Conversa de Contracapa é coluna off topic do blog Além da
Contracapa. Sem limitação temática, iremos explorar todo e qualquer assunto
relacionado ao mundo da literatura.
É comum nos referirmos à literatura clássica como um gênero. Entretanto, nenhum livro nasce clássico, mas é alçado a tal categoria com o passar do tempo. Então a pergunta que fica é: o que faz de um livro um clássico? O passar do tempo? Seu conteúdo? Ou, quem sabe, uma combinação destes dois elementos?
Clássicos x gênero
Creio que a primeira observação a ser feita é que clássicos independem do gênero. Orgulho e Preconceito é um romance, Grandes Esperanças é uma estória de redenção, 1984 e Laranja Mecânica são distopias, Romeu e Julieta e O Morro dos Ventos Uivantes são trágicas estórias de amor, O Senhor dos Anéis é fantasia, Capitães da Areia é um romance de formação, O Sol é Para Todos poderia ser classificado tanto como drama como um livro juvenil.
Como se vê, para qualquer gênero que se olhe, encontraremos livros clássicos. E o que livros tão diferentes têm em comum? Creio que a resposta é simples: falam de temas universais como o amor, ódio, amizade, inveja, justiça, vingança, perdão, opressão e tantos outros. São sentimentos como esses que nos fazem humanos e livros que abordam tais temas acabam por dialogar diretamente com a nossa humanidade.
Assim, ao abordar temas universais, o autor universaliza seu público alvo. É por esse motivo que um livro clássico consegue transcender as fronteiras geográficas. Os costumes e a cultura do período que retratam não impedem que leitores de diversos cantos do mundo possam se identificar com a estória e aproveitar suas lições.
Entretanto, há muitas obras que contam com tais elementos, mas nem por isso são consideradas clássicas. Isso por que, a meu ver, um livro clássico não pode contar apenas com temas universais, mas precisa passar pelo teste do tempo. Ou seja, o livro precisa manter-se relevante com o passar dos anos, não perdendo a força de suas reflexões, tampouco o impacto que causará no leitor.
E falando em reflexão
Eis outro aspecto importante para um livro clássico: sua leitura deve ser provocativa e instigante, confrontando nossos preconceitos e paradigmas, levando o leitor a rever sua forma de pensar. Um clássico apenas merece tal título se nos faz repensar sobre nossas vidas, nossos relacionamentos e sobre o mundo em que vivemos.Concluindo
Em outras palavras, a literatura clássica é a literatura da “seleção natural”. Apenas resistem os livros que transcendem ao seu tempo, que transpõe barreiras culturais, que atravessam fronteiras, que alcançam os mais diferentes leitores, que se mantêm relevantes apesar das mudanças e que, sobretudo, falam ao nosso coração.
Quanto mais livros clássicos eu leio, mais me surpreendo com a qualidade que encontro e sempre me pergunto, ao final da leitura, por que demorei tanto tempo para ler a obra. As experiências de leitura são das mais diversas: as vezes doces como um abraço; outras, violentas como um tapa na cara. Mas uma coisa é certa: sempre são experiências memoráveis. Então, quando for escolher sua próxima leitura, fica aqui uma sugestão: por que não escolher um clássico?
19 comentários:
Oi, Alê!
Adorei seu texto!
Eu já percebi que não sou uma pessoa de clássicos. Já tentei me interessar, mas leio bem poucos. Quem sabe ainda não encontrei o clássico certo para mim?
Beijos
Balaio de Babados
Promoção Quatro Anos de Minhas Escrituras
Quero tentar ler os clássicos mais to meia lerda com essas leituras adorei os livros que você citou estou querendo começar a ler 1984 vamos ver o que vou achar. Até mais.
Oi Alê
Muito boa sua reflexão, preciso incluir mais clássicos nas minhas listas de leitura, sempre acabo lendo mais os lançamentos e acabo deixando estes de lado.
Beijinhos
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/
Olá, tudo bem? Adorei a postagem! Eu só li um clássico até agora, que na verdade foi uma "adaptação" do livro, diminuíram bastante o texto e tem ilustrações, mas gostei e pretendo ler o original...
