sexta-feira, 18 de julho de 2014

RESENHA: A Rosa da Meia-Noite

"Qualquer 'beleza' que possa ser considerada valiosa em mim se esconde profundamente em minha essência. É a sabedoria de cem anos vividos nesse mundo, e um coração que tem batido em um cadenciado acompanhamento para todos os imagináveis comportamentos e emoções humanos." (RILEY, 2014, p. 11). 

***

Após a leitura de A Garota do Penhasco, estava extremamente ansioso para conferir outra obra de Lucinda Riley. A oportunidade veio com o lançamento de A Rosa da Meia-Noite, e mesmo que a premissa não tenha me empolgado, minha expectativa era encontrar mais uma estória inesquecível. 

Em seu centésimo aniversário, Anahita confia a seu bisneto, Ari, a estória de sua vida e uma importante missão. Anos depois, abalado pela morte da bisavó, Ari finalmente se dispõe a fazer o que Anahita lhe solicitara, desvendando segredos ocultos por gerações. As investigações de Ari o levaram até a Inglaterra, onde ele conhecerá Rebecca, uma jovem e talentosa atriz, que passa por uma difícil provação.

A meu ver, o que torna os livros de Riley interessantes é o formato como as estória são conduzidas, entrecruzando a vida de personagens de diferentes gerações, e não limitando-se apenas ao romance. O problema é que em A Rosa da Meia-Noite as estórias não parecem se complementar, de modo que temos duas tramas paralelas que pouco se influenciam. 

Se por um lado a estória de Anahita é extremamente interessante e comovente, o mesmo não pode ser dito sobre Rebecca. Enquanto a vida de Anni se mostrou uma verdadeira montanha russa, repleta de reviravoltas, a vida da atriz hollywoodiana era insossa e previsível, de modo que não é díficil deduzir que uma ofuscou a outra. 

Ainda, Rebecca, como protagonista, é de uma apatia inacreditável. Tudo o que vi foi uma mulher passiva e irritante, que não sabe o quer da vida e se sente "a pobre menina rica", que sofre por causa de sua fama. Admito ser difícil acreditar que Rebecca foi criada pela mesma autora que compôs Anahita – personagem de uma complexidade e profundidade sem parâmetros, que consegue cativar e envolver o leitor do início ao fim. 

Além da protagonista fraca e de uma estória nada empolgante, a narrativa que ocorre no presente conta com alguns deslizes difíceis de aceitar. Não vale a pena entrar em detalhes, mas creio que algumas coisas aconteceram "de graça", sem a necessária motivação, dando a entender que a autora se limitou a seguir pelo caminho mais fácil, e não pelo mais verossímil. 

A narrativa de Riley é fluída, mesmo quando centrada nos acontecimentos relativos no presente. Além disso, a mescla entre passado e presente instiga ainda mais o leitor, que deseja entender como as peças do quebra cabeça irão se encaixar. 

Embora não tenha atingido todas as minhas expectativas, o fato é que Lucinda Riley sabe contar estórias. Assim, meu conselho é: suporte Rebecca para conhecer a emocionante jornada de Anahita. 

Título: A Rosa da Meia-Noite (exemplar cedido pela editora)
Autora: Lucinda Riley
N.º de páginas: 572
Editora: Novo Conceito

14 comentários:

Gabriela CZ disse...

Ainda não li nada da Lucinda Riley, mas tenho certa curiosidade. Esse livro me pareceu interessante, Alê, apesar de seus comentários sobre a protagonista. Quero conhecer a Anahita. Ótima resenha.

Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

Vitória Rodrigues disse...

Nunca li nenhum livro dessa autora, mas fiquei bem curiosa com seus vários elogios. Preciso por na lista (que só aumenta cada dia mais, impressionante). Sobre Rebbeca, já encontrei uma personagem que tive o mesmo sentimento que você em relação a ela e parece que mesmo com outros personagens interessantes, "mancha" uma leitura que tinha tudo pra ser maravilhosa.
Resenha muito boa, falou tantos os pontos positivos quanto negativos (e não martelou em só um, o que é legal, porque quando se faz isso, meio que influenciam um pouco).

Abraços,

Cabeças de Vento

Angela Graziela disse...

Ainda não li nenhum livro da autora
Mas tenho um amigo que já leu e ama
Gostei bastante da resenha
Já estou seguindo ;)

Beijos
http://pocketlibro.blogspot.com.br

Sil disse...

