“Ela não podia me abraçar sempre que queria. Nem podia me beijar sempre que queria. É impossível saber o que é o amor quando essas coisas são tiradas de você. Ela era obrigada a manifestar todo o carinho na voz, e toda a devoção no jeito como olhava para mim.” (LEVITHAN; CREMER, 2014, p. 29).
Meu primeiro contato com a obra de David Levithan foi com “Todo Dia” e muito antes dos milhares de elogios que o livro recebeu a primeira coisa que me chamou a atenção foi a originalidade da premissa. Ao ler a sinopse de “Invisível” eu sabia que o autor tinha em mãos o mote para mais um livro que geraria inúmeras reflexões. De certa forma - e não propositalmente - eu encontrava um paralelo entre os dois livros: a história de “A”, que acorda todo dia em um corpo diferente, e a de Stephen cujo corpo nunca é visto. Talvez por isso, eu esperava que “Invísivel” seguisse na mesma linha poética-filosófica de “Todo Dia”, mas o livro que caiu em minhas mãos era completamente diferente.
Stephen é invisível. Ele não sabe porquê, mas nunca ninguém o viu. Nem mesmo sua mãe quando nasceu, nem mesmo ele ao se olhar no espelho. Quando se veste, suas roupas também se tornam invisíveis, assim como a comida que ingere. Tocar qualquer coisa exige concentração e esforço, afinal, as coisas tendem a passar por ele. Ele nunca foi à escola e não tem amigos. Ninguém sabe que ele existe. Sozinho desde a morte da mãe, Stephen luta para não desaparecer por completo até que uma nova menina se muda para o prédio e, para a sua surpresa, fala com ele. Ela o enxerga. Mas por que Elizabeth pode vê-lo quando ninguém mais pode? Ao se tornarem mais que amigos e buscarem encontrar a razão que levou Stephen a nascer assim, os dois são apresentados a um mundo de feitiços e maldições que tentarão combater.
Mais do que falar sobre identidade ou autodescoberta, “Invisível” fala sobre essência. Uma pessoa que não é vista por ninguém, nem por ela mesma, que não interage com nada nem ninguém, que não pode ao menos se mostrar presente sabe muito pouco sobre si além daquilo que sente. Stephen pode observar e saber muito sobre os outros, mas sobre si tudo que lhe é permitido é o que lhe é mais inerente.
Formado por duas narrativas em primeira pessoa - uma do ponto de vista de Stephen, outra de Elizabeth - “Invisível” entrega para o leitor duas histórias paralelas. A princípio eu acreditava que o foco seria Stephen e Elizabeth seria sua coadjuvante, mas eu estava errada. A história é tanto dele quanto é dela já que cada um tem sua jornada para enfrentar, ambas iniciando no mesmo ponto (a invisibilidade de Stephen) e convergindo para o mesmo ponto (Stephen ter uma vida normal e os dois poderem ficar juntos).
Se por um lado é muito fácil acreditar que Stephen se apaixonaria pela primeira pessoa que faz com que se sinta uma pessoa de verdade, achei o amor de Elizabeth por ele um pouco instantâneo demais (e, portanto, difícil de acreditar). Ainda assim fui cativada pela história, consegui me conectar com as dúvidas e os anseios de ambos os personagens e torci por seu romance.
Eu não esperava que os autores fossem dar uma resposta para a invisibilidade do protagonista. Para mim era o tipo de coisa desnecessária, já que o mais interessante é ver o que resulta dessa condição do personagem (assim como ocorre em “Todo Dia” com A). Porém, o que Levithan e Cremer fazem é centrar a história nessa resposta e na busca para quebrar a maldição. Não era o que eu esperava e confesso que quando vi a história enveredar para esse lado fiquei receosa, mas eis que a abordagem funcionou (embora eu particularmente preferiria a abordagem mais “etérea” da condição do protagonista).
