“A solidão era extrema porque não era física. Era extrema porque você se sentia só na companhia da pessoa que amava. Era extrema porque estava na sua cabeça, o lugar mais solitário de todos.” (EUGENIDES, 2012, p.77)
“A Trama do Casamento” é um exemplo perfeito de livro que jamais chamaria a minha atenção se não fosse o nome Jeffrey Eugenides, autor de “As Virgens Suicidas”. A sinopse, que promete um triângulo amoroso, não só não me atrairia como eu provavelmente nem chegaria a lê-la com base no título. Mas tendo gostado tanto da estreia de Eugenides, seu nome foi incentivo suficiente para que eu lesse as primeiras páginas e, a partir delas, não é nada difícil querer ler as que se seguem.
Madeleine está prestes a se formar na faculdade. Sua monografia tem como tema os romances em que a mocinha precisa escolher entre dois pretendentes – exatamente o dilema em que ela se encontra. Na sua vida, ela tem o belo Leonard, com quem vive um romance complicado, e Mitchell, o cara que nunca chegou a ser nada mais do que a promessa de um romance.
“A Trama do Casamento” é um exemplo perfeito de livro que jamais chamaria a minha atenção se não fosse o nome Jeffrey Eugenides, autor de “As Virgens Suicidas”. A sinopse, que promete um triângulo amoroso, não só não me atrairia como eu provavelmente nem chegaria a lê-la com base no título. Mas tendo gostado tanto da estreia de Eugenides, seu nome foi incentivo suficiente para que eu lesse as primeiras páginas e, a partir delas, não é nada difícil querer ler as que se seguem.
Madeleine está prestes a se formar na faculdade. Sua monografia tem como tema os romances em que a mocinha precisa escolher entre dois pretendentes – exatamente o dilema em que ela se encontra. Na sua vida, ela tem o belo Leonard, com quem vive um romance complicado, e Mitchell, o cara que nunca chegou a ser nada mais do que a promessa de um romance.
Eugenides pega o mais clichê dos plots (o triângulo amoroso) e o transforma em uma história livre de clichês.
O texto exprime uma força e vitalidade cativantes e deixa claro que o autor quer que seu leitor invada a alma dos personagens e os conheça a fundo. Tendo isso como mais importante, a sequencia cronológica fica em segundo plano e não raro Eugenides vai e volta, trazendo à tona acontecimentos do passado conforme eles se encaixam na revelação de quem esses personagens são e o que buscam.
É por isso que a opinião que eu tinha sobre eles mudou inúmeras vezes durante a leitura. Se a princípio eu acreditava que Leonard e Mitchell eram coadjuvantes da história de Madeleine, aos poucos descobri que ambos eram tão importantes quanto ela. Se no início eu achava Leonard sem atrativos (um cara que fazia Medeleine se questionar sobre tudo o tempo inteiro, quase como um analista 24 horas), depois passei a considerá-lo o personagem mais interessante da trama. Se Mitchell me parecia o candidato a uma relação mais duradoura e de dinâmica mais funcional, aos poucos passei a enxergá-lo apenas como um cara que mal sabe quem é. Longe de ser confuso, considero isso esclarecedor e revelador da veracidade desses personagens. Eles são reais, tem defeitos, dúvidas e fases. A história inicia às vésperas do fim do período de faculdade do trio, momento esse propício para que partam em busca de descobrir quem são e o que eram. Tudo até ali foi o ponto de partida.
Madeleine não sabe exatamente que rumo tomar na vida. Leonard precisa enfrentar uma luta contra depressão. O romance dos dois eventualmente se torna algo que Madeleine quer se convencer que funciona, apenas porque gostou de acreditar na ideia de que quer estar com esse homem que tantas vezes a fascinou. Enquanto isso, Mitchell mal sabe quem é e busca descobrir isso em meio a obras de caridade na Índia, se afastando cada vez mais do universo que dividia com a mulher dos seus sonhos. Os ares de triângulo amoroso se dissipam conforme conhecemos os personagens e as dúvidas que os atormentam. Queremos saber com quem Madeleine vai ficar, mas o mais importante é saber o que vai acontecer com ela, com Leonard e com Mitchell. Relacionamentos, religião e ciência, são todos temas de que Eugenides se vale.
