"No seu próprio entendimento, Bosch tinha uma visão básica sobre o trabalho com homicídios, a de que, assim que pusesse o pé para fora da porta, iria onde quer que fosse — e faria o que quer que fosse necessário — para cumprir sua missão. Isso o fazia se sentir à prova de balas." (CONNELLY, 2008, p. 10)
Depois de ler a resenha do livro “Cidade dos Ossos”, de Michael Connelly, no blog S2 Ler, fiquei com o nome do autor em mente. Alguns dias depois, esbarrei com o livro “O Mirante” no site da Saraiva em promoção e, surpresa nenhuma, não resisti.
A meia noite Harry Bosch, detetive da divisão de homicídio do departamento de polícia de Los Angeles, é contatado para investigar a morte de um homem encontrado no mirante de Mulholland Drive. Porém, logo em seguida o caso assume proporções colossais, quando descobrem que a morte pode estar conectada a uma ameaça terrorista.
Fãs da finada série 24 Horas — leia-se: a melhor série que já existiu — irão gostar da leitura, guardadas as proporções, obviamente. Sabe aquela ação de ver Jack Bauer caçando terroristas e sempre correndo contra o tempo? É esta sensação que o livro, em menor grau, também transmite.
Talvez porque a trama se desenvolve no período de doze horas, e seguimos Bosch através de inúmeras pistas que comporão a imagem final do perfeito quebra cabeça criado por Connelly. Aliás, foi por isso que também achei que o livro tem um quê de Agatha Cristhie. Nada foi escrito por acaso, tudo tinha um propósito, e nenhuma ponta da trama ficou solta. Aplaudo.
Ok, o final não é nada tão surpreendente assim — ou seja, nem perto de 24 Horas, fique registrado —, além de que achei que o próprio Connelly deu um spoiler de seu livro em um capítulo (que por sinal em nada acrescentou). Em suma, achei o livro plausível, instigante, e com uma leitura fácil e dinâmica. Ok, e talvez um pouquinho forçado também.
Pontos negativos: está certo que o meu inglês não é tão bom assim, mas juro que eles fizeram a tradução de um inglês informal para um português ignorante, com todo o respeito. Exemplificando: estou virou tô, você virou cê, e está virou tá. Sinceramente, cada vez que eu lia algo assim, meu estômago se revirava.
Além disso, achei que o autor mencionou demais o caso do livro anterior Echo Park, o grande sucesso de Connelly, e que ainda não li. Não que ele tenha entregado toda a trama, mas quando for ler (sim, ainda quero ler Echo Park) imagino que possa antever algum acontecimento de tanto que ele frisou as conseqüências de tal episódio. Convenhamos que fazer propaganda é uma coisa, mas dar spoiler é outra
Ainda assim, sopesando todos os aspectos do livro, os positivos ganham, e confesso que mal posso esperar para ler o próximo livro de Michael Connelly.
Título: O Mirante
Autor: Michael Connelly
N.º de páginas: 194
Editora: Suma de Letras
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