segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

RESENHA: Identidade Roubada

“Quando o médico chegou, eu estava mais calma. Foi bom saber que eu não havia sofrido qualquer fratura. Mas eu tinha várias escoriações, cortes e arranhões, além de um dor de cabeça de rachar. Eu havia ficado em estado de choque em conseqüência de uma combinação de dor e medo. Acha que é pouca coisa?” (STEVENS, 2011, p. 197).

***

Ao ler a sinopse de Identidade Roubada, fui imediatamente conquistado por sua premissa: memórias de um verdadeiro pesadelo, que são compartilhadas pela vítima a sua terapeuta ao longo de vinte e seis sessões.

Annie O’Sullivan, corretora de imóveis, se prepara para dar por encerrado um plantão de vendas quando um cliente em potencial aparece. Porém, o distinto e elegante senhor que Annie imaginava ser um cliente era, na verdade, um psicopata, que a sequestra e mantém em um cativeiro por um ano.

A narrativa do livro é muito criativa, pois consiste no relato de Annie à sua psicóloga dos dias que foi obrigada a conviver com o homem que denominou de Maníaco. Todavia, uma advertência: prepare-se para uma estória pesada. A protagonista é isolada do mundo, obrigada a obedecer a um séquito de regras absurdas, sendo estuprada e violentada repetidamente.

Embora a narrativa, seja, de fato, criativa, algo não funcionou. Como se trata de um relato linear, sem grandes reviravoltas, sem suspense, não há nada que instigue o leitor a prosseguir a leitura. Além disso, imagino que por se tratar de uma leitura densa e, por vezes, perturbadora, o leitor não consegue "mergulhar de cabeça" na obra.

Mas, vale destacar que a protagonista, mesmo tendo absolutamente tudo para ser depressiva e amargurada, consegue ser espirituosa. É claro que ela não está bem, pois o que lhe aconteceu alterou todo o rumo de sua vida, contudo, ela se esforça para apreender a lidar com a situação e sua evolução no decorrer do livro é palpável.

O grande mérito de Chevy Stevens, todavia, foi deixado para as últimas cem páginas. Ação, adrenalina e suspense, se uniram para criar um final surpreendente e inesperado. Ou seja, os elementos que senti falta até a metade do livro, sobejaram na parte final, dando origem a capítulos instigantes e impulsionando o leitor a continuar a leitura até a última página.

A autora, apresentado impressionante domínio sobre a estória que criou, introduziu pequenos detalhes no decorrer do relato de Annie, os quais imaginei que seriam irrelevantes. Porém, estes detalhes, quando alinhavados, revelaram uma estória muito maior do que eu poderia imaginar.

Se você tem estômago para ler o relato visceral de Annie, não perca tempo. De minha parte digo que estou ansioso para ler É Melhor Não Saber — um dos próximos lançamentos da Editora Arqueiro —, pois Chevy Stevens comprovou seu talento e habilidade de forma cabal.

Título: Identidade Roubada
Autora: Chevy Stevens
N.º de páginas: 254
Editora: Arqueiro

14 comentários:

Ana Paula Barreto disse...

Para ser bem sincera, este livro está na minha lista de "desejados" há um tempo já, mas tenho certo receio de ler por conta de abordar um tema "pesado".
Agora lendo a resenha fiquei um pouco menos temerosa e com mais vontade de conhecer a obra. Afinal, adoro finais surpreendentes e histórias bem narradas e construídas.
bjs
gfc: Ana Paula Barreto

Unknown disse...

Oi, Alê (;
Este será o próximo livro a ser lido por mim. A sinopse é muito instigante e espero me impressionar com a leitura como muitos andam se impressionando (; Parabéns pela resenha.

Abraços.
Entre Livros e Livros.
musicaselivros.blogspot.com

Unknown disse...

Nossa, depois de ler: "relato visceral de Annie", perdi o interesse.
Não é o tipo de leitura que procuro no momento, quero algo mais light, entende?


GFC: Gladys.

Cristiane Dornelas disse...

Eu peguei esse livro pra ler e até hoje não li. História ótima, do jeito que amo ler! Muito boa essa trama e com certeza vale a pena a leitura.


cristiane dornelas

Unknown disse...

Não é exatamente o tipo de leitura que eu gosto! Mas se eu tiver a oportunidade quero lê-lo!.
Gostei da sua resenha =)

Bjs.
Eliza Keren.

Claudia Carvalho disse...

Uau! Esse deve ser um ótimo livro! Acho que eu aguentaria lê-lo. Gosto de leituras desafiadoras. Vai para minha lista de desejados.

GFC: ClauDinha

Unknown disse...

Eu fiquei louquinha pelo livro (apesar do assunto pesado para mim, algo nele me faz querer lê-lo).
Bom, ele está lá na estante aguardando o momento e eu espero não ter a mesma opinião que a tua, quanto a cadência da história e etc.
Quando a gente espera algo de um livro quer que as opiniões não tão satisfatórias sejam diferentes das nossas.

liliescreve.blogspot.com

Cissa Martins disse...

Bom, acho que esse livro seria pesado pra eu ler, porque eu me envolvo bastante com os livros, então acho que eu ficaria bastante assustada, não conseguiria ler a noite, só leria se alguém estivesse na sala -nunca sozinha- e etc. Ok, drama... Mas mesmo assim eu fiquei curiosa, eu meio que quero saber o desenrolar disso tudo, eu acho que o fato da personagem stá contando tudo nessas sessões seria algo com que eu poderia ver o livro de uma outra for,a tipo, não ficando com medo... Não é medo que eu quero dizer, é sei lá, assustada, nervoza etc. Beijos!

GFC : Cissa Martins

Unknown disse...

Adorei sua resenha, já tem um tempo que quero ler este livro, mas ainda não tive oportunidade.

Unknown disse...

Esse é o tipo de livro que sou indecisa para ler, ja li varias resenhas negativas como boas sobre ele, por isso fico no meio termo pra compra-lo, mas espero ler um dia pra saber se é bom (ou nao).

Nardonio disse...

Tenho esse livro aqui em casa, mas ainda não o li. A história realmente deve ser bem chocante. O pior é saber que mesmo sendo uma obra de ficção, essa situação pode acontecer na vida real.
Como não estou em um momento pra esse tipo de leitura, deixarei pra ler depois.

Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom

Manuh H. disse...

Meu Deus, essa leitura deve ser muito dolorosa! Me emocionei com a resenha, imaginando os horrores que a protagonista passa. E saber que essa história já se repetiu na vida real, alguns casos por anos a fio... me dá um mal estar! Monstro! Que punição será proporcional a um monstro desses? Não quero ler, não vou suportar.

Seguidora: Manu Hitz

Unknown disse...

Gostei bastante da resenha o livro parece ser bem legal!
Dificilmente leio livros desse gênero, mais gostei bastante desse.

Unknown disse...

gostei bastante do livro, a narrativa prende o leitor e é quase impossível deixar o livro de lado antes de terminar e descobrir os motivos do maníaco.
Apenas uma coisa ficou mal resolvida para mim e não consegui decifrar, na página 250, durante o diálogo da Christina com a Annie, tem a seguinte passagem: "Você disistiu. como ele disistiu..." não consegui identificar com quem a Christina está comparando a Annie... caso alguém tenha decifrado essa parte por favor me esclareça!!

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