“Sharko tinha consciência de estar diante de uma das expressões mais perversas da loucura humana: homens que desperdiçavam sua inteligência superior com a única intenção de fazer o mal. A figura do sábio louco se encontrava encarnada bem à sua frente.” (THILLIEZ, pag. 415, 2013)
Quando resenhei “A Síndrome E”, primeiro livro da série de Franck Thilliez protagonizada pelos policiais Franck Sharko e Lucie Henebelle, eu disse que se precisasse resumir o livro em duas palavras elas seriam intrigante e inteligente. Se eu tivesse que fazer isso com “Gataca” também, os adjetivos seriam exatamente os mesmos.
O suicídio do assassino de crianças Grégory Carnot em sua cela de prisão e a morte de uma jovem cientista no centro de estudos de primatas onde ela desenvolvia uma pesquisa sobre lateralidade e violência são os acontecimentos que dão início a essa história cujo cerne é a Evolução das espécies. Em investigações paralelas que vão além das autorizações oficiais, Franck Sharko e Lucie Henebelle descobrirão aos poucos uma teia de fatos capazes de associar crimes que ocorrem hoje nas ruas de Paris com o assassinato de uma família de Neandertais, uma caverna recentemente descoberta nos Alpes Franceses, tribos remotas, experiências genéticas, uma curiosa associação entre canhotos e violência além de uma série de outras intrigantes descobertas que os colocarão diante de um questionamento: poderia a genética explicar a violência?
“Gataca” inicia um ano após o cliffhanger que deu fim a “A Síndrome E”, fazendo daquele evento o ponto de partida para o envolvimento de Lucie – que já não é mais policial - nesta investigação. É aos poucos que o leitor descobre como as coisas se desenrolaram na época e gostei que aqueles acontecimentos tenham sido apenas o ponto inicial desta história, mas que ela tome rumos próprios e não gire ao redor deles. Mas não se preocupe se você não leu o primeiro livro. Mesmo fazendo parte de uma série, os dois podem ser lidos independentemente e ainda que o final daquele seja importante neste, o autor faz todos os esclarecimentos pertinentes no decorrer da narrativa.
Tendo lido ambos os livros – e sendo uma amante do gênero suspense policial - posso afirmar que Thilliez constrói tramas diferentes das que estamos acostumados a encontrar. Além de usar a violência como tema central e não se limitar a criar uma série de crimes, o autor entrega em “Gataca” uma nova descoberta a cada capítulo de forma que a trama cresce a cada virada de página e não apenas avance. O leitor não está apenas se aproximando das respostas que o conduzirão à verdade. Está entrando cada vez mais fundo em um buraco misterioso no qual pode se deparar com qualquer surpresa a qualquer momento.
“Gataca” apresenta o tipo de trama que tem tantos desdobramentos que chega um ponto em que é difícil lembrar como tudo começou, visto que muitas coisas aconteceram desde lá. A sensação constante é de que por trás dos eventos existe algo muito maior que se poderia supor no início.
A narrativa de Franck Thilliez é bastante visual e mesmo durante as longas explicações cientificas consegue ser ágil, tornando envolvente algo que poderia facilmente ser maçante (seja pela complexidade ou pela falta de ação). Mais do que isso, o autor faz com que a ciência e as pesquisas envolvendo DNA que fundamentam a trama sejam absolutamente fascinantes.
Outro aspecto positivo é a evolução dos personagens, algo que nem sempre ocorre em séries policiais. Sharko e Lucie tiveram suas vidas abaladas e mudaram muito desde a última vez em que se viram. Também por isso eles tomam rumos diferentes - mas que se cruzam a todo instante - nessa investigação, o que faz com o leitor acompanhe ora um, ora outro e que a ação seja ininterrupta.
Mesmo lembrando de “A Síndrome E” como um ótimo livro, foi apenas ao iniciar “Gataca” que reconheci o quão promissor este poderia ser. Conseguindo atiçar a curiosidade do leitor a cada virada de página, Franck Thilliez cria um excelente thriller permeado da primeira à última página por uma pergunta: “De onde vem a violência?” A busca pela resposta consegue ser ainda mais interessante do que um mero desvendar de crimes.
Título: Gataca (exemplar cedido pela Editora Intrínseca)
Autor: Franck Thilliez
Nº de páginas: 431
Editora: Intrínseca
Quando resenhei “A Síndrome E”, primeiro livro da série de Franck Thilliez protagonizada pelos policiais Franck Sharko e Lucie Henebelle, eu disse que se precisasse resumir o livro em duas palavras elas seriam intrigante e inteligente. Se eu tivesse que fazer isso com “Gataca” também, os adjetivos seriam exatamente os mesmos.
O suicídio do assassino de crianças Grégory Carnot em sua cela de prisão e a morte de uma jovem cientista no centro de estudos de primatas onde ela desenvolvia uma pesquisa sobre lateralidade e violência são os acontecimentos que dão início a essa história cujo cerne é a Evolução das espécies. Em investigações paralelas que vão além das autorizações oficiais, Franck Sharko e Lucie Henebelle descobrirão aos poucos uma teia de fatos capazes de associar crimes que ocorrem hoje nas ruas de Paris com o assassinato de uma família de Neandertais, uma caverna recentemente descoberta nos Alpes Franceses, tribos remotas, experiências genéticas, uma curiosa associação entre canhotos e violência além de uma série de outras intrigantes descobertas que os colocarão diante de um questionamento: poderia a genética explicar a violência?
