“Algo quente estava escorrendo pelo seu braço em direção ao chão, e uma escuridão diferente a envolveu por todos os lados. A última coisa que ouviu veio de muito longe, como num sonho, foi uma forte risada final...” (PRESTON; CHILD, 2011, p.233)
Iniciarei essa resenha, aproveitando o trocadilho que o título “Dança da Morte” me proporciona, dizendo que o meu entusiasmo para com o livro foi, desde o momento em que tive conhecimento dele até o momento em que terminei de ler, uma dança. Ora me animava, ora me desanimava. Quando li a sinopse, pensei: “É um livro de suspense que se cair em minhas mãos vou ler (como faço com qualquer livro de suspense que caia em minhas mãos), mas caso o contrário, vou deixar passar”. Eis que, para minha surpresa, ganhei o livro e visto que livro novo é sempre algo extremamente convidativo, a partir daquele momento, mal pude esperar para começar a leitura. Devo mencionar também que resenhas empolgadas aumentaram consideravelmente minhas expectativas. Assim, meu interesse ia para lá e para cá.
Vamos à trama: o tenente D’Agosta recebe uma carta de seu amigo, o agente do FBI Aloysius Pendergast, desaparecido e supostamente morto, alertando-o sobre um imenso perigo e pedindo sua ajuda. Pendergast sabe que seu irmão, Diogenes (um homem extremamente inteligente, mas bastante perturbado e cruel – pessoalmente, meu tipo preferido de vilão), planeja cometer um crime terrível que abalará toda cidade de Nova York e isso acontecerá dentro de uma semana. Pendergast conta com a ajuda de D’Agosta para impedir que seu irmão obtenha sucesso, até porque o plano de Diogenes inclui a morte de todas as pessoas queridas a seu irmão, o que afeta D’Agosta diretamente.
O primeiro capitulo do livro é tenso e aterrador (não vou contar o que acontece porque detesto resenhas com spoiler) e dá uma impressão equivocada do que virá a seguir, pois essas são as únicas páginas em que vemos tamanho terror. Isso me incomodou bastante. Começar com um clima que não prosseguiria ao longo do livro. Demorei muitas paginas para me livrar daquela primeira impressão até perceber que o livro não enveredaria por aquele caminho. Achei estranho. E já que estou falando das primeiras páginas, devo dizer que até próximo da pagina 300 eu não me empolguei com a trama que apresenta vários personagens e várias situações, sem permitir ao leitor compreender como todas irão se encaixar. Normalmente isso é algo que eu adoro e que me estimula a desvendar a trama antes que ela seja desvendada a mim. O problema é que em “Dança da Morte” os personagens não me cativaram, de forma que eu não me importava com o que acontecia fora do núcleo da investigação. Além disso, vários capítulos me pareceram perfeitamente dispensáveis (por exemplo, o capitulo do jantar entre Nora e Margo) e pareciam estar ali só para unir dois momentos ou introduzir o próximo capítulo, mas sem acrescer nada à trama. É um livro de 502 páginas que poderia muito bem ter 400.
Eu não chegaria a dizer que o livro é ruim. Não é o caso para tanto. A trama faz sentido e as pontas se amarram. Não vou dizer que tudo foi previsível, mas também nada foi uma grande surpresa. Alias, foi até decepcionante, porque para mim a maior expectativa não estava relacionada aos crimes em si, mas ao motivo de tanto ódio que Diogenes sentia por seu irmão e isso não foi esclarecido. Claro, é importante dizer que “Dança da Morte” é o segundo livro de uma trilogia escrita pelos autores Douglas Preston e Lincon Child. O livro sucede “Enxofre” e precede “O Livro dos Mortos” e o final é bastante feliz ao deixar o leitor com curiosidade para ler o livro seguinte, ou seja, é provável que no próximo livro a minha duvida seja sanada, mas ainda assim, foi decepcionante. Da forma como as os eventos se encerraram, Diogenes, o grande vilão, me pareceu um personagem forçado e tudo o que ele fez me pareceu sem sentido. A própria apreensão de seu irmão, o agente Pendergast, a respeito do que Diogenes seria capaz de fazer me pareceu exagerada (“Como ele sabia que seu irmão era assim tão cruel?”), alias, do jeito que foi descrito, eu imaginava que o “grande crime” seria uma verdadeira catástrofe (daquelas que exige o super Jack Bauer da finada série "24 Horas” para salvar o dia) e essa foi mais uma decepção.
Agora você deve estar se perguntando, depois de tudo isso, como eu mencionei anteriormente que “não diria que o livro é ruim”. É porque não é mesmo. Eu nenhum momento eu perdi a vontade de continuar lendo ou de saber o que iria acontecer, mas não é um livro que ficará gravado em minha memória. Talvez se eu me aventurasse a ler a trilogia completa eu mudasse de opinião. Então é curioso que depois de toda a dança eu me encontre exatamente onde comecei: se os outros livros caírem na minha mão, irei ler. Caso o contrário encerro aqui mesmo o meu relacionamento com o tenente D’Agosta e o agente Pendergast. 502 páginas foram suficiente para a gente.