“Invisível” não tem a abrangência filosófica de “Todo Dia”, nem o humor de “Will & Will”, mas não deixa de ser um exemplar do talento de David Levithan.
Título: Invisível
Autores: David Levithan e Andrea Cremer
Nº de páginas: 318
Editora: Galera
Meu primeiro contato com a obra de David Levithan foi com “Todo Dia” e muito antes dos milhares de elogios que o livro recebeu a primeira coisa que me chamou a atenção foi a originalidade da premissa. Ao ler a sinopse de “Invisível” eu sabia que o autor tinha em mãos o mote para mais um livro que geraria inúmeras reflexões. De certa forma - e não propositalmente - eu encontrava um paralelo entre os dois livros: a história de “A”, que acorda todo dia em um corpo diferente, e a de Stephen cujo corpo nunca é visto. Talvez por isso, eu esperava que “Invísivel” seguisse na mesma linha poética-filosófica de “Todo Dia”, mas o livro que caiu em minhas mãos era completamente diferente.
Stephen é invisível. Ele não sabe porquê, mas nunca ninguém o viu. Nem mesmo sua mãe quando nasceu, nem mesmo ele ao se olhar no espelho. Quando se veste, suas roupas também se tornam invisíveis, assim como a comida que ingere. Tocar qualquer coisa exige concentração e esforço, afinal, as coisas tendem a passar por ele. Ele nunca foi à escola e não tem amigos. Ninguém sabe que ele existe. Sozinho desde a morte da mãe, Stephen luta para não desaparecer por completo até que uma nova menina se muda para o prédio e, para a sua surpresa, fala com ele. Ela o enxerga. Mas por que Elizabeth pode vê-lo quando ninguém mais pode? Ao se tornarem mais que amigos e buscarem encontrar a razão que levou Stephen a nascer assim, os dois são apresentados a um mundo de feitiços e maldições que tentarão combater.
Mais do que falar sobre identidade ou autodescoberta, “Invisível” fala sobre essência. Uma pessoa que não é vista por ninguém, nem por ela mesma, que não interage com nada nem ninguém, que não pode ao menos se mostrar presente sabe muito pouco sobre si além daquilo que sente. Stephen pode observar e saber muito sobre os outros, mas sobre si tudo que lhe é permitido é o que lhe é mais inerente.
Formado por duas narrativas em primeira pessoa - uma do ponto de vista de Stephen, outra de Elizabeth - “Invisível” entrega para o leitor duas histórias paralelas. A princípio eu acreditava que o foco seria Stephen e Elizabeth seria sua coadjuvante, mas eu estava errada. A história é tanto dele quanto é dela já que cada um tem sua jornada para enfrentar, ambas iniciando no mesmo ponto (a invisibilidade de Stephen) e convergindo para o mesmo ponto (Stephen ter uma vida normal e os dois poderem ficar juntos).
Se por um lado é muito fácil acreditar que Stephen se apaixonaria pela primeira pessoa que faz com que se sinta uma pessoa de verdade, achei o amor de Elizabeth por ele um pouco instantâneo demais (e, portanto, difícil de acreditar). Ainda assim fui cativada pela história, consegui me conectar com as dúvidas e os anseios de ambos os personagens e torci por seu romance.
Eu não esperava que os autores fossem dar uma resposta para a invisibilidade do protagonista. Para mim era o tipo de coisa desnecessária, já que o mais interessante é ver o que resulta dessa condição do personagem (assim como ocorre em “Todo Dia” com A). Porém, o que Levithan e Cremer fazem é centrar a história nessa resposta e na busca para quebrar a maldição. Não era o que eu esperava e confesso que quando vi a história enveredar para esse lado fiquei receosa, mas eis que a abordagem funcionou (embora eu particularmente preferiria a abordagem mais “etérea” da condição do protagonista).
“Invisível” não tem a abrangência filosófica de “Todo Dia”, nem o humor de “Will & Will”, mas não deixa de ser um exemplar do talento de David Levithan.
