A iniciativa partiu de Hemingway.
— Aniversário tem que ter festa. Comidas. Bebidas. Boas conversas.
— Concordo — disse Benjamin Alire Sáenz. — Mas acredito que o aniversário do Além da Contracapa esteja um pouco fora da nossa alçada dessa vez. A festa não é nossa e eles não falaram nada sobre festa esse ano.
— É exatamente esta a questão — argumentou Hemingway. — Do jeito que eles estão com o tempo curto, não irão planejar nada. Não porque não querem comemorar. Todos vocês sabem como foram as festas dos anos anteriores.
— Aquelas crianças adoram uma festa – disse Agatha Christie com um sorriso nos lábios.
— Exato! Mas eles não vão conseguir organizar tudo dessa vez. Esses jantares dão trabalho.
— Então você propõe que a gente faça isso? – questionou Stephen King
— E por que não? Eles vão adorar. Todo mundo adora uma festa surpresa. E combinando os nossos esforços, vamos fazer uma grande festa. E em um piscar de olhos.
— Ok. Eu topo – disse George Martin prontamente — R’hollor sabe que preciso de um descanso depois de ouvir tantas reclamações sobre o final da série.
Como esperado, ninguém quis ficar de fora e todos estavam dispostos a fazer a festa mais memorável do Além da Contracapa. Empolgados, começaram a dar várias ideias ao mesmo tempo, até que ficou impossível se entender naquela balbúrdia. Coube a Gillian Flynn colocar ordem na casa.
— Vamos com calma, pessoal — disse ela e imediatamente todos silenciaram. — A primeira coisa que temos que decidir é onde faremos.
— Pode ser lá em casa — sugeriu King.
— Você quer que todo mundo vá para o Maine, Stephen?
— Por que não? O Maine é um ótimo lugar depois que você o conhece.
— Quem leu os seus livros pode ter uma ideia diferente — retrucou Benjamin
— Eu não estou convidando ninguém para ir a Derry, relaxem. Lá em casa é tranquilo. Prometo. A única coisa a se preocupar é com a Molly, The Thing of Evil.
— Quem?! — perguntaram John Green e Hemingway apavorados.
— Minha cadelinha — respondeu King rindo e arrancando suspiros aliviados dos colegas.
— Ótimo. Definido o local. — sentenciou Flynn, antes que a conversa mudasse de rumo — Agora quem se responsabiliza pela lista de convidados?
— Eu aceito o desafio — disse Jane Austen
— Mas não convida só gente elegante — pediu King. — Alguns monstros sempre animam a festa.
— Que festas você frequenta, Stephen? — questionou ela horrorizada.
— E quanto à decoração? — perguntou Flynn
— Podem deixar comigo. Estou planejando algo mágico. — disse J.K. Rowling
— Agora comidas — disse Agatha Christie
— E bebidas! Não esqueçam as bebidas — interrompeu Hemingway
— Eu preparo o bolo — ofereceu Agatha solicita
— Não! — exclamaram todos em uníssono
— Por que isso? Eu sou uma boa cozinheira — quis saber Agatha ofendida.
— A gente acredita em você, Agatha. No entanto, creio que falo por todos aqui presentes quando digo que ninguém vai querer comer um bolo preparado por você — explicou Jane delicadamente.
— Ossos do ofício — disse Stephen King ao ouvido da velhinha — Você viu como eles reagiram sobre o Maine. Não podemos levar para o lado pessoal, Agatha.
— Você comeria o meu bolo, Stephen?
— Eu....bem. Tabitha não me deixa mais comer açúcar. Sabe como é, eu ganhei uns quilinhos.
Definidos todos os itens essenciais com os quais bons anfitriões costumam se preocupar, faltava agora o mais essencial de todos: garantir que quem realmente tinha que estar na festa, estivesse na festa.
— Pessoal, mais uma coisa: quem vai levar eles para o Maine? — perguntou Rowling
— Cuidado que eles são desconfiados — alertou Jane.
— Eles aprenderam comigo.
— Sim, Agatha. A gente sabe que tudo começou com você. Eles sempre deixam isso bem claro.
— Não fique enciumado, Stephen. Eles amam você também.
— Eu levo! — disse Martin — Eles confiam em mim.
— Você tem certeza?
— Claro! Eles sabem que comigo ninguém corre risco. Todos sobrevivem até o final.
Ficou claro pelos olhares que ninguém concordava, mas era Martin. Melhor não discordar. No dia da festa, a expectativa era grande, mas George tinha uma carta na manga.
— Para o aniversário de 8 anos de vocês eu tenho um presente. Mas vocês vão precisar vir até o Maine comigo.
— Para o Maine? Nós não temos tempo de ir para o Maine. Não podemos deixar para outra época? Para o natal, talvez?
— Bom, vocês é quem sabem. Mas o presente é o livro Os Ventos dos Inverno. Todo mundo reclama que eu não termino de escrever o sexto livro das Crônicas de Gelo e Fogo. Terminei. E vocês podem ler.
— Para o Maine? Nós não temos tempo de ir para o Maine. Não podemos deixar para outra época? Para o natal, talvez?
