Conversa de Contracapa é coluna off topic do blog Além da
Contracapa. Sem limitação temática, iremos explorar todo e qualquer assunto
relacionado ao mundo da literatura.
Nos dias 26, 27 e 28 de junho, a escritora Letícia Wierzchowski (autora de sucessos como “A Casa das Sete Mulheres” e “Sal”) esteve em Passo Fundo lançando seu novo livro, “Navegue a Lágrima” e conduzindo a oficina “A Alegria da Escrita”, promovida pela escola Empório Criativo. É claro que nós, aspirantes a escritores e leitores de vários livros da Letícia, não iríamos ficar fora dessa.
A primeira noite da oficina foi precedida por uma sessão de autógrafos, momento em que conhecemos a autora. Letícia se mostrou extremamente acessível e simpática e ao contarmos a respeito do blog (e pedirmos pela oportunidade de uma entrevista) a autora reconheceu a importância que autores e editoras tem dado à divulgação feita na internet, de leitor para leitor, sem o preconceito que muitas vezes os grandes veículos de comunicação têm. Isso tudo enquanto nós três admirávamos o capricho do projeto gráfico proposto pela Editora Intrínseca para “Navegue a Lágrima”.
A oficina começou em seguida com um pequeno grupo de participantes com as mais diferentes faixas etárias e aspirações literárias.
“A Alegria da Escrita” não é uma oficina de produção de textos, por isso os mais tímidos não precisam ter medo de expor seus trabalhos diante de um grupo desconhecido. Mas é uma oficina que pode beneficiar a todos os que se interessam pelo processo criativo de produção de um livro, desde aqueles que já escrevem, como aqueles que ensaiam os seus primeiros passos e até quem já participou de outras oficinas. Isso porque Letícia nos conta um pouco de como é o seu processo e de como vê a importância de elementos como o personagem, narrador, diálogo, tempo e espaço dentro da obra. E dá dicas. Muitas dicas de livros para ler.
Em uma turma pequena, mas que contava com quatro estudantes de letras, a autora afirma já de cara: “Não sou formada em letras. Não estou aqui para ensinar ninguém. Apenas para contar coisas que eu faço e que funcionam para mim.” E foi isso que Letícia fez durante 12 horas.
Tendo hoje 25 livros publicados (entre adultos e infantis) Letícia contou como embarcou no mundo da literatura, escrevendo seu primeiro livro após o expediente de trabalho em uma confecção que havia montado nos fundos da casa dos seus pais, após abandonar a faculdade de arquitetura. Ela conta que todos os dias escrevia um pouquinho, na sala onde todos circulavam (afinal, na época havia apenas um computador na casa e ele ficava ali, na sala, onde todos podiam usá-lo), mas que ninguém prestava atenção no que ela fazia, até que quando anunciou para a família: “Escrevi um livro” a reação foi: “Quando?”.
A autora falou também sobre os desafios de começo de carreira e as dificuldades que autores iniciantes passam para ver sua primeira publicação acontecer. Como exemplo, ela citou as cartas de rejeição que recebeu das editoras, chegando até mesmo a ser contatada por telefone. “A mulher me disse: Letícia, já estou com vergonha de te enviar cartas de rejeição. Não adianta mais você mandar seus livros. A não ser que você ganhe algum prêmio ou seja indicada por algum autor da casa, não vamos publicar seu livro”.
Foi através Fundo Proarte — um fundo que destina recursos financeiros para obras artísticas dos moradores de Porto Alegre — que o sonho se tornou realidade. Uma editora, que já havia recusado o original, aceitou publicar o "O Anjo e o Resto de Nós" com custo da edição pago pelo prêmio. Posteriormente, o livro foi publicado pela Editora Record.
Não é sempre que se tem a oportunidade de ouvir um escritor compartilhar sobre seu processo criativo. Ainda mais quando se trata de autores que realmente admiramos e leituras que nos foram tão prazerosas como “Sal” e “A Casa das Sete Mulheres”. Para nós, o que mais fica da experiência daquele ensolarado porém gelado final de semana é a vontade de escrever e de nos dedicarmos às nossas ideias. Impossível sair das aulas sem ansiar por algumas horas em frente em ao computador enfrentando os problemas que um escritor precisa enfrentar ao escrever, mas sabendo que nada é mais gratificante do que ver os personagens ganharem vida para um dia, quem sabe, existirem na vida dos leitores.
Ainda esta semana irá ao ar a entrevista que fizemos com Letícia Wierzchowski.
Ainda esta semana irá ao ar a entrevista que fizemos com Letícia Wierzchowski.