Título: Invisível
Autores: David Levithan e Andrea Cremer
Nº de páginas: 318
Editora: Galera
28 comentários:
Olá !
Tenho esse livro em minha estante , porém , sempre que vou iniciar uma nova leitura acabo não o escolhendo . Tenho bastante curiosidade em ler esse livro , muitas pessoas já me recomendaram !
Vou ver se o leio ainda esse ano ;)
http://coisasdediane.blogspot.com.br/
Toda vez que passo os olhos por esse livro na livraria, fico com vontade de levar, a capa me atrai. Agora acho que vou gostar do conteúdo também. Beijos!
www.chezb.com.br
Ainda não li nenhum lido do David Levithan. Já faz um tempo estou querendo ler Todo dia e esse também me interessou, quando tiver a oportunidade com certeza vou ler. Bjus.
Ouço falar muito bem desse livro, Mari. Realmente deve ser uma história bem curiosa, por tudo que um personagem invisível implica. Quero muito ler. Ótima resenha.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Confesso que fiquei com vontade de ler, mas estou com um pouco de receio devido a esse amor platônico citado por você. Andei lendo alguns volumes no qual acontece a mesma coisa e os livros perderam a graça...
Você acha que isso é algo que influencia na leitura, ou essa questão amorosa passa a ser mais convincente com o passar dos capítulos?
http://maisumaleitura.blogspot.com.br/
Oi Mari querida, eu adoro os livros do David, assim que lançou o livro fiquei mega curiosa para conhecer mais este livro dele. Quero saber quais são as motivações e mistérios do invisível o quanto antes. Este mês a record lançou outro livro dele em parceria com outra autora. Fui no Mochilão da Record e fiquei super interessada na história, quero ler em breve tbm! ♥
Beijos,
Joi Cardoso
Estante Diagonal
gosto muito dos livros do autor beijinhos
ja estou seguindo e ficaria feliz se pode-ser retribuir
http://hlanjens.blogspot.com.br/
Oi Mari, parabéns pelo blog...
Adorei sua resenha...fica a dica para uma próxima leitura ;)
Beijokas da Quel ¬¬
Literaleitura
Nossa! Achei o livro super interessante. Como assim um é invisível e o outro te 'alma móvel'? kkk
Acrescentando a lista em 3,2,1...
http://vicioseliteratura.blogspot.com.br/
Oi Mari,
Te encontrei lá no blog da Pam, Interrupted Dream e vi que gostou do meu livro, gostaria de te convidar a conhecer um pouquinho mais sobre ele e inclusive avisar que estou com parcerias em aberto se quiser mais informações pode me enviar um e-mail "raquel.machado2014@yahoo.com.br"
Beijos
Raquel Machado
Escritora Vingança Mortal
leiturakriativa.blogspot.com.br/p/vinganca-mortal.html
Oi Mari, esses amores instantâneos demais realmente nos fazem não confiar muito na história. Indiscutivelmente, acho aqueles amores mais demorados mais especiais, eu gosto de ver o processo dos personagens se apaixonando um pelo outro, mais isso é a minha opinião né? kkk
Enfim, o livro me parece ter uma boa história e pode deixar que a dica tá anotada.
beijo
Vento Literário
Hullo!
Eu ainda não li nem esse, nem nenhum livro do gênero, mas estou desejando muito, principalmente agora que estou por dentro do que se trata o livro! Gostei muito da temática de autodescoberta e essência, o que deveria estar presente em todos os livros para adolescentes ;)
Beijos.
Blog Leitura Assidua ♥
Oi, Mariana! Tudo bem? Já tem um tempinho que esse livro está na minha lista de desejados, mas até então não consegui lê-lo. Adoro a premissa da obra e acredito que vou gostar bastante da obra. Estou bem ansioso para conhecer a escrita do tão elogiado David Levithan! Adorei a resenha! :)
Abraço
http://tonylucasblog.blogspot.com.br/
Olá Mari.