“Gataca” inicia um ano após o cliffhanger que deu fim a “A Síndrome E”, fazendo daquele evento o ponto de partida para o envolvimento de Lucie – que já não é mais policial - nesta investigação. É aos poucos que o leitor descobre como as coisas se desenrolaram na época e gostei que aqueles acontecimentos tenham sido apenas o ponto inicial desta história, mas que ela tome rumos próprios e não gire ao redor deles. Mas não se preocupe se você não leu o primeiro livro. Mesmo fazendo parte de uma série, os dois podem ser lidos independentemente e ainda que o final daquele seja importante neste, o autor faz todos os esclarecimentos pertinentes no decorrer da narrativa.
Tendo lido ambos os livros – e sendo uma amante do gênero suspense policial - posso afirmar que Thilliez constrói tramas diferentes das que estamos acostumados a encontrar. Além de usar a violência como tema central e não se limitar a criar uma série de crimes, o autor entrega em “Gataca” uma nova descoberta a cada capítulo de forma que a trama cresce a cada virada de página e não apenas avance. O leitor não está apenas se aproximando das respostas que o conduzirão à verdade. Está entrando cada vez mais fundo em um buraco misterioso no qual pode se deparar com qualquer surpresa a qualquer momento.
“Gataca” apresenta o tipo de trama que tem tantos desdobramentos que chega um ponto em que é difícil lembrar como tudo começou, visto que muitas coisas aconteceram desde lá. A sensação constante é de que por trás dos eventos existe algo muito maior que se poderia supor no início.
A narrativa de Franck Thilliez é bastante visual e mesmo durante as longas explicações cientificas consegue ser ágil, tornando envolvente algo que poderia facilmente ser maçante (seja pela complexidade ou pela falta de ação). Mais do que isso, o autor faz com que a ciência e as pesquisas envolvendo DNA que fundamentam a trama sejam absolutamente fascinantes.
Outro aspecto positivo é a evolução dos personagens, algo que nem sempre ocorre em séries policiais. Sharko e Lucie tiveram suas vidas abaladas e mudaram muito desde a última vez em que se viram. Também por isso eles tomam rumos diferentes - mas que se cruzam a todo instante - nessa investigação, o que faz com o leitor acompanhe ora um, ora outro e que a ação seja ininterrupta.
Mesmo lembrando de “A Síndrome E” como um ótimo livro, foi apenas ao iniciar “Gataca” que reconheci o quão promissor este poderia ser. Conseguindo atiçar a curiosidade do leitor a cada virada de página, Franck Thilliez cria um excelente thriller permeado da primeira à última página por uma pergunta: “De onde vem a violência?” A busca pela resposta consegue ser ainda mais interessante do que um mero desvendar de crimes.
Título: Gataca (exemplar cedido pela Editora Intrínseca)
Autor: Franck Thilliez
Nº de páginas: 431
Editora: Intrínseca
7 comentários:
Olá Mariana!! Tudo bem??
Não acompanho a série, na verdade nunca ouvi falar sobre ela...Ainda assim, creio que deve ser uma ótima dica pra quem curte leituras mais "fortes" e violentas.
Não sou muito fã desse gênero, foram poucos os livros que eu li. Mas esse parece ser bem bacana, gostei desse lance da evolução e tal. Admito que fiquei curiosa para vê como o autor lida com isso rs
ps: vá ler vampire academy :( huahauhauauahuahauhauahuaha
Beijos, Paula
http://www.interacaoliteraria.com
Haha e eu que nem sabia que esse livro fazia parte de uma série? Na verdade, já tinha ouvido falar dele (e do Sindrome E também), mas nunca o tinha relacionado com algum outro. Além de ser um gênero literário do qual gosto muito, parece uma excelente obra.
Quero muito ler essa série! Depois de ler essa resenha incrível fiquei com mais vontade ainda. Quero ver se compro A Síndrome E e Gataca de uma vez.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Eu adoro esses suspenses policiais em que a cada virada de página, você vai sentindo a evolução da trama. Essa tensão permanente é inigualável. Tramas em que a narrativa sempre é ágil merecem todos os elogios possíveis. Nem preciso falar o quão curioso estou pra ler "A Síndrome E" e "Gataca", né?!?!
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Não li a resenha. Apesar de que provavelmente não irei ler nem o primeiro livro, não tenho o costume de ler resenhas de continuações. Só acho que deveriam deixar mais claro que é uma continuação, afinal, alguém pode não perceber e acabar tendo spoilers.
É muito prazeroso quando o segundo livro de uma série é tão bom quanto o primeiro né, e quando há a evolução dos personagens como voce disse! Não li o primeiro livro ainda, mas li várias resenhas cheias de elogios a ele. Adoro um bom thriller e essa série com certeza é uma que eu leria! Parabéns pela resenha, bjão! :)
Adriana
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