Título: Dança da Morte
Autores: Douglas Preston e Lincon Child
Nº de páginas: 502
Editora: Record
Iniciarei essa resenha, aproveitando o trocadilho que o título “Dança da Morte” me proporciona, dizendo que o meu entusiasmo para com o livro foi, desde o momento em que tive conhecimento dele até o momento em que terminei de ler, uma dança. Ora me animava, ora me desanimava. Quando li a sinopse, pensei: “É um livro de suspense que se cair em minhas mãos vou ler (como faço com qualquer livro de suspense que caia em minhas mãos), mas caso o contrário, vou deixar passar”. Eis que, para minha surpresa, ganhei o livro e visto que livro novo é sempre algo extremamente convidativo, a partir daquele momento, mal pude esperar para começar a leitura. Devo mencionar também que resenhas empolgadas aumentaram consideravelmente minhas expectativas. Assim, meu interesse ia para lá e para cá.
Vamos à trama: o tenente D’Agosta recebe uma carta de seu amigo, o agente do FBI Aloysius Pendergast, desaparecido e supostamente morto, alertando-o sobre um imenso perigo e pedindo sua ajuda. Pendergast sabe que seu irmão, Diogenes (um homem extremamente inteligente, mas bastante perturbado e cruel – pessoalmente, meu tipo preferido de vilão), planeja cometer um crime terrível que abalará toda cidade de Nova York e isso acontecerá dentro de uma semana. Pendergast conta com a ajuda de D’Agosta para impedir que seu irmão obtenha sucesso, até porque o plano de Diogenes inclui a morte de todas as pessoas queridas a seu irmão, o que afeta D’Agosta diretamente.
O primeiro capitulo do livro é tenso e aterrador (não vou contar o que acontece porque detesto resenhas com spoiler) e dá uma impressão equivocada do que virá a seguir, pois essas são as únicas páginas em que vemos tamanho terror. Isso me incomodou bastante. Começar com um clima que não prosseguiria ao longo do livro. Demorei muitas paginas para me livrar daquela primeira impressão até perceber que o livro não enveredaria por aquele caminho. Achei estranho. E já que estou falando das primeiras páginas, devo dizer que até próximo da pagina 300 eu não me empolguei com a trama que apresenta vários personagens e várias situações, sem permitir ao leitor compreender como todas irão se encaixar. Normalmente isso é algo que eu adoro e que me estimula a desvendar a trama antes que ela seja desvendada a mim. O problema é que em “Dança da Morte” os personagens não me cativaram, de forma que eu não me importava com o que acontecia fora do núcleo da investigação. Além disso, vários capítulos me pareceram perfeitamente dispensáveis (por exemplo, o capitulo do jantar entre Nora e Margo) e pareciam estar ali só para unir dois momentos ou introduzir o próximo capítulo, mas sem acrescer nada à trama. É um livro de 502 páginas que poderia muito bem ter 400.
Eu não chegaria a dizer que o livro é ruim. Não é o caso para tanto. A trama faz sentido e as pontas se amarram. Não vou dizer que tudo foi previsível, mas também nada foi uma grande surpresa. Alias, foi até decepcionante, porque para mim a maior expectativa não estava relacionada aos crimes em si, mas ao motivo de tanto ódio que Diogenes sentia por seu irmão e isso não foi esclarecido. Claro, é importante dizer que “Dança da Morte” é o segundo livro de uma trilogia escrita pelos autores Douglas Preston e Lincon Child. O livro sucede “Enxofre” e precede “O Livro dos Mortos” e o final é bastante feliz ao deixar o leitor com curiosidade para ler o livro seguinte, ou seja, é provável que no próximo livro a minha duvida seja sanada, mas ainda assim, foi decepcionante. Da forma como as os eventos se encerraram, Diogenes, o grande vilão, me pareceu um personagem forçado e tudo o que ele fez me pareceu sem sentido. A própria apreensão de seu irmão, o agente Pendergast, a respeito do que Diogenes seria capaz de fazer me pareceu exagerada (“Como ele sabia que seu irmão era assim tão cruel?”), alias, do jeito que foi descrito, eu imaginava que o “grande crime” seria uma verdadeira catástrofe (daquelas que exige o super Jack Bauer da finada série "24 Horas” para salvar o dia) e essa foi mais uma decepção.
Agora você deve estar se perguntando, depois de tudo isso, como eu mencionei anteriormente que “não diria que o livro é ruim”. É porque não é mesmo. Eu nenhum momento eu perdi a vontade de continuar lendo ou de saber o que iria acontecer, mas não é um livro que ficará gravado em minha memória. Talvez se eu me aventurasse a ler a trilogia completa eu mudasse de opinião. Então é curioso que depois de toda a dança eu me encontre exatamente onde comecei: se os outros livros caírem na minha mão, irei ler. Caso o contrário encerro aqui mesmo o meu relacionamento com o tenente D’Agosta e o agente Pendergast. 502 páginas foram suficiente para a gente.
Título: Dança da Morte
Autores: Douglas Preston e Lincon Child
Nº de páginas: 502
Editora: Record
1 comentários:
Nossa, isso é que eu chamo de uma bela resenha! É de resenhas assim que gosto: objetivas. Gosto muito de ler resenhas onde o autor da postagem relata suas impressões sobre o livro. Estou acostumado a ler "sub-resenhas", onde as pessoas ficam narrando os acontecimentos do livro, como se fosse uma sinopse. E eis que encontro, neste blog "Além da Contra Capa", uma resenha excelente! Parabéns Mariana!
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