Dispensando a tradicional divisão em capítulos e optando por trechos longos de narrativa, o autor assume o risco de diminuir a velocidade de leitura (ou talvez o faça de propósito). Embora isso não tenha sido um problema propriamente dito, não posso dizer que a abordagem me agradou, pois inúmeras vezes eu era forçada a interromper a leitura em um momento que não havia sido feito para ser interrompido e, quando me era possível retomar, era preciso reler um trecho para entrar novamente na história.
Sem demarcações rígidas, o autor se utiliza do ponto de vista do trio principal para deixar claro que essa não é tanto a história de um triângulo amoroso, como de três pessoas, entre elas uma mulher que vem a ser o interesse romântico de dois homens.
Infelizmente o livro não caiu em minhas mãos no melhor dos momentos. Por razões que nada tinham a ver com o livro (leia-se: meramente falta de tempo), demorei para ler “A Trama do Casamento” quase o dobro do tempo que eu normalmente levaria para um livro como esse. Isso atrapalhou um pouco a minha leitura já que me deu uma sensação de arrasto que eu acredito não ter, necessariamente, a ver com o livro. Durante boa parte do tempo eu pensava que o livro era bom, mas era uma pena eu não estar conseguindo me dedicar a ele como ele merecia.
“A Trama do Casamento” é o terceiro livro de Jeffrey Eugenides. Seu primeiro, “As Virgens Suicidas” – que inspirou o filme de Sofia Coppola - entrou para a minha lista de melhores leituras de 2013. Seu segundo, “Middlesex” foi agraciado com o Pulitzer. Publicados todos com intervalo de nove anos, cada livro parece deixar ainda mais expectativa para os trabalhos vindouros do autor.
Título: A Trama do Casamento (exemplar cedido pela editora)
Autor: Jeffrey Eugenides
Nº de páginas: 438
Editora: Companhia das Letras
O texto exprime uma força e vitalidade cativantes e deixa claro que o autor quer que seu leitor invada a alma dos personagens e os conheça a fundo. Tendo isso como mais importante, a sequencia cronológica fica em segundo plano e não raro Eugenides vai e volta, trazendo à tona acontecimentos do passado conforme eles se encaixam na revelação de quem esses personagens são e o que buscam.
É por isso que a opinião que eu tinha sobre eles mudou inúmeras vezes durante a leitura. Se a princípio eu acreditava que Leonard e Mitchell eram coadjuvantes da história de Madeleine, aos poucos descobri que ambos eram tão importantes quanto ela. Se no início eu achava Leonard sem atrativos (um cara que fazia Medeleine se questionar sobre tudo o tempo inteiro, quase como um analista 24 horas), depois passei a considerá-lo o personagem mais interessante da trama. Se Mitchell me parecia o candidato a uma relação mais duradoura e de dinâmica mais funcional, aos poucos passei a enxergá-lo apenas como um cara que mal sabe quem é. Longe de ser confuso, considero isso esclarecedor e revelador da veracidade desses personagens. Eles são reais, tem defeitos, dúvidas e fases. A história inicia às vésperas do fim do período de faculdade do trio, momento esse propício para que partam em busca de descobrir quem são e o que eram. Tudo até ali foi o ponto de partida.
Madeleine não sabe exatamente que rumo tomar na vida. Leonard precisa enfrentar uma luta contra depressão. O romance dos dois eventualmente se torna algo que Madeleine quer se convencer que funciona, apenas porque gostou de acreditar na ideia de que quer estar com esse homem que tantas vezes a fascinou. Enquanto isso, Mitchell mal sabe quem é e busca descobrir isso em meio a obras de caridade na Índia, se afastando cada vez mais do universo que dividia com a mulher dos seus sonhos. Os ares de triângulo amoroso se dissipam conforme conhecemos os personagens e as dúvidas que os atormentam. Queremos saber com quem Madeleine vai ficar, mas o mais importante é saber o que vai acontecer com ela, com Leonard e com Mitchell. Relacionamentos, religião e ciência, são todos temas de que Eugenides se vale.
