quinta-feira, 16 de maio de 2019

RESENHA: Morte nas Nuvens

Morte nas Nuvens / Agatha ChristieHercule Poirot está voltando de Paris para Londres quando uma agiota é encontrada morta no voo onde ele está. A arma do crime não poderia ser mais inusitada, uma zarabatana (artefato indígena) utilizada para atirar um dardo envenenado. Mas como alguém poderia usar tal arma sem ser visto pelos demais passageiros?

Um espaço pequeno onde todos podem ser suspeitos de terem cometido o crime. Ninguém domina essa premissa melhor que Agatha Christie.

“Existem coisas mais relevantes do que descobrir quem é o assassino. E justiça é uma palavra bonita, mas às vezes é difícil de explicar com precisão o que ela quer dizer. No meu ponto de vista, a coisa mais importante é inocentar quem merece ser inocentado.” (CHRISTIE, p.156, 2013)

É sempre incrível observar como a autora consegue cegar o seu leitor, mesmo quando ele se arrisca a encontrar a resposta para o mistério e sabe que deve ficar atento a todos os detalhes. Em “Morte nas Nuvens” passei o livro todo tentando encaixar um detalhe nas minhas teorias e encontrar uma solução, mas é claro que, enquanto isso, Agatha estava planejando outra coisa. É como se, durante todo o tempo, a autora construísse duas tramas: aquela que despista o leitor e cada vez mais lhe dá certeza que seus palpites estão certos, e a verdadeira que acontece quando ele não está olhando. Para mim, é impossível não sorrir quando Poirot revela que a pista fundamental era uma que havia me chamado a atenção, mas da qual depois esqueci completamente, graças às muitas habilidades de manipulação da Dama do Crime.

A verdade é que ninguém consegue me fazer sentir tanto prazer em ser enganada como Agatha Christie. Em “Morte nas Nuvens” ela me distraiu direitinho.

Título: Morte nas Nuvens
Autora: Agatha Christie
N° de páginas: 254
Editora: L&PM

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5 comentários:

Rubro Rosa disse...

rrsrs Confesso que sorri! Mas realmente a autora sempre teve este poder nato, de enganar o leitor, de fazer a gente de bobo sem vergonha nenhuma e a gente?? Sorrir no final de tudo isso.
Ainda não conhecia ou ao menos, tinha lido algo sobre este livro.
Mas é intrigante como um cenário tão pequeno, pode ser palco para um crime tão elaborado.
Com certeza, se tiver oportunidade, quero conferir!
Beijo

Ludyanne Carvalho disse...

Até hoje não li nada da Agatha Christie porque não sou fã de romance policial; mas achei fascinante ela conseguir enganar o leitor.
Eu prefiro encontrar a solução, mas saber que ela engana também me faz crer que deixa a leitura mais empolgante.

Beijos

Ana I. J. Mercury disse...

Parece ser maravilhoso!
Não conhecia esse, mas pela sua resenha, deu pra ver que engana bem o leitor e nos faz ficar de cara no chão com as revelações finais!
Adoro quando isso acontece!
bjs

Luana Martins disse...

Oi, Mari
Faz muitos anos que não leio nada da autora, na adolescência li vários livros dela. Esse ainda não li, depois de ler sua resenha preciso ler esse.
Agatha tem esse dom maravilhoso de deixar o leitor tão envolvido na trama que sempre me surpreende com o final descobrindo o assassino.
Beijos

Gabriela CZ disse...

Finalmente sei do que você está falando, Mari! Recentemente li um livro de Agatha Christie e anseio por mais. Ótima resenha.

Beijos!

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