Após a empolgante leitura de As Terras Devastadas, terceiro livro da série, estava com a expectativa em alta para conferir Mago e Vidro e continuar desbravando o caminho rumo a Torre Negra ao lado de Roland, Eddie, Susannah e Jake. Mas, para minha surpresa, o quarto volume da série tomou um caminho inesperado.
Em Mago e Vidro conhecemos mais a fundo a estória de Roland, descobrindo o que aconteceu com ele após seu precoce teste de maturidade. O pai de Roland, preocupado com sua segurança, envia o filho e seus amigos para uma missão na cidade de Hambry. Entretanto, ao chegarem lá, os adolescentes descobrem uma terrível conspiração que os obriga a tomarem medidas drásticas. Para complicar a situação, Roland se apaixona por Susan Delgado, uma jovem prometida ao prefeito.
O quarto livro da série demorou para prender minha atenção. As primeiras páginas colocam um fim bastante óbvio ao cliffhanger do livro anterior e, logo em seguida, Roland começa a compartilhar suas memórias. O problema é que, a exceção de Roland, tudo muda: temos novos personagens, um novo cenário e um novo contexto. Ou seja, tive a impressão que estava começando a leitura de um novo livro.
Confesso que, em um primeiro momento, fiquei um pouco frustrado ao perceber que a obra se dedicaria a destrinchar o passado de Roland, afinal, estava mais interessado na jornada dos personagens rumo a torre. Entretanto, logo entendi a opção de King: somos levados ao passado para entender de onde surgiu a obsessão de Roland pela Torre Negra e vemos os inúmeros sacrifícios que ele fez para seguir em seu caminho. Além disso, o autor também aproveita este momento para fornecer diversas explicações sobre o mundo de Roland.
“Os que estão sob o domínio de uma droga forte — heroína, erva-do-diabo, verdadeiro amor — frequentemente se veem tentando manter um precário equilíbrio entre discrição e êxtase, enquanto avançam na corda bamba de suas vidas. Manter o equilíbrio numa corda bamba é difícil até mesmo no estado mais sóbrio, fazer isso num estado de delírio é praticamente impossível. A longo prazo, é completamente impossível.” (KING, 2007, p. 425)
Apesar de entender a opção do autor, preciso salientar que achei o desenvolvimento da estória muito vagaroso. Das oitocentas páginas do livro, mais de seiscentas são dedicadas a estória de Roland e a minha impressão é que pelo menos um terço poderia ter sido cortado. Assim, considerando que a estória começa praticamente do zero e que tem um ritmo lento, acabei demorando para me sentir envolvido.
Mas quando King alcança o ápice da estória e começa a amarrar todas as pontas da trama é impossível interromper a leitura. É por isso que tenho uma confiança cega no autor: King sempre sabe o que está fazendo e sempre consegue surpreender o leitor, mesmo que as vezes demore um pouco para entregar este resultado.
Apesar da jornada rumo a Torre Negra ter avançado pouco, Mago e Vidro é um livro necessário para entendermos a complexidade do protagonista e a origem de tudo. Registro que a estória de Roland ainda está incompleta e imagino que nos próximos livros receberemos mais algumas peças do quebra-cabeça, mas depois deste volume temos uma visão muito mais abrangente de sua estória.
Como sempre, King me deixou com muita vontade de partir para a leitura do próximo volume assim que virei a última página. Desta vez, o final não contou com cliffhangers e admito não ter a menor ideia de qual rumo a estória irá seguir.
Autor: Stephen King
N.º de páginas: 813
Editora: Suma
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11 comentários:
Alê!
A série tem seus livros bons e outros mais lentinhos como esse, né?
A importância, entretanto que tem, supera a morosidade, porque King sabe como dar um up no enredo quando já estamos quase entregando os pontos.
“Não cruze os braços diante de uma dificuldade, pois o maior homem do mundo morreu de braços abertos!” (Desconhecido)
BOA PÁSCOA!
cheirinhos
Rudy
Oi Alê,
fiquei meio perdida porque ainda não li os livros da série, até quero, mas são tanto e tão grandes, que acabo sempre por adiar.
Mas esse me pareceu um bom livro, meio que introdutório ao que o próximo contará, creio eu.
Fiquei curiosa agora para saber mais sobra história do passado de Roland.
bjs
Apesar de ter esse livro eu ainda não finalizei a leitura. Na verdade eu nem me lembro mais da historia. Paguei uns 50 reais nessa edição no começo do mês passado e eu realmente não li porque a faculdade estava muito puxada e eu precisava terminar o livro It do Stephen king. Mas concordo com você em uma coisa, esse livro e realmente muito complexo
Oi Alê
Adorei sua resenha e fiquei curiosa pela obra. às vezes tbm não curto quando mescla entre passado e presente, pois sempre quero saber o que vai acontecer. Mas as vezes é preciso para entender melhor a história. Preciso logo ler algo do autor.
Beijinhos
https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/
Oi!
Ainda ão li ada do Stephen King, mas o primeiro livro dele que esta a minha lista para ler e essa serie, desde a primeira resenha que li dela a historia logo me chamou atenção e ledo as resenhas mesmo sendo um pouco mais lendo quero muito conhecer essa historia !!
Oi, Alê.
Bom, imagino que essa longa história do passado do Roland é bem cansativa.
Mesmo sendo melhor para o entendimento da história, detesto livros que remetem ao passado.
Amo Stephen King, e cada livro dele é para mim um mundo de expectativas, cada cliente super bem detalhada, cada momento de tensão onde nón vemos retratados em agonia. Adoro
E até quando você diz que o livro do King é moroso consegue me interessar, Alê. Preciso encontrar a coleção. Ótima resenha.
Feliz Páscoa!
Beijos!
Oi Alê, tudo bem?
Não é a primeira vez que vejo comentários dizendo que a história fica meio vagarosa. Acho que isso é um dos fatores que me faz não ter muita vontade de conferir essa série. :(
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi Alê!
Tenho muita vontade de ler este livro mas ele é tão grande que sempre deixo pra depois. Imagino que ele poderia ter sido mais enxuto mas não deixa de ser bom né?! Afinal estamos tratando de Stephen King!
Bjs
Oie Alê =)
Você sabe que eu não tenho o habito de ler os livros do King, mas começos vagarosos não um problema em qualquer livro, pelo menos no meu caso.
Gosto com o autor é mais objetivo, e não acrescenta detalhes demais e que muitas vezes são desnecessários na obra.
No caso de séries, acho normal um livro ser melhor que o outro. O importante é o saldo final ser positivo e nos deixar com vontade de continuar a acompanhado a história.
Beijos;***
Ane Reis | Blog My Dear Library.
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