“Seus lábios roçaram os meus, as palmas quentes em meu
rosto. Nosso beijo teve gosto de sangue e lágrimas. De chuva e poeira. De dor e
de alívio. Mas, acima de tudo, significava uma promessa. Um voto de que nunca
deixaríamos que nada nos acontecesse.” (WINNACKER, 2013, p. 236).
***
Contando com uma premissa interessante e intrigante, além de
uma boa pontuação na página da Amazon americana, esperava encontrar uma
distopia original e criativa. Apesar da excelente ideia, me pareceu que Suzanne Winnacker não
soube aproveitar todo o potencial de sua estória.
Sherry e sua família estão escondidos em um bunker há três
anos, desde o momento em que um vírus da raiva modificado se espalhou pelo país,
e que transforma humanos em uma espécie de zumbi. Quando ficam sem comida,
Sherry e seu pai são obrigados a sair do esconderijo e se aventurar em uma
cidade tomada por criaturas medonhas.
O leitor é introduzido a este apocalíptico mundo pelo olhar
de Sherry, uma adolescente de quinze anos. A narrativa em primeira pessoa é
fluída e simples, condizente com sua narradora, todavia, carece de
profundidade, assemelhando-se muito mais a um simples relato.
Além disso, livros narrados em primeira pessoa precisam de
um protagonista carismático, porém, Sherry simplesmente não empolga. Embora se
apresente como uma adolescente que se tornou adulta por causa das
circunstâncias, suas atitudes impulsivas demonstram justamente o contrário.
A trama é bastante linear, sendo que não conta com muitas
reviravoltas. Nos últimos capítulos o leitor é surpreendido por revelações
inesperadas, que dariam um novo fôlego a estória. Infelizmente, o livro acaba ao
atingir seu ápice e este é o motivo da minha revolta: se a obra faz parte de uma
saga, tal fato deveria estar informado na capa/sinopse; se não é uma saga, então a
autora deveria ter contado a estória até o fim (ou ter escolhido outra
profissão).
Creio que o enfoque de Suzanne era destacar a diferença entre
os dois mundos, antes e depois da epidemia, não sendo de seu interesse contar o
restante da estória. Mesmo sendo inovador e criativo, a frustração criada por
um final sem desfecho não valeu a pena.
De qualquer forma, para todos aqueles que gostam de uma de
uma leitura rápida e descompromissada, que conta com um pano de fundo
distópico, A Outra Vida pode ser uma boa opção, desde que você não se importe
com um final em aberto.
UPDATE: O livro, de fato, faz parte de uma saga. Após encerrar a leitura, não encontrei na internet nenhum referência a uma possível continuação da obra, nem mesmo no blog da autora. Porém, em uma nova pesquisa, consegui encontrar o segundo volume da saga, The Life Beyond, lançado em 19 de agosto de 2013.
UPDATE: O livro, de fato, faz parte de uma saga. Após encerrar a leitura, não encontrei na internet nenhum referência a uma possível continuação da obra, nem mesmo no blog da autora. Porém, em uma nova pesquisa, consegui encontrar o segundo volume da saga, The Life Beyond, lançado em 19 de agosto de 2013.
Autora: Suzanne Winnacker
N.º de páginas: 268
Editora: Novo Conceito
7 comentários:
Acontece muito - até demais - isso de haver uma história boa e o autor não conseguir aproveita-la. Aliás, pela capa, nem imaginaria que esse livro é distópico e, apesar da resenha nem tão animada, fiquei com um pouco mais vontade de ler. Adorei o "deveria ter escolhido uma outra profissão" haha, mas por fim, fiquei sem entender se era mesmo de uma saga ou não.
Eu até queria ler, mas se é assim tão vazio... Deixa pra lá. :P
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Parece ser um livro para ler quando você não tem nada de interessante para fazer, mas parece ser um pouco lento
livros-e-nutella.blogspot.com
Nossa me animei com sua resenha!! Pra ser sincera nunca li do gênero, mas sempre quis ler um livro que falasse de vírus, refúgio... E me empolguei bastante para poder ler a historia completa, apesar de ser algo "lento", mas como zumbis não deixaria de ler.
É uma pena quando a história é boa, mas o autor não consegue desenvolve-la de maneira adequada, também não gostei de saber que é uma série, não gosto de livros com finais inacabados, ainda mais que o próximo livro nem foi lançado ainda, por isso não costumo ler séries, a não ser que valha muito a pena, o que não me parece ser esse o caso! Bjão! :)
Adriana
A história é interessante!
Achei que o final poderia ter um pouco de emoção, mas como tem continuação, eu relevei esse detalhe.
Beijinhos
www.intheskyblog.blogspot.com.br
Eu me amarro em distopias e em zumbis também. Quando soube do lançamento desse livro, já me interessei. Uma pena que a autora não conseguiu extrair tudo o que essa trama poderia oferecer. Pelo menos a leitura é leve e descompromissada. Ideal para uma tarde preguiçosa, ou uma recuperação de ressaca literária.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
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