Dispensando a tradicional divisão em capítulos e optando por trechos longos de narrativa, o autor assume o risco de diminuir a velocidade de leitura (ou talvez o faça de propósito). Embora isso não tenha sido um problema propriamente dito, não posso dizer que a abordagem me agradou, pois inúmeras vezes eu era forçada a interromper a leitura em um momento que não havia sido feito para ser interrompido e, quando me era possível retomar, era preciso reler um trecho para entrar novamente na história.
Sem demarcações rígidas, o autor se utiliza do ponto de vista do trio principal para deixar claro que essa não é tanto a história de um triângulo amoroso, como de três pessoas, entre elas uma mulher que vem a ser o interesse romântico de dois homens.
Infelizmente o livro não caiu em minhas mãos no melhor dos momentos. Por razões que nada tinham a ver com o livro (leia-se: meramente falta de tempo), demorei para ler “A Trama do Casamento” quase o dobro do tempo que eu normalmente levaria para um livro como esse. Isso atrapalhou um pouco a minha leitura já que me deu uma sensação de arrasto que eu acredito não ter, necessariamente, a ver com o livro. Durante boa parte do tempo eu pensava que o livro era bom, mas era uma pena eu não estar conseguindo me dedicar a ele como ele merecia.
“A Trama do Casamento” é o terceiro livro de Jeffrey Eugenides. Seu primeiro, “As Virgens Suicidas” – que inspirou o filme de Sofia Coppola - entrou para a minha lista de melhores leituras de 2013. Seu segundo, “Middlesex” foi agraciado com o Pulitzer. Publicados todos com intervalo de nove anos, cada livro parece deixar ainda mais expectativa para os trabalhos vindouros do autor.
Título: A Trama do Casamento (exemplar cedido pela editora)
Autor: Jeffrey Eugenides
Nº de páginas: 438
Editora: Companhia das Letras
5 comentários:
Ah, já ouvi falar sobre essa obra virgens suicidas desse autor.
Não acabo curtindo muito triângulos, mas como ele deu algo inovador "suas palavras", achei bem interessante.
Leonard parece ter te conquistado mesmo, por causa de suas ações com Medeleine.
Essa parte de ler novamente, e sobre não ter lhe agradado, fiquei na dúvida, eu realmente não gosto de não prestar a atenção e voltar parágrafos.
Uma pena não ter sido um de seus melhores.
Abraços Mari,
ThayQ.
Pelo tema e pelo título esse é um livro que normalmente não estaria na minha lista, Mari. Mas pelos seus comentários vejo que mais do que uma história sobre um triângulo amoroso, mas sobre três pessoas se descobrindo e desenvolvendo. Fiquei curiosa pra ler. Ótima resenha.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Confesso que também não o leria se me baseasse apenas nos título e sinopse. Ao ler essa resenha, me convenci de que deve ser um bom livro. Mas tenho um certo probleminha com essa estrutura não tão usual de escrita que o autor usou nesse livro. Geralmente prefiro a divisão em capítulos e, de preferência, que sejam curtos. Mesmo assim, me arriscaria a lê-lo.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Eu era louca para ler As Virgens Suicidas, porém ainda não tive a oportunidade de compra-lo (na verdade tive, só que optei por outro).
Quando li a sinopse imaginei que a história iria ser um daqueles triângulos amorosos extremamente clichês e completamente chatos, mais quando li sua resenha a mesma me cativou a ler o livro e a desfrutar dessa história tão maravilhosa do Eugenides, tomara que não me decepcione.
Oi Mari !
Ao contrário de você eu leria o livro porque o título e a sinopse me interessaram bastante, mas mudei de opinião depois da resenha. Os clichês da história não me incomodaram tanto, mas achei o triangulo amoroso um pouco confusa, e não sei se a leitura me agradaria ! Quando demoro demais pra ler um livro acabo deixando pra lá, e acho que é exatamente o que vai acontecer com esse.. As virgens suicidas é um livro que tenho vontade de ler, espero gostar da escrita do autor!
Bjs
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