“Depois, sorriu. Foi um sorriso pungente e triste. Um sorriso que não estava nos olhos, mas que dizia que estava ciente da magnitude da decisão que tomava. E depois se virou de costas e saiu.” (CLARKE, 2014, pag. 221)
Quando li a sinopse de “As Irmãs e o Mar” e decidi ler o livro, eu não estava bem certa do que encontraria em suas páginas. Se um romance, um drama ou um suspense. Se seu foco seriam as relações familiares ou um mistério. Se seria uma jornada aventureira, de autodescoberta ou de redenção. Finalizada a leitura constatei que era um pouquinho de cada e que a mistura rendeu bons resultados.
As irmãs Katie e Mia não poderiam ser mais diferentes. Katie, a mais velha, é centrada, responsável, está noiva e trabalha no mesmo lugar desde que saiu da faculdade. Mia, a mais nova, é aventureira, não sabe lidar com suas emoções e não consegue ficar no mesmo emprego por muito tempo. Quando Katie recebe a notícia da morte de Mia, seu mundo entra em colapso. É impossível acreditar que a irmã de 24 anos tenha cometido suicídio do alto de um penhasco enquanto viajava com o melhor amigo. Mia jamais tiraria a própria vida, menos ainda sem deixar alguma explicação. Mas Katie descobre que a irmã mantinha um diário durante a viagem e talvez ele possa lhe dar algumas respostas (algumas das quais anseia, mas teme descobrir) e assim ela embarca na mesma jornada que a irmã, visitando cada um dos países, dormindo em cada um dos albergues que estiveram em seu trajeto na esperança de entender o que aconteceu.
Narrado em terceira pessoa e sob duas perspectivas, a de Katie e de Mia, “As Irmãs e o Mar” apresenta dois momentos temporais que se aproximam aos poucos, deixando muitas lacunas e entrevendo muitos segredos. Pode-se dizer que essa é uma história contada de fora para dentro. De um lado temos Katie no momento em que descobre sobre a morte da irmã e o que faz a partir dessa descoberta. Do outro, temos Mia na época em que decide dar início a viagem que culminará na sua morte meses depois. Ambas narrativas convergem para o mesmo ponto central: a morte de Mia. Assim, o que se tem são dois momentos, duas personalidades completamente diferentes, e duas jornadas que seguem o mesmo rumo (embora uma ainda não saiba disso e a outra busque respostas). Esses recursos se encaixam muito bem à trama e eu não consigo imaginar como a história dessas duas irmãs poderia ser contada em outro formato.
Por não contar com muitos personagens, a autora desenvolve e explora cada um deles a fim de que todos contribuam significativamente para o desenrolar dos acontecimentos e esclareçam sua função conforme as lacunas são preenchidas. No caso das protagonistas, tanto Katie quando Mia tem suas qualidades e falhas de caráter, mas ambas conseguem fazer com que o leitor torça por elas, mesmo sabendo de antemão que o destino de uma delas é trágico. Apesar de se tratar de duas personalidades tão diferentes (em alguns aspectos até opostas) eu não me senti compelida a escolher lados, o que ocorre, provavelmente, porque a autora consegue deixar transparecer os sentimentos e motivações de ambas. Não se trata de certo e errado. Se trata de perspectivas (e anseios) diferentes.
Quando li a sinopse de “As Irmãs e o Mar” e decidi ler o livro, eu não estava bem certa do que encontraria em suas páginas. Se um romance, um drama ou um suspense. Se seu foco seriam as relações familiares ou um mistério. Se seria uma jornada aventureira, de autodescoberta ou de redenção. Finalizada a leitura constatei que era um pouquinho de cada e que a mistura rendeu bons resultados.
As irmãs Katie e Mia não poderiam ser mais diferentes. Katie, a mais velha, é centrada, responsável, está noiva e trabalha no mesmo lugar desde que saiu da faculdade. Mia, a mais nova, é aventureira, não sabe lidar com suas emoções e não consegue ficar no mesmo emprego por muito tempo. Quando Katie recebe a notícia da morte de Mia, seu mundo entra em colapso. É impossível acreditar que a irmã de 24 anos tenha cometido suicídio do alto de um penhasco enquanto viajava com o melhor amigo. Mia jamais tiraria a própria vida, menos ainda sem deixar alguma explicação. Mas Katie descobre que a irmã mantinha um diário durante a viagem e talvez ele possa lhe dar algumas respostas (algumas das quais anseia, mas teme descobrir) e assim ela embarca na mesma jornada que a irmã, visitando cada um dos países, dormindo em cada um dos albergues que estiveram em seu trajeto na esperança de entender o que aconteceu.
Narrado em terceira pessoa e sob duas perspectivas, a de Katie e de Mia, “As Irmãs e o Mar” apresenta dois momentos temporais que se aproximam aos poucos, deixando muitas lacunas e entrevendo muitos segredos. Pode-se dizer que essa é uma história contada de fora para dentro. De um lado temos Katie no momento em que descobre sobre a morte da irmã e o que faz a partir dessa descoberta. Do outro, temos Mia na época em que decide dar início a viagem que culminará na sua morte meses depois. Ambas narrativas convergem para o mesmo ponto central: a morte de Mia. Assim, o que se tem são dois momentos, duas personalidades completamente diferentes, e duas jornadas que seguem o mesmo rumo (embora uma ainda não saiba disso e a outra busque respostas). Esses recursos se encaixam muito bem à trama e eu não consigo imaginar como a história dessas duas irmãs poderia ser contada em outro formato.