— Bom, vocês é quem sabem. Mas o presente é o livro Os Ventos dos Inverno. Todo mundo reclama que eu não termino de escrever o sexto livro das Crônicas de Gelo e Fogo. Terminei. E vocês podem ler.
— Jura?
— Isso quer dizer que vocês topam o passeio?
Chegando na casa, a desconfiança bateu.
— Não é aqui que o King mora?
— Sim. Eu deixei o livro com ele. Uma obra dessas precisa de proteção e o Stephen chamou o Cujo para vigiar o original.
— O Cujo está aí dentro? Quem sabe você traz o livro aqui fora?
— Provem que vocês são merecedores da leitura — desafiou ele. — Enfrentem o medo. E agradeçam que não é o Pennywise.
É claro que ninguém recusaria uma oportunidade dessas. Stephen King apareceu na porta e guiou o caminho com um sorriso debochado no rosto. Foi então que as luzes se acenderam e todas as vozes gritaram juntas: Surpresa!
Estavam ali todos os autores que marcaram a história do Além da Contracapa nestes 8 anos reunidos para comemorar a data.
— Quer dizer então que não tem livro nenhum? Foi só um truque para nos trazer até aqui?
— Vocês realmente caíram nessa? — debochou Martin
— Então o Cujo também não está aqui?
— Era mais fácil o Cujo dar as caras do que este aqui terminar de escrever o livro — riu King, batendo no ombro de Martin
— Ora, crianças. E eu falei para a turma que vocês eram desconfiados e vocês acreditaram em tudo. Eu achei que tinha educado vocês tão bem — disse Agatha decepcionada.
— O truque, Agatha, é ... — mas antes de completar a frase, Martin hesitou — Eu não preciso ensinar truques para você, Rainha do Crime.
— Ninguém vai ensinar nada para ninguém — disse Hemingway — É dia de festa. Vamos, comemorem! Bebam!
Quem ousaria discordar de Hemingway? Afinal, a ideia toda viera dele. Ele estava certo lá quando sugeriu a festa. Devia estar certo aqui também.
12 comentários:
Carambolas!!!!!
Adorei, adorei!!!!!
Ninguém em sã consciência ousaria discordar de Hemingway e que venham as bebidas e toda esta alegria e diria eu, nos meus mais sorridentes devaneios, sonho em ver todas estas feras assim reunidas!
Todos que já passaram aqui pelo blog e sei que se fossem todos ser incluídos neste contos, ficaríamos aqui até beirando o ano de 3498574549059.
Viva estes oito anos! Viva!!!!!
Beijo
Alê e Mari!
Há anos que acompanho as festas do Além da Contracapa e sempre fico com a maior vontade de estar presente e com ess não é diferente.
Já imaginou estar comemorando ao lado dos melhores escritores que incentivaram o Além? Sensacional.
Parabéns por mais essa comemoração.
cheirinhos
Rudy
AAAAAH
Amo quando fazem essas conversas entre autores; e que autores, né?
Queria estar nesse jantar só pra conhecer Benjamin e Jane - o John também.
Arriscaria ir para o Maine no balão de It só para comemorar com vocês. 💖
Beijos
Oi Alê e Mari
Primeiramente parabéns pelos 8 anos de blog. Faz tempinho que acompanho vocês e adoro os vídeos de fim de ano.
Eu achei genial este texto, ameii. Vocês são muito criativos. Adorei.
Beijinhos
https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com/
Olá! ♡ Ahhh, eu adorei esses diálogos, me diverti muito enquanto lia! Adorei ver tantos autores maravilhosos juntos ♡
Parabéns pela criatividade e pelos oito anos do Além da Contracapa! Faz pouco tempo que conheci o Blog, mas estou adorando as resenhas e indicações!
Beijos! ♡
Ahhh, quanta criatividade, simplesmente adorei esse diálogo entre os autores!!!
Parabéns pelos 8 anos do blog. E que venha muitos outros pela frente.
Meu, que incrível!
Minha imaginação foi nas alturas e voltou kkkkk
Feliz aniversário, Além da Contracapa!
Oiii ❤ Quanta criatividade! Parabéns pelo texto. Gostei que vocês colocaram vários autores conhecidos juntos, ainda mais porque misturaram alguns de outra época com outros mais atuais.
Vocês têm muito talento, a história ficou tão boa!
Beijos ❤
Que incrível! Não pude passar aqui para comemorar o aniversário do AC, mas sempre desejo o melhor pra vocês. Adorei o texto.
Beijos!
Oi, Mari e Alê
Nossa quanta criatividade, já pensaram em escrever um livro?
Eu ia ler com um imenso prazer.
Adorei esse diálogo, tenho certeza que a festa seria muito legal. Ir para o Maine seria um sonho e assustador ao mesmo tempo.
Parabéns ao blog! Que venham mais e mais anos, sucesso!
Beijos
Mari e Alê!
Parabéns!
Pelo Além da Contracapa e por esse texto divertidíssimo!
Adorei!
Aii eu ri com o King! Bem ele mesmo!
Ficou muito da hora!
Bjs
Oi, Alê e Mari!!
Parabéns pelos oito anos do Alem da Contracapa! E adoraria participara dessa festa cheia de escritores maravilhosos, mesmo que Maine seja um pouco assustador.
Bjos
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