfera por causa dele e do filme que será lançado, me deixaram bem curioso. Geralmente gosto de ler histórias em que rolam essas experiências extra-corpóreas e esses flashbacks que acabam nos deixando reflexões interessantes sobre nossas escolhas. Uma pena que ficou faltando algo nessa narrativa. Mesmo assim, quero dar uma conferida.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Mari!
Pois é, as resenhas que tenho lido desse livro tem sido um tanto controversas, uns gostaram muito da história e ficaram com a mesma dúvida entre não voltar ou voltar para uma vida sem as pessoas que mais ama.
Estou com ele aqui para a próxima leitura e poderei comprovar por mim mesma o que irei encontrar.
Gostei da sua análise, bem sincera.
cheirinhos
Rudy
Blog Alegria de Viver e Amar o que é Bom!
Oi, Mari.
Vi trocentas fotos desse livro no instagram e várias pessoas anciosas para lê-lo. Desde o início não senti muito interesse por esse livro, confesso. Com o tempo depois de ver fotos e mais fotos tentei até dar uma chance a esse livro. Essa é a primeira vez que eu leio a resenha desse livro e saber que você não gostou tanto da história, minha vontade foi embora. Ótima resenha! *----*
Abraços.
Entre Livros Livros - http://musicaselivros.blogspot.com.br/
Ei Mari,
Então... acho que essa é a primeira resenha que me convence de que devo ler o livro, mesmo você não tendo gostado tanto da história. Só que a premissa do livro me lembrou de dois episódios de Grey's Anatomy, em que dois personagens vivem situações parecidas, na verdade acho que foram três episódios e com três personagens. HAHAHA. E por ter visto aquilo e gostado, acho que eu posso ter uma boa receptividade com o livro. Ótima resenha!
Lucas - Carpe Liber
http://livrosecontos.blogspot.com.br/
Estou com muita vontade de ler este livro por causa do filme. A historia deve ser linda com todo essa ideia da musica como sendo importante para os personagens. Gostaria de falar que adoro esta capa mais a anterior a esta é muio linda e eu não gosto de capa de livro com de filmes acho que perde toda a sua essência original do livro. Beijos <3
Vish, esse lance de a emoção ser mecânica me lembra a Katniss de Jogos Vorazes, que o livro inteiro parecia um robô. Isso é péssimo, porque muitas vezes a história tem um grande potencial, e justamente o personagem acaba por tirar toda a essência que o livro tem a oferecer.
Pra mim esse livro é estilo A culpa é das estrelas, que de tanta divulgação acaba por nos deixar curioso, mas no final não é nenhuma história tão perfeita como todos falam. Gostei da sua resenha, acho que vou deixar pra só ver o filme mesmo haha
xx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
Tem resenha nova de "No Escuro" no blog, vem conferir!
Adoro um bom romance, adoro um bom drama, e choro com livros, mas choro com histórias realmente bonitas e tocantes. Estou louca para ler esse livro, vejo tantos comentários a respeito, mas ainda não consegui tirar uma conclusão, preciso ler.
Gostei muito da sua resenha, sincera e clara.
Obrigada pelo carinho, volte sempre. Beijos :*
Claris - Plasticodelic
Adorei a resenha, ficou ótima! Tenho muita vontade de ler este livro também, sempre vejo muita gente elogiando e parece ser uma ótima estória mesmo, muito emocionante. Gostei de saber que os personagens e suas relações foram bem construídas, isso deixa a estória mais real!
beijos ♥
nuclear--story.blogspot.com.br | Venha conferir as promoções do blog aqui!
Oi Mari linda! Tudo bem?
Fui uma das pessoas que não achou a narrativa da Mia emocionante a ponto de chorar horrores, como algumas pessoas o fizeram... Achei a história ótima, mas poderia ter sido MUITO mais construída. De qualquer modo, foi uma leitura válida. Ansiosa pelo filme, e você? Vou lá logo na estréia pra comprar com o livro hahahah
Beijocas
http://www.estantedasfadas.com.br/
Oi, Mari! Tudo bem?
Estou lendo opiniões bem dividas sobre o livro e confesso que estou ficando decepcionada quanto a isso. Quando vi o trailer, adorei a premissa da história, mas depois de conhecer a opinião das pessoas sobre ela, estou receosa com relação ao seu conteúdo, principalmente considerando que o livro é um drama e que a personagem principal precisar ter esse ele emotivo bem definido. Essa história me lembra muito o filme "Um Olhar do Paraíso" e não sei se isso é bom ou ruim, considerando que essa produção acabou sendo indiferente para mim... Mas enfim, gostei da sua resenha e espero tirar minhas próprias conclusões logo, logo. Bjs
Jéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/
Ei, Mari, tudo bem?
Eu to super curiosa para ler esse livro. Mas tenho lido resenhas falando que ele não é tão bom assim. Uma pena porque estava com boas expectativas. Talvez esse seja daqueles livros que ficariam bem no cinema apenas.
beijos
Kel
www.porumaboaleitura.com.br
Eu leria, mas não com tanta pressa, justamente pq li resenhas não tão ~entusiasmadas com a história. Talvez veja o filme antes. =) bj
Já li várias resenhas desse livro, alguns dizem que ele é maravilhoso, outro que não é tudo isso, vi até falarem que o filme é bem melhor que o livro, bom só sei que vou conferi os dois, primeiro vou ler o livro e depois assisto o filme.
ola,tudo bem?
esse livro é muito comentado, muito mesmo, o que significa que a novo conceito fez um bom trabalho de divulgação! A trama em si não me atrai,não gosto muito de drama! Mas só o fato de envolver musica já muda isso! Amo musica!
beijão!
Hey!
Já conhecia Se Eu Ficar antes de ser lançado por aqui e sempre fiquei com um pé atrás pra ler. Mas se a história não cumpre o que promete, não vale a pena.
Resenha muito bem pontuada ;)
sete-viidas.blogspot.com
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