Li dois livros da autora, A casa das orquídeas e A luz através da janela e amei os dois. Que pena que a protagonista desse não é tão interessante, mas ainda assim quero ler ele.

Blog Prefácio

Virginia disse...

Tenho um livro da Lucinda aqui em casa, o "A casa das Orquídeas" mas ainda não li, fiquei interessada em ler um livro dela mas acho que não começarei com a rosa da meia noite, pois sua resenha me deixou um pouco desanimada a respeito da história.
Obrigada pela resenha.
Bjs!

Jéssica Soares disse...

Ainda não li nenhum livro da Lucinda Riley, mas creio que irei conferir "A Garota do Penhasco" primeiro por eu ter gostado mais da sinopse desse livro. Adoro tramas que conseguem criar histórias paralelas e que se influenciam, quando isso não acontece, não vejo a necessidade de criar uma segunda trama. É uma pena que "A Rosa da Meia-Noite" deixa a desejar nesse aspecto, mas levando em consideração que uma das protagonistas é envolvente e possui um desenvolvimento bacana, creio que darei uma chance a essa trama também!
Jéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/

Iris Pereira disse...

Oi,
Ainda não tive oportunidade ler nenhum livro da Lucinda, mas minha amiga leu "A garota do Penhasco" é ficou apaixonada.
Bjs!
Viciados Pela Leitura

Mariana Siqueira disse...

Oi Ale,
Eu gostei muito de A Garota do Penhasco, muito mesmo. Foi um dos melhores livros que eu já li e virei fã da Riley. Comecei A Rosa da Meia-Noite, mas nem cheguei na Rebecca e já empaquei. Achei o livro muito parado, extremamente detalhista (sim, essa é uma característica da Lucinda, mas pra mim não tá funcionando). Resolvi pegar outras leituras e deixar essa pra depois. Por enquanto ainda estou no começo da descoberta da vida de Anahita, espero que me empolgue mais. Ótima resenha!

Abraços,
Mari Siqueira
http://loveloversblog.blogspot.com

Caline disse...

Oi Ale

Eu não consigo me prender aos livros da Lucinda. Na verdade tentei ler apenas um e não deu certo porque achei a história beeem chata. Entretanto, admito que talvez não estivesse num momento tão legal e que preciso dar uma nova chance aos livros da autora. Só não escolhi ainda qual será a nova leitura.

Abraços
Mundo de Papel

Unknown disse...

Eu ainda não tive a oportunidade de ler nenhuma obra dessa autora, li otimas resenhas sobre A garota do penhasco e fiquei bastante curiosa. Adorei a resenha não fiquei com tanta vontade de ler esse livro mas emei a capa.

Bruna Monteiro disse...

Pra começar tenho que dizer que eu amei a capa deste livro. Bom, não conheço muito bem a autora, apesar de já ter visto falar em alguns livros dela, eu nunca me interessei em ler nada. Pra falar a verdade, das poucas resenhas que li sobre os livros escritos por ela, nenhum me interessou e com "A Rosa da Meia-Noite" não foi diferente, infelizmente! Mas adorei ler o seu ponto de vista sobre o livro e sua resenha foi muito boa!

Unknown disse...

Lucinda Riley é a mesma autora de A Casa das Orquídeas [ou alguma coisa assim] não é? Tenho uma amiga que leu esse livro e não gostou, o que, consequentemente, me fez ficar com o pé atrás em relação a autora. A premissa também não chamou a atenção e eu tenho a leve impressão que não conseguiria suportar Rebeca... então, eu passo a leitura.

Unknown disse...

Oiee
A capa do livro é bastante convidativa e como apenas uma protagonista
se dá ao respeito de ser amada e receber ótimas criticas haha minhas opiniões vão estar divididas em 50% entre gostar e odiar.
E não sei se consigo seguir seu conselho e suportar Rebecca,já desisti de algumas leituras justamente por esse motivo,a personagem irritante e sem sal acaba estragando a boa história.
beijos

Nardonio disse...

É uma característica muito forte da autora essa mistura de épocas diferentes. Gosto bastante desse recurso de "brincar" com o tempo, mas é uma pena que a Lucinda não foi tão feliz nesse livro. Pelo menos a personagem Anahita me parece ser a melhor do livro, ao ponto de "carregar" a trama nas costas.

Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom

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