Eu amei Todo Dia e quero muito ler esse livro. A sua é a primeira resenha que leio desse livro apesar de já ter visto ele por ai. Eu achei que o Invisível fosse uma metáfora hehe.
Blog Prefácio
Heey!
O David está me surpreendendo muito! Devo dizer que não curti muito Will & Will, mas ameei Todo Dia. Essa nova proposta dele está fantástica!
Eu provavelmente vou conhecer Stephen e Elizabeth em breve!
Abraços =D
Blog - Desbravando o Infinito
Eu estava com vontade de ler esse livro só pela capa, mas depois dessa resenha o conteúdo também me conquistou. Fiquei bem curiosa para saber o que houve pra ele ficar assim, você já deixou escapar que foi por causa de uma maldição. Mas por que? E por que só a menina consegue ver ele? E como assim ele viveu sozinho por tanto tempo? Quer dizer, ele tem quantos anos ha ha?
Inquietudes Secretas
Olá Mariana,
Essa é a primeira resenha que leio desse livro, fiquei super curioso e com certeza vou colocar na minha lista de desejados, ótima dica;.....bjs.
devoradordeletras.blogspot.com.br
É a primeira vez que vejo uma resenha desse livro! O livro me interessou bastante, principalmente por aparentar que os personagens parecem cativar bastante os leitores. E isso é uma coisa que eu adoro!
Oi,Mari,
Desde que o livro lançou estou bem curiosa para ler. Ainda não li nada do Levithan, mas este é bem a minha cara, adorei a premissa.
Beijos,
Livy
nomundodoslivros.com
Também li o "Todo Dia" e me tornei fã do autor. Quando li a sinopse desse livro, assim como você, imaginei que ele teria essa pegada mais filosófica, mas também fui enganado em relação a isso. Mas, também gosto dessa linha sobrenatural, com maldições envolvidas. E outra coisa que me agrada é a narrativa dividida. Enfim, mais um do Levithan que vou querer ler.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Eu já li Todo Dia e também amei o livro. Tenho muita vontade de ler esse livro só por ser do mesmo autor. A história dele me deixa muito interessada por ser bem diferente. Pela sinopse eu também achava que o foco seria só o Stephen... Ainda estou com vontade de ler esse livro mesmo ele não sendo muito parecido com Todo Dia.
Beijos!
Estou doida pra ler esse livro, curto muito a escrita do David Levithan e cada resenha que leio dele me deixa ainda mais ansiosa em conferi essa história.
Olá!
Já li algumas resenhas positivas sobre os livros do David Levithan, mas ainda não li nenhum de seus livros.
Gostei muito da resenha e fiquei interessada em ler o livro.
Mesmo, como foi escrito, não tendo uma carga mais filosófica como os outros livros do autor, achei a história diferente e gostei dos personagens principais.
Com certeza vou ler logo!
Já faz tempoq ue estou querendo ler esse!!
Amei a premissa, e as resenha que li dele são ótimas, só com elogios!
É uma história diferente, mas não deixa de ser fofa, marcante e original.
Quero muito ler.
bjos
Então, Mari, não sei bem o que pensar sobre esse livro. Nunca li nada do David, mas sou louca para ler Todo Dia, depois que li a sinopse e de tanto que vejo comentários excelentes sobre ele. Entretanto, Invisível não me despertou o mesmo interesse, e quando você falou em feitiços e maldições, fiquei bem desestimulada para lê-lo, confesso.
Esse é um dos livros que a maioria recomenda, mas que não me chamou a atenção.
Não tenho vontade de lê-lo, sério. Mas tenho vontade de ler Todo dia =)
Ainda não li esse livro, mas fiquei interessada porque é diferente de tudo o que já li. Nunca vi um personagem invisível, então é bom mudar de vez em quando. Adorei a resenha, mal posso esperar para ler!
beijos.
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