Andrew é um alcoólatra que está longe das bebidas há dez anos e também um bruxo. Anos atrás, ele roubou relíquias magicas da antiga União Soviética e as escondeu em sua casa. Com suas habilidades, conseguiu tornar sua residência invisível, além de protegê-la com inúmeros feitiços. E com o passar dos anos, sem sofrer nenhuma ameaça, Andrew se sente seguro e confortável. Até que um infortúnio coloca ele no radar de pessoas que ele deveria evitar.
Confesso que comecei a leitura de Bem-vindo à Casa dos Espíritos um pouco receoso, pois imaginava que seria uma obra mais voltada ao terror. Entretanto, para minha surpresa e deleite, encontrei uma estória que vai mais para o lado da fantasia do que do terror propriamente dito. É claro que em algumas partes da estória há momentos de tensão, que deixam o leitor com o coração na mão, mas em nenhuma ocasião fiquei com medo.
Um dos pontos altos da leitura certamente foi decifrar o sistema de magia criado pelo autor. Em Bem-vindo à Casa dos Espíritos encontramos uma magia mais dark, que conta com demônios, pessoas mortas e outras criaturas. Um dos fatores que mais me decepciona ao ler livros de fantasia é ver autores preguiçosos, que se limitam a fazer mais do mesmo. Buelhman certamente não está nesta categoria, pois criou um sistema mágico original e criativo.
“A primeira regra de um combate mágico é Seja a coisa mais perigosa na luta.
Acredite e será verdade.” (BUEHLMAN, 2018, p. 254)
Outro aspecto que me chamou atenção foi a apropriação da mitologia russa pelo autor. Confesso que não conhecia muito a respeito dos mitos utilizados por Buehlman, e inclusive acredito que alguns deles poderiam ter sido melhor explicados. Entretanto, achei genial a forma como o autor se apropriou do folclore russo para a composição da estória.
A narrativa de Buehlman é extremamente fluida e me surpreendi com a quantidade de páginas que li no primeiro dia, mesmo já estando cansado e sem ânimo para a leitura. Além disso, o texto do autor é muito visual — mas sem ser descritivo em excesso —, de modo que o leitor acaba sendo tragado pelo cenário, sentindo estar ao lado do protagonista.
Andrew é um protagonista interessante e multifacetado, mas que não tem aquele brilho a mais e creio que por isso não me conectei tanto com a estória quanto gostaria. Ainda assim, é preciso dizer que os personagens foram bem desenvolvidos e que fogem do lugar-comum e dos clichês do gênero.
O desfecho conta com alta doses de adrenalina e com embates de tirar o fôlego. O autor caprichou nas cenas de ação, transportando o leitor para dentro das cenas de modo que é impossível interromper a leitura. Também é preciso dizer que existem algumas reviravoltas bastante surpreendentes na reta final.
Bem-vindo à Casa dos Espíritos foi uma boa leitura, que conseguiu inovar no gênero e contar uma boa estória. Não digo que tenha se tornado o melhor livro de fantasia que já li, mas certamente leria outros livros do autor.
Autor: Christopher Buehlman
N.º de páginas:
Editora: DarkSide Books
Exemplar cedido pela editora
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6 comentários:
Alê!
Não tinha ouvido falar ainda sobre esse livro e como gosto de bruxaria, já fiquei interessada na leitura, mesmo que seja aquela bruxaria mais dark, aprender e desvendar nuna é demais, né?
E saber que o final é impactante e ainda traz a mitologia Russa, me deixou com mais vontade ainda de ler.
Uma boa semaninha!
“O passado é uma cortina de vidro. Felizes os que observam o passado para poder caminhar no futuro.”(Augusto Cury)
cheirinhos
Rudy
Primeira resenha que leio deste livro e também vou admitir que só pela capa e título, imaginava que era mais voltado para o terror e nunca para uma fantasia, ainda mais desta forma, tão bem construída.
Adoro saber sobre mitologia,ainda mais se for assim,de outros lugares, coisa que a gente tem pouco acesso!
E ter este lance da investigação, do jogar o leitor no enredo é fascinante!
Com certeza, vai para a lista de desejados!!!
Beijo
Esse livro não me chama atenção pelo título: Bem-vindo a casa dos espíritos.
Medrosa que sou é certo que passo longe desse estilo de leitura.
Legal saber que é mais fantasia do que terror; acho que a melhor parte da fantasia é a criatividade dos autores na hora de criar um novo mundo, bom que soube fazer isso de uma maneira interessante.
Gosto muito quando incluem mitologias e tradições de outros países, mas precisa ser bem explicado, caso contrário ficaria confuso e a leitura poderia não ser tão proveitosa.
Não é um livro que eu queira ler, mas foi legal saber sobre.
Beijos
Tinha visto pouquíssima coisa desse livro mas agora fiquei bem interessada, Alê. Principalmente por abordar a mitologia russa, que quase não vemos por aí. Ótima resenha.
Beijos!
Oi, Alê
Vi a Darkiside fazer propaganda desse livro, mas pensava ser mais do mesmo terror e tals.
Mas lendo sua resenha me interessei muito em fazer a leitura do mesmo, além do autor inovar ainda inseriu a mitologia russa.
Já esta na minha lista de desejos, beijos!
Parece ser um livro de fantasia bem inovador e diferente, gostei muito.
Adoro livros de fantasia e obras com mitologias misturadas sempre ficam muito bons.
Vou querer ler!
bjs
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