“Sim – disse o vulto na sombra -, você está morrendo, Jéssica. É bonito ver sua passagem.” (PATTERSON, p.7, 2011)
Todo mundo merece uma segunda chance. Esse era o meu pensamento quando iniciei a leitura de “5º Cavaleiro” de James Patterson, visto que a minha primeira experiência com o autor (que ocorreu através de “Private”) deixou muito a desejar. Lamento dizer que o mesmo aconteceu desta vez.
Uma história do Clube das Mulheres Contra o Crime, “5º Cavaleiro” envolve a tenente Lindsay e suas amigas em dois casos: os misteriosos assassinatos de jovens encontradas em roupas caríssimas, nunca antes utilizadas, dentro de carros; e inexplicáveis mortes no Hospital Municipal de São Francisco: pacientes internados com problemas pequenos, ou quase completamente recuperados, morrem de uma hora para a outra.
Que livros policiais precisam ter uma narrativa rápida isso ninguém duvida. Mas existe uma diferença entre uma narrativa rápida e um livro que parece só querer contar uma história e chegar logo ao final, deixando a narrativa pela metade. Essa foi a minha impressão a respeito de “5º Cavaleiro”. Os capítulos são absurdamente curtos (em geral um por página) e encerram sem ter avançado na história ou ter avançado muito pouco, o que me levava a me perguntar – toda a vez – qual havia sido sua função.
Todo mundo merece uma segunda chance. Esse era o meu pensamento quando iniciei a leitura de “5º Cavaleiro” de James Patterson, visto que a minha primeira experiência com o autor (que ocorreu através de “Private”) deixou muito a desejar. Lamento dizer que o mesmo aconteceu desta vez.
Uma história do Clube das Mulheres Contra o Crime, “5º Cavaleiro” envolve a tenente Lindsay e suas amigas em dois casos: os misteriosos assassinatos de jovens encontradas em roupas caríssimas, nunca antes utilizadas, dentro de carros; e inexplicáveis mortes no Hospital Municipal de São Francisco: pacientes internados com problemas pequenos, ou quase completamente recuperados, morrem de uma hora para a outra.
Que livros policiais precisam ter uma narrativa rápida isso ninguém duvida. Mas existe uma diferença entre uma narrativa rápida e um livro que parece só querer contar uma história e chegar logo ao final, deixando a narrativa pela metade. Essa foi a minha impressão a respeito de “5º Cavaleiro”. Os capítulos são absurdamente curtos (em geral um por página) e encerram sem ter avançado na história ou ter avançado muito pouco, o que me levava a me perguntar – toda a vez – qual havia sido sua função.
Sei que estou correndo risco de ser apedrejada em praça pública, mas preciso dizer que a história também deixou a desejar. A investigação do assassinato das moças é comum e seu desfecho não só não é surpreendente como deixa pontas soltas. Em nenhum momento fica claro o porquê dos crimes terem sido cometidos e essa é, para mim, uma resposta tão – ou até mais – importante, do que o mero “quem é o assassino”. Algo semelhante acontece nos casos do hospital. Essa falta de respostas seria frustrante em qualquer livro, mas quando a história é bem guiada e a jornada é boa, a frustração se dissolve um pouco (como aconteceu comigo ao ler “O Poeta”, de Michael Connelly), mas quando nem isso se tem, fica difícil.
Mas se você gosta de um livro que pode ser lido rapidamente (apesar de tudo, li em um dia) e que não exija muito de você, “5º Cavaleiro” é um prato cheio. A narrativa flui rapidamente, mas nesse caso não considero isso um elogio. Para mim ficou a impressão de que o livro foi escrito às pressas, sem aquela revisão, aquele esmero, aquela “lapidada” que todo o texto precisa para ficar bom. Como se o autor escrevesse para contar a história e partir logo para outra (mais ou menos do jeito que o leitor vai ler o livro).
Há algum tempo li uma entrevista de James Patterson a respeito do seu processo industrializado da escrita. E então, para o meu choque, descobri que o autor cria a história, escreve um resumo detalhado dela e dá para um colaborador escrever o livro. Depois dessa descoberta, fiquei me perguntando se o que me desagradou nos dois livros de Patterson que li foi o autor ou Maxine Paetro, sua colaboradora em ambos. Tendo isso em mente, apesar das decepções, é possível que eu ainda volte a ler James Patterson. Provavelmente a série Alex Cross, personagem que já conheci nos filmes “Na teia da aranha” e “Beijos que matam”, ambos bons, mas com desfechos semelhantes, a meu ver.
