segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

RESENHA: Último Turno

“Assassinato não é controle; assassinato é só assassinato. 
Suicídio é controle.” (KING, 2016, p. 229). 

***

Último Turno é o livro de encerramento da Trilogia Bill Hodges e minhas expectativas para conferir o final da saga não poderiam ser maiores. 

ATENÇÃOa resenha CONTÉM SPOILERS dos livros anteriores da Trilogia Bill Hodges

Faz cinco anos que Brady Hartsfield — o Assassino da Mercedes — está na ala de traumatismo cerebral em estado vegetativo. Entretanto, os rumores no hospital são de que Brady desenvolveu poderes telecinéticos e que seu estado catatônico não passa de fingimento. Enquanto isso, Bill e Holly são convidados a participar da investigação de um suposto caso de assassinato seguido de suicídio e as pistas começam a apontar para um conhecido criminoso, apesar de toda a improbabilidade. 

Preciso confessar que, ao final do segundo livro, quando temos a confirmação de que Brady de fato desenvolveu poderes sobrenaturais, achei que o último livro da saga tinha todos os elementos para ser épico. Afinal, King acrescentaria elementos sobrenaturais neste mundo de investigação policial, unindo o melhor de dois mundos. 

Entretanto, meu problema continuou sendo Brady. Comentei na resenha de Mr. Mercedes e repito agora: a violência perpetrada pelo vilão parece se originar muito mais de sua loucura do que de uma personalidade essencialmente má. E mesmo que agora conte com poderes sobrenaturais e pretenda usá-los para fazer o maior número possível de vítimas, Brady não inspira o mesmo terror que outros antagonistas criados por King. 

Mas o grande acerto de Último Turno é o desenvolvimento das relações do protagonista e seus ajudantes. Ver a forma como as vidas de Bill, Holly e Jerome se entrelaçou e como eles impactaram a vida uns dos outros é um dos pontos altos. Ao investir no desenvolvimento deste arco ao longo da trilogia, King mostrou que apesar de toda a maldade e loucura que há no mundo, são sentimentos como o amor e a amizade que trazem valor e sentido para a vida. 

Como era de se esperar, a narrativa de King é fantástica, rapidamente emergindo o leitor no contexto da estória. A investigação policial é orgânica e convincente, conduzindo o livro em um ritmo constante. As últimas cinquenta páginas que são responsáveis por trazerem uma dose extra de ação e adrenalina, contando com o esperado confronto entre Bill e Brady. 

Ao findar a leitura da série, fiquei me perguntando sobre a necessidade do segundo livro. Isso por que Último Turno se conecta, principalmente, com Mr. Mercedes. Por sua vez, Achados e Perdidos apresenta uma estória própria e independente, contando com a presença quase que acidental de Bill (que, diga-se de passagem, não protagoniza a estória). Assim, cheguei a conclusão que o segundo livro fez o famoso papel de ponte, sendo “necessário” apenas para mostrar o decurso do tempo e o rumo que a vida dos personagens tomou. Apesar de me parecer que a estória de Bill e Brady não dependia do segundo livro para ser contada, registro que Achados e Perdidos foi o meu livro preferido da saga. 

Apesar de não ter sido a combinação explosiva que eu aguardava, Último Turno mantém o padrão dos livros anteriores. Infelizmente, não foi tão memorável quanto poderia ter sido, mas também está longe de ser um livro ruim. 

Título: Último Turno
Autor: Stephen King
N.º de páginas: 338
Editora: Suma de Letras


14 comentários:

Unknown disse...

Estou lendo Salem e como qualquer outro livro do King me faz pensar o quanto seus livros são incríveis, essa serie já tinha lido algumas resenhas e foram totalmente positivas tenho muita certeza de que esse final foi bem sinistro adoro isso.
Até mais!!

Luiza Helena Vieira disse...

Oi, Alê!
Estou bem ansiosa para ler essa trilogia do King. No momento, estou lendo Revival dele e gostando muito.
Beijos
Balaio de Babados
Promoção Quatro Anos de Minhas Escrituras

Carolina Garcia disse...

Oi, Alê!!