Beijos,
Duas Livreiras / Sorteio literário
Olá tudo bem?
Adorei a postagem!
Um livro clássico deve ser além do seu tempo e além das nossas expectativas. Sempre que leio um livro clássico me encanto pela forma como foi desenvolvida a história. Já li livros de vários autores considerados "clássicos", mas os meus favoritos são os do Machado de Assis. Adoro a forma mordaz com a qual ele desenvolve suas histórias.
Um super beijo
Livros em Contexto
Olá, Alê.
Eu acho bem dificil determinar quando o livro é um clássico. Antes eu pensava que todos os livros mais antigos eram clássicos. Tinha essa ideia por causa dos livros que eramos obrigados a ler na escola. Mas depois vi que não era bem assim. Gostei muito da sua definição. E concordo com o que você disse. Pelo menos os que eu li recentemente eu acabei me fazendo essa pergunta de porque não li ele antes.
Prefácio
Acho que você fez a melhor definição de clássicos que já vi, Alê. Afinal, são gêneros distintos, alguns tem poucas décadas e outros tem séculos, mas todos abordam temas de interesse universal. Bem como suas tramas. Infelizmente não leio tantos clássicos quanto gostaria, mas quero mudar isso. Ótimo post.
Beijos!
Gostei do post Alexandre. Eu sou apaixonada por clássicos e Orgulho e Preconceito e O Morro dos Ventos Uivantes são dois dos meus livros favoritos. Mal posso esperar para ler Grandes Esperanças. Abraço!
www.newsnessa.com
Alê!
Os clássicos são aqueles livros que o tempo não nos deixa esquecer, onde seus enredos, apesar dos anos, ainda tem temáticas relevantes e que devem ser levadas em conta e que podemos trazer para nossa realidade atual, fazendo com que nos identifiquemos não apenas com os sentimentos transmitidos, mas também com as situações exposta.
Sempre bom poder ler um clássico.
Desejo uma semana de alegria!
“Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.” (Georges Bernanos)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP Comentarista de FEVEREIRO, livros + KIT DE MATERIAL ESCOLAR e 3 ganhadores, participem!
Oi Alê! Literatura de seleção, adorei o termo. Super concordo com tudo que vc disse, são experiências incríveis, sempre! Adorei a reflexão!
Bjs, Mi
O que tem na nossa estante
Olá, Alê.
Maravilhoso post. Realmente a literatura tem a sua própria seleção natural: só os mais "aptos" sobrevivem. Os clássicos, além dos temas universais bem trabalhados, ainda contam com a força narrativa. Talvez esse segundo aspecto seja o mais difícil de encontrar no livro não clássico.
Ótima reflexão.
Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de fevereiro. Serão dois vencedores, dividindo um vale compras e dois livros.
Não havia pensado nos clássicos como seleção natural mas faz todo o sentido!
Li poucos clássicos e por obrigação. Não gostei muito de nenhum.
Oi Alê, preciso me dedicar mais a leitura clássica. Mas é uma coisa que vem acontecendo :) Acho que quanto mais lemos, mais curiosidade temos!
Beijos Joi Cardoso
estantediagonal.com.br
Oi, Alê!!
Nunca parei para pensar sobre esse assunto. Mas que bom que os clássicos existe!! No momento li poucos clássicos mas quero mudar esse quadro!! E quero começar com as obras da Jane Austen!!
Beijoss
Oi!
Nunca tinha parado para pensar o que faz com que um livro se torne um clássico, mas achei bem interessante suas posições, com certeza acaba sendo uma seleção natural, que eterniza poucos livros, mas marcantes, não lia muitos clássicos, mas vejo que a capa ano estou lendo mais clássicos e ótimos, no qual ao final da leitura me pergunto porque não peguei antes para ler !!
Realmente ler um clássico é uma experiência interessante e totalmente nova. A cada leitura, descobrimos e aprendemos mais.
Confesso que já li muito, mas de uns tempos para cá, dei uma parada.
Porém, quero recomeçar, a lista tá grande! rs
bjs
ç
Postar um comentário