Todo mundo merece uma segunda chance. E se você é “o autor de suspense mais vendido do mundo” talvez mereça até mesmo uma terceira. Talvez, não sei. É possível que um dia eu arrisque e aí veremos se Alex Cross é capaz de me conquistar, mas sinceramente, acho muito difícil.
Título: 5º Cavaleiro
Autor: James Patterson e Maxine Paetro
Nº de páginas: 213
Editora: Arqueiro
Autor: James Patterson e Maxine Paetro
Nº de páginas: 213
Editora: Arqueiro
9 comentários:
Mari, sua resenha ficou ótima. Compartilhamos da mesma opinião quando se trata de James Patterson. Não o vejo como um autor ruim, porém, assim como você, me sinto incomodada com a narrativa corrida na qual ele costuma desenvolver. Li um outro livro dele - não faz muito tempo - que me deixou totalmente sem emoção, ou sem ansiedade. Não acho nada instigante essa falta de gancho na transição dos capítulos, tampouco essa coisa da história correr depressa, mas sem sair do lugar. Meio frustrante, não?
Lembro que na época me senti receosa em falar sobre isso, mas vejo que outros compartilham da mesma opinião que a minha, portanto, não se sinta mal. Você não será apedrejada, prometo! Hahahaha. Enfim... uma pena tudo isso, porque se bem desenvolvidas, as propostas do autor seriam um estouro. Acredito, entretanto, que temáticas assim precisam de fato de uma boa inovação para surpreender, o que neste caso não aconteceu, pelo que percebi. :\
Um abraço!
http://universoliterario.blogspot.com/
Segunda chance e segunda decepção... realmente é difícil de dar a terceira chance. Na minha opinião o problema deve ter sido essa questão que ele comentou na entrevista. Talvez se você ler algo que ele mesmo escreveu, pode ser que a coisa melhore. Caso não aconteça a química nessa nova tentativa, é melhor deixar de lado mesmo. Rsrsrs
Ainda não li nada dele, mas pretendo ler, e já aproveito e começo por um que tenha sido escrito apenas por ele.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Ai, Mari, sua resenha me desanimou porque tive a mesma experiência que você com Private e eu apostava nessa série hehe.
Eu vou ler Lua de Mel dele, vamos ver se eu não me decepciono.
De fato, pode ser a colaboradora o fruto da decepção...
Beijão!
Triste é saber que o autor apenas cria a história e outra pessoa escreve o livro. Eu acho que o erro é esse, porque duas pessoas dificilmente tem a mesma ideia. E faze-la dar sentindo nessa situação, para mim é difícil.
Confesso que não sou uma fã do gênero policial, e não me animo quando a série é longa :/ Não sabia dessa história de o autor só criar a base da história! Decepcionou, agora! Haha, acho que vou passar longe. Não quero mais decepções com o gênero!
Beijo, Larissa
Another Words
http://anothersimplewords.blogspot.com/
Acho que realmente o gênero policial não é o estilo do autor. Eu li "Diário de Suzanna Para Nicolas" e amei, é um livro muito bom. E logo quando pequei o Alex Cross, nossa, senti uma enorme diferença. Nem parece que é a mesma pessoa. Já vi vários dos livros dele por 4,90 mas nunca tive vontade de comprar. E agora tenho menos ainda.
Beijos, Dai :*
GFC - Daiane Carvalho
Que pena Mari. EU li Private e ao contrário de ti, gostei muito. Principalmente pela proposta do autor.
Acho sim que a narrativa dele é bem rápido (algo que não acho necessário no gênero), o que pode motivar muitos leitores.
Eu tenho esse livro, só que quero ver se consigo ler na sequencia, e falta o primeiro.
Vamos ver o que acharei quando chegar lá.
Triste que você não gostou.
liliescreve.blogspot.com
O único livro que li do James Patterson que agora nem sei se foi ele que escreveu ou foi algum colaborador, foi O diário de Suzanna para Nicolas e gostei muito dele. Não sei se um dia lerei algum outro livro do autor mas espero que sim.
Acabei de ler este livro e ele não leva a nada! É como você descreve são histórietas que não chegam à conclusão. Li e não gostei, é um livro medíocre, que como comédia não diverte, como drama não emociona, muito melhor seria estar assitindo a reprise de Cabloca no canal Viva. Kkkk Gostei da sua análise.
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