Ainda não tive a oportunidade de ler essa trilogia do Stephen King, mas achei muito interessante a ideia. Uma pena que o final não foi tudo que poderia ser, mas parece ser bom mesmo assim.

Bjs

http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br

Gabriela CZ disse...

Interessante que apesar de alguns pontos "baixos" parece que ainda é uma trilogia incrível, Alê. Fiquei com ainda mais vontade de ler. Ótima resenha.

Beijos!

Sil disse...

Olá, Alê.
Não sou tão fã do autor, mas continuo lendo seus livros hehe. Eu tenho somente o primeiro livro dessa trilogia aqui em casa e assim que conseguir comprar todos vou ler. Eu gosto mais dos livros "policiais" dele do que os sobrenaturais. Por isso acho que vou gostar desses. Acho que a intenção do segundo livro foi fazer essa pinte mesmo, porque o autor é um que não precisa escrever livros desnecessários só para ganhar dinheiro hehe.

Prefácio

Na Nossa Estante disse...

Oi Alê! Ainda não comecei ler a série, mas tenho vontade, mesmo este não sendo impactante. Acho que é como vc disse, King é uma mestre das narrativas de suspense, sempre vale a pena dar uma conferida.

Bjs, Mi

O que tem na nossa estante

RUDYNALVA disse...

Alê!
Mesmo sem ter sido tão explosivo quanto você esperava, ver um assassino em coma, criar poderes sobrenaturais e continuar a matar mesmo do leito de um hospital, é algo me aterrorizante, concorda?
E gostaria de saber como foi esse embate final em Brady e Bill...
Desejo uma semana repleta de realizações!
“O saber é saber que nada se sabe. Este é a definição do verdadeiro conhecimento.” (Confúcio)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Renato Almeida disse...

Olá, Alê. Tudo bem?
Ainda não tive a oportunidade de ler algo do King, mas quero muito. Sempre fico fascinado ao me deparar com um resenha de um livro escrito por ele. São raras as opiniões negativas. Ah, eu também já conferi algumas adaptações, como por exemplo: Misery e fiquei bastante curioso.
Fiquei muito curioso por O último turno e os livros anteriores dessa série.

Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

Unknown disse...

Nunca li nada do King e mesmo tendo curiosidade sempre coragem e algo a mais para que eu finalmente leia.. encontrei esse algo ao descobrir um toque de sobrenatural na história. Se tiver a chance vou ler essa trilogia

Juliana Pavan de Almeida disse...

Oieee..

Acredita que só li o livro Jogo Perigoso do King?
Não curti muito aí fiquei meio ressabiada. Mas com essa resenha incrível, acho que vou incluir esse livro na minha lista.
Tenho muita vontade ler O Iluminado e a Saga da Torre Negra.

Um super beijo =*

Livros em Contexto

Thalita Branco disse...

Olá Alê!
Eu achei o livro bem fraco e curiosamente adoro o segundo, mas concordo contigo. Ele poderia ser uma história a parte, uma obra por si só, e não necessariamente parte da trilogia. Eu não sou muito fã do Bill e cia então achei toda essa parte envolvendo eles meio chata. O final me decepcionou. De um modo geral a trilogia é boa, mas vale mais pela viajem que pelo destino.
Bjs

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Marta Izabel disse...

Oi, Alê!!
Estou começando a ler os livros de Stephen King no momento só li Misery gostei bastante e agora quero ler os outras obras desse autor. Claro que quero muito ler essa trilogia, mas acho que vou pegar antes outros livros dele.
Beijoss

Unknown disse...

Oi!
Ainda não li nada do King, todo ano fala que irei ler algo do autor e acaba só adiando, gostei dessa trilogia, achei interessante como começamos com um livro policial e acaba se desenvolvendo uma historia sobrenatural, também achei legal o autor trabalhar com todos os personagens e fiquei curiosa para saber mais sobre os outros livro !!

Ana I. J. Mercury disse...

Pareceu-me um bom livro, mas não o melhor do King.
Esses poderes sobrenaturais sempre me conquistam! Adoro livros assim!
Quero muito ler o mais rápido possível essa trilogia.
bjs

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