Por não contar com muitos personagens, a autora desenvolve e explora cada um deles a fim de que todos contribuam significativamente para o desenrolar dos acontecimentos e esclareçam sua função conforme as lacunas são preenchidas. No caso das protagonistas, tanto Katie quando Mia tem suas qualidades e falhas de caráter, mas ambas conseguem fazer com que o leitor torça por elas, mesmo sabendo de antemão que o destino de uma delas é trágico. Apesar de se tratar de duas personalidades tão diferentes (em alguns aspectos até opostas) eu não me senti compelida a escolher lados, o que ocorre, provavelmente, porque a autora consegue deixar transparecer os sentimentos e motivações de ambas. Não se trata de certo e errado. Se trata de perspectivas (e anseios) diferentes.
Esse é um drama misterioso. Ou talvez eu devesse dizer um drama com doses de mistério. O principal deles as circunstâncias que levaram a morte de Mia, mas também outros menores (alguns previsíveis, outros nem tanto). Verdade seja dita, “As Irmãs e o Mar” não apresenta nada de inédito ou de extraordinário, mas se sai muito bem com os elementos que usa. Mesmo com algumas escolhas clichês e algumas reviravoltas previsíveis o livro não deixa a desejar. É uma daquelas histórias que se lê páginas e páginas sem ao menos perceber (e mesmo depois de perceber se continua lendo), talvez impulsionado pela mesma ânsia que move as personagens.
Ao terminar a leitura, confesso ter achado curioso o fato de ter apreciado dessa forma um livro sem saber exatamente o quê me cativou nele. O fato é que fui levada pela narrativa fluida de Lucy Clarke e suas personagens assombradas por dúvidas. Uma leitura leve e ao mesmo tempo dramática. Uma mistura pouco arriscada, já feita antes, mas que funcionou. E no fim é isso o que importa.
Título: As Irmãs e o Mar (exemplar cedido pela Editora)
Autora: Lucy Clarke
Tradutora: Marcia Frazão
Nº de páginas: 351
Editora: Rocco
8 comentários:
Já tinha ouvido falar do livro, mas nunca me interessei muito por ele por não saber do que se tratava.
Achei sua resenha bem interessante. Gosto muito quando os personagens são o oposto um do outro mas se entendem em determinados pontos.
Fiquei bem curiosa para saber o que levou Mia ao suicídio e se após esse fato houve alguma grande transformação na personalidade de Katie.
Bjokas
Fiquei surpresa com o livro depois de ler a resenha.
Não esperava uma história assim, que mesmo sem ser inusitada, tem muitos pontos positivos. Aliás, ponto para a autora, que conseguiu conciliar mistério, drama, família e personagens aprofundados em sua humanidade.
Gosto muito do estilo e acho que vou gostar da história.
bjs
Já tinha visto esse livro e apesar de ter achado um tanto instigante não tinha ficado exatamente interessada. Mas agora, sabendo que se trata de um drama com toques de aventura e mistério e com seus comentários fiquei com vontade de ler. Ótima resenha.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Pelo que li na resenha também achei o livro cheio de clichês (Pular de penhasco, deixar diário, embarcar na viagem pra saber o que aconteceu), mas é uma coisa que realmente dá certo! Sabe-se lá porque né!!! Não sei se gostaria de lê-lo, afinal me entedio muito rápido com esses livros que são muito parecidos com outros. Mas não custa dar uma chance a eles!!! :D
Bjoks da Gica.
umaleitoraaquariana.blogspot.com.br
@GicaTeles
Confesso que nunca tinha ouvido falar sobre esse livro, mas a primeira coisa que me encantou foi a capa. É tão linda <3 provavelmente compraria só por ela. Em se tratando do enredo, adorei! Gosto quando os autores conseguem conciliar de uma boa forma mistério, drama, família e afins...mesmo tendo seus ápices clichês, acredito que isso possa ser relevado.
É legal se jogar às cegas em uma leitura, né?!?! E o melhor é quando somos carregados pela narrativa agradável sem nem termos conta do passar das horas. O que me chamou a atenção nesse livro é que a atmosfera de mistérios e dúvidas devem permear da primeira a última página, e isso me agrada bastante.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
As vezes o autor é tão bom quando escreve que não precisa de grandes surpresas pra sermos fisgados né, eu adoro essa mistura de drama e mistério, confesso que fiquei totalmente envolvida lendo sua resenha e quero pra ontem esse livro, quero saber mais sobre essas duas irmãs, seus segredos, defeitos e qualidades, parabéns pela resenha, me fisgou direitinho!
Adriana
Já tinha visto o livro e achei a capa lindíssima, mas não sabia do que se tratava a história. Mas lendo a resenha me senti encantada pelo enredo. Parece ser um livro que tras uma mistura de tudo que eu gosto: drama, suspense, mistério. Com certeza irei ler!!
Beijos!!
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