quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

RESENHA: Marina

“Marina me disse um dia que a gente só se lembra do que nunca aconteceu. Ainda ia se passar uma eternidade antes que eu pudesse compreender essas palavras. Mas é melhor começar do inicio, que nesse caso é o final.” (ZAFÓN, 2011, pag.7)

É com essas palavras que Carlos Ruiz Zafón inicia “Marina”: um belo livro que mescla mistério, aventura e romance, entre outros elementos.

Óscar Drai gosta de se aventurar pelas ruas de Barcelona quando chegam ao fim suas aulas no internato. Num desses dias, ele se depara com uma casa misteriosa, com aspecto de abandonada, mas que é o lar da bela Marina e seu pai German. Um dia, Marina e Oscar decidem seguir uma misteriosa mulher de negro até o cemitério e a partir daí se envolvem em uma aventura sobrenatural.

O grande mistério do livro, como o título sugere, é Marina e seu significado na vida de Óscar. Uma grande amizade surge imediatamente entre os dois e Óscar passa a ser parte da família da menina, convivendo com German e conhecendo também sua história (outro mistério do livro). Essa é uma das belezas em “Marina”. Zafón consegue criar várias tramas envolvendo os mesmos personagens e ir revelando suas histórias ao longo do livro. Acompanhamos assim não apenas o relacionamento de Marina e Óscar, mas de Marina e German (a união de pai e filha), de German e sua falecida esposa, além de todos os envolvidos na história de Mijail Kolvenik e Eva Irinova (o núcleo sobrenatural do livro), o mistério da dama de negro e o significado da borboleta negra de asas abertas.

Alguma coisa em “Marina” soa mágica. Não sei se é a história ou a maneira de Zafón conta-la. Provavelmente a união dos dois. Eu nunca havia lido Carlos Ruiz Zafón antes (Sim, pasme! Nem ao menos “A Sombra do Vento”. Mas isso é algo que pretendo corrigir logo) e me encantei com a maneira como o autor escreve. É indescritível.

Em suma, o livro me chamou a atenção pelo tratamento que dá a importância do amor e da amizade e do que sentimentos como esses ao capazes. E veja bem que estamos falando, principalmente, de um menino de 15 anos e uma menina de 16, sem darmos a trama ares de novela mexicana ou romances açucarados. Estamos falando de duas pessoas que se conectam e vivem juntas fortes experiências, marcando profundamente a vida um do outro.

Por alguma razão, ao terminar de ler o livro, me lembrei de um filme que assisti há muito tempo: “Lembranças de um Verão”, com o magnífico Anthony Hopkins, baseado em um livro de Stephen King (ressalto que me refiro ao filme, pois não li o livro). É um belo filme que também fala da importância da amizade e de como algumas experiências podem marcar a vida de uma pessoa para sempre. Acho que isso resume bem “Marina”. É um belo livro que, envolto em uma atmosfera sobrenatural, aborda temas universais e pode ser apreciado por fãs dos mais diversos gêneros.

Título: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Nº de páginas: 189
Editora: Suma de Letras

6 comentários:

Anônimo disse...

Oi Oii.. ótima resenha (: A cada resenha que leio desse livro sinto mais vontade de lê-lo. Parece realmente ótimo.

@SetordaLeitura
setordaleitura.blogspot.com

Pedro Sales disse...

Oi Mari amei a resenha :-)
Adoro livros que possui um Q de mistério!

Unknown disse...

Ótimo livro, a historia é realmente boa, não tem como nao ler!!!

Unknown disse...

Amo, amo esse livro ^ - ^ É um dos meu preferidos. Já o li duas vezes, e assim que minha amiga o trouxer pretendo lê-lo de novo.
Já comecei a gostar da estória logo no início - o que é raro na maioria das leituras que faço - por causa do misterioso casarão. Gosto de jeito determinado e aventureiro de Marina, que ao estar em certas condições me deixou muito triste e me fez chorar bastante. Gosto também de Óscar, e suas fugidas do colégio para passear pela cidade e se encontrar com Marina. A amizade que surge entre eles é muito linda.
O German é um verdadeiro cavalheiro, e também culto e com grande paixão pela arte.
Outra coisa que gosto em livros e que tem em Marina é que se conta uma estória de outras pessoas em outro tempo dentro da própria estória do livro.
Enfim, amo essa obra de Carlos Ruiz Zafón. Em breve quero conhecer outras obras dele.
Bjos.

Rubro Rosa disse...

Engraçado que quando li Marina não consegui ver as letras do Zafón. Creio que por ter amado O Jogo do Anjo, não conseguia identificar a escrita dele...Fugiu do que conhecia. Mas por nenhum segundo, foi ruim, ao contrário.. Espetacular.
Por esta mistura de amizade, de saudade e de mistério..e porque não, de amor?
Super recomendado!
Beijo

Unknown disse...

Quem se lembra do nome da borboleta negra?

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