Enviei os convites aos distintos senhores que deseja ter a minha mesa neste mês, porém, ambos recusaram a oferta polidamente, sob a justificativa de que já eram velhos e não tinham condições de viajar.
Porém, sendo os cavalheiros que eram, propuseram que eu me deslocasse até Nova York, para conhecer as dependências da empresa e encerrar a noite com um agradável jantar, em que eles poderiam relembrar os bons tempos.
Evidente, não poderia recusar tão gentil convite, de modo que arrumei minha mala e parti imediatamente para a Big Apple. Desembarquei no aeroporto John F. Kennedy, onde era aguardado por Gregory Powell e Michael Donavam, que me cumprimentaram cordialmente.
Saímos do aeroporto e fomos imediatamente para a sede da U.S. Robôs e Homens Mecânicos, onde meus anfitriões me guiariam pelas instalações da empresa. Quando chegamos na linha de produção dos cérebros positrônicos, Powel pigarreou e disse:
— Você deve estar lembrado das Três Leis Fundamentais da Robótica, gravadas no âmago do cérebro positrônico, certo?
Respondi afirmativamente, mas Powel fingiu não ouvir minha resposta, de modo que prosseguiu:
— Em primeiro lugar, um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano seja ferido. — declarou ao mesmo tempo em que levantava o dedo indicador.
— A segunda lei — continuou Donavam em tom professoral — aduz que um robô deve obedecer às ordens que lhe forem dadas por um ser humano, exceto quando tais ordens entrarem em conflito com a Primeira Lei.
Powell balançou a cabeça vigorosamente, e finalizou:
— Por fim, um robô deve proteger sua própria existência, até onde tal proteção não entre em conflito com as leis anteriores.
Encerrada a lição, eu disse com um sorriso nos lábios:
— Li alguns relatos das experiências que vocês vivenciaram com os robôs e admito que ri com as enrascadas que estas leis os colocaram.
Eles sorriram e pude ver seus olhos brilharem de saudosismo. Atualmente, Powell e Donovam não passavam de membros honorários da U.S. Robôs e Homens Mecânicos, assim como a robôpsicóloga Susan Calvin.
Com o fim da visita, nos deslocamos à residência de Powell, na cobertura de um edifício no Upper East Side, onde encerramos a noite com um lauto jantar regado a histórias inimagináveis, como as aventuras que viveram com o robô Speedy ou aos nauseantes saltos interestelares. Bom, mas isso já seria assunto suficiente para outro jantar.
3 comentários:
Confesso que demorei para reconhecer os personagens, mas as Três Leis Fundamentais da Robótica são inconfundiveis, rsrs.
Não li o livro, mas lembro de ter gostado muito do filme. Quem sabe ainda dou uma chance à obra?
Muito divertido!
Gostei bastante, que blog lindo! :3
Asimov é sensacional.
Tudo que ele escreve é ótimo e suscita várias reflexões, ainda mais pra mim que estudo a área de Filosofia da Mente e inteligência Artificial :D
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