17 comentários:
Que legal!!! Espero que a entrevista traga varias dicas sobre escrita. Estou aguardando, ansioso.
http://maisumaleitura.blogspot.com.br/
Nossa que legal ! Nunca tive a oportunidade de ouvir algum escritor ... Isso , porque moro numa cidade pequena e por aqui nunca chega esse tipo de coisa .
http://coisasdediane.blogspot.com.br/
Nossa, só pelo que vocês comentaram deu pra ter uma pequena noção do quão empolgante essa oficina com a Letícia. De suas obras li apenas Sal, e me apaixonei por sua escrita. Estou ansiosa pra conferir a entrevista. Ótimo post.
Abraços!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Muito legal!
No blog SUA ESTANTE
tem uma seção para divulgar novos autores. Quem tiver interesse é só entrar em contato@suaestante.com.br
Oi gente!
Nunca participei de nenhuma oficina literária, acreditam? Pra falar a verdade, não tenho muitas oportunidades.
Sobre essa parte das cartas de rejeição: só lembro da chinelada que todas as editoras levaram na cara rejeitando Harry Potter. Acho que quando um autor receber uma carta dessas, é só lembrar disso. Mas nossa, que grosso que foi esse telefonema que a Letícia recebeu, né? Enfim, ansiosa pela entrevista!
Beijo!
http://www.roendolivros.com/
Nossa, meu sonho seria participar de um encontro assim, sabe? Conhecendo gente bacana do mundo literário.
Beijos
Meu Meio Devaneio
Oi!
Caramba que sensacional! Tenho muita vontade de participar de algo assim! Acho que o melhor disso tudo foi a volta por cima que a Leticia deu, muito guerreira! Ainda não li nada dela. Mais morro de vontade de ler Sal.
Adorei o post!
Beijos!
Cintia
http://www.theniceage.blogspot.com.br/
Que legal, sempre tive vontade de participar de oficinas e encontros assim. Nunca li nada da autora, mas já ouvi falar de alguns livros dela e tenho muita vontade de ler A casa das sete mulheres. Aguardando ansiosa pela entrevista e seguindo o blog :D
Beijo, Gabbi <3
dearlysandra.blogspot.com
Oi pessoal!
Ainda não tive a oportunidade de ler algum livro da Letícia, mas tenho bastante vontade. Interessante participar de uma oficina assim, por aqui não costuma ter nada do tipo :/.
Beijos,
Epílogos e Finais
Caramba que legal, já ouvi falar super bem dos livros da autora mas infelizmente ainda não li nenhum. Sou louca para participar de oficinas e de sessões de autógrafos, deve ser um sonho.
Beijoos,
Sétima Onda Literária
Oi, tudo bom?
Acho super legais e importantes esses tipos de projetos. É bom saber que a autora não era formada em letras e ainda assim conseguiu alcançar seus objetivos. É só ter força de vontade :)
Beijos, lendocomabianca.blogspot.com
Olá,
Gostei do post, pelo jeito a autora é super simpatica e gentil, ainda não li nada dela mas quero ler Sal.
Abraço!
Leitura Fora De Série
Alê e Mari!
As oportunidades de um aprendizado do tipo que tiverem são bem escassas e fico tão feliz por vocês terem participado, terem passado por horas de aprendizado e ainda conseguiram absorver experiências da escritora, maravilhoso!
Imagino que agora as produções literárias de vocês terão mais impulso.
Sucesso!
“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.”(Mario Quintana)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Olá =D
Ainda não li nada da autora, mas pelo que dá para perceber ela é super receptiva e gentil <3 Gostei de saber mais sobre ela. E me deu vontade de ler algo dela agora =D
Beijos,
Livy
nomundodoslivros.com
Mais uma história inspiradora. Bacana ver que a Leticia não desistiu, e que vocês, Alê e Mary, também não desistem do objetivo de serem escritores. Fico aqui torcendo para que vocês realizem essa meta.
abraços
GENTE é quase inacreditável saber que a autora da Casa das setes mulheres, foi rejeitada por uma editora :o o bom é que o mundo da voltas e um dia esse erro foi reparado. Tenho muita vontade de conhecer as escrita da autora e fiquei surpresa quanto a história de ela escrever ali pelo meio do povo e um dia simplesmente dizer "acabei um livro" rs adorei!
Que máximo essa oficina, deve ter sido mesmo muito proveitosa. Gostei da autora ter mencionado as rejeições que sofreu no inicio da carreira, é sempre bom lembrarmos que mesmo que o caminho seja difícil não podemos desistir nem deixar que ninguém duvide do nosso valor.
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