Alicia Berenson foi internada no Grove, um hospital psiquiátrico, após ter matado seu marido. Desde então, ela nunca mais falou e todos os seus terapeutas falharam em descobrir o que aconteceu na noite em que deu cinco tiros em Gabriel. É então que Theo Farber, um psicoterapeuta forense, ingressa no Grove e insiste em tratar Alicia e tentar ajudá-la de todas as formas possíveis.
A Paciente Silenciosa prende a atenção dos leitores desde os primeiros capítulos: somos apresentados aos protagonistas e ficamos intrigados pelo mistério que Alicia representa. Uma pintora talentosa, que vivia uma vida comum ao lado do marido e que, do nada, se torna capaz de um ato hediondo. Theo, por outro lado, também intriga o leitor em virtude de sua obsessão por Alicia.
O livro é narrado em primeira pessoa por Theo, alternando entre sua vida profissional — trabalhando no Grove, tratando de Alicia e pesquisando sobre seu passado — e sua vida pessoal, envolvendo seus traumas de infância e seu relacionamento com Kathy. Além disso, também acompanhamos o diário de Alicia, que ela escreveu antes de ser internada.
Assim, o livro nos fornece múltiplos pontos de vista: Theo conversa com os amigos e familiares de Alicia para desvendar as origens de seus transtornos mentais, e também lemos as informações que constam no seu diário. Dessa forma, ficamos em dúvida sobre o que é real e o que não é.
“A fúria assassina, a fúria homicida, não nasce no presente. Ela tem origem no território anterior a memória, no mundo da primeira infância, com abusos e maus-tratos, que vão se acumulando ao longo dos anos até explodir — não raro contra o alvo errado” (MICHAELIDES, 2019, p. 50).
É na reta final que uma reviravolta completamente inesperada acontece, fazendo com que todas as peças se encaixem. Mesmo pegando o leitor de surpresa, Michaelides mantém a coerência e a lógica da estória, não tendo necessidade de apelar para elementos inverossímeis.
Vi algumas resenhas em que o pessoal comentou não ter gostado do final em aberto do livro. No entanto, aprovei o desfecho da obra. Primeiro, por que o autor nos dá informações suficientes para saber o que vai acontecer em seguida; e segundo, por que não havia necessidade de continuar a estória. Creio que um thriller precisa ser encerrado no ápice, deixando o leitor com aquela sensação de “não acredito no que está acontecendo”. Assim, se Michaelides tivesse continuado por mais algumas páginas para colocar todos os pingos nos is, a obra perderia um pouco desse impacto final, sem nada agregar, visto que as informações necessárias já estavam nas entrelinhas.
Adoro ler thrillers mas nos últimos anos li tantas estórias forçadas e incoerentes que tenho mantido certa distância do gênero. Assim, confesso que comecei a leitura de no espírito de “vou dar uma chance” e acabei me vendo preso a estória de Alicia e Theo do início ao fim. A Paciente Silenciosa se mostrou um thriller envolvente, com ritmo acelerado, além de contar com uma trama complexa e original.
Autor: Alex Michaelides
N.º de páginas: 349
Editora: Record
Exemplar cedido pela editora
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7 comentários:
Eu tenho uma mania estranha, sempre que gosto demais de uma resenha, já abro a página ao lado para colocar o livro na estante de desejados e é justamente o que estou fazendo neste momento.
Ainda não conhecia este livro,mas só de ver a capa,já sabia que vinha coisa boa.
Amo o gênero e já fiquei curiosa demais em saber o que houve com uma mulher que tinha uma vida tão certa. Se da fato, matou o marido e os motivos do hospital psiquiátrico.
Quero demais conferir!!!
Beijo
Oie!
Vi muitas pessoas falando coisas ótimas sobre esse livro e preciso admitir que a sua resenha é a primeira que eu vejo a respeito e já me deixou com uma pulga atrás da orelha. Não tenho muito costume de ler esse gênero, mas tenho muita vontade de saber mais a respeito!
Beijos, Fantasma Literário
Mais um livro que eu não conhecia e agora não posso morrer sem ler, Alê. A premissa é maravilhosa, e parece que o autor conduz muito bem. Fiquei curiosa. Ótima resenha.
Beijos!
Alê!
Já quero poder ler esse livro.
Adoro quando tem esse lado mais psicológico, de entendimento e ainda quando tem uma reviravolta que desmonta o leitor e consegue mostrar tudo que tem de ser mostrado, é perfeito.
cheirinhos
Rudy
Oi, Alê
Amo um thriller. Vi algumas fotos das pessoas que receberam o livro da editora. Sua resenha é a primeira que leio.
Gostei muito do enredo e apesar de não curtir um fim em aberto, sua opinião sincera me convenceu a querer ler o livro. Agora fica minha dúvida será que a personagem matou o marido, o que tem por trás de todo esse silêncio?
Beijos
Que capa sinistra, curti bastante. A història ao mesmo tempo que parece ser assustadora é interessante e parece mesmo prender a gente na leitura. Gostaria muito de ler esse livro e me surpreender com o final.
Alê, gostei muito da sua resenha e de outras do livro que li.
Não é meu estilo de leitura, mas achei genial a ideia e tô muito curiosa mesmo pra saber o final!
bjos
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