sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quem vem para o jantar? # 02

"Quem vem para o jantar?" é a coluna mensal do Além da Contracapa em que um jantar fictício se torna a ocasião em que personagens e autores interagem em encontros inusitados. 

Inspirado no post homônimo, havia decidido fazer a minha própria versão deste jantar tão prometedor. Mas, antes de implementar tal idéia, outra surgiu: fazer de “Quem vem para o jantar?” uma coluna mensal, ocasião em que poderíamos convidar não somente personagens do mundo da literatura, mas também seus criadores, para um jantar bem especial. E você, caro leitor, sinta-se convidado desde já para participar de cada um deles!

E, sendo uma coluna mensal, a idéia é que os convidados estejam entre aqueles que lemos nos último tempos e mais gostamos. Então, pronto para o jantar de outubro? Preparado para conhecer os convidados deste mês? Rufem os tambores... E eles são: Michael Connelly e Letícia Wierzchowski.

Os leitores do blog já sabem o quanto apreciei os livros que li do Michal Connelly (leia-se: O Mirante e Echo Park). O cara sabe escrever livro policial como ninguém. Digo isso porque, tirando os clássicos, os últimos livros do gênero que li eram muito forçados. Tudo o que eu espero quanto a trama é que ele seja verossímil. E neste aspecto o Connelly tira nota dez.

Além deste fator essencial, o autor consegue escrever uma estória inteligente, com muita ação, com personagens interessantes e bem construídos, e com finais decentes. Em suma: é quase tudo o que eu espero de um livro policial. E sim, depois de Echo Park, confesso que virei fã.

PS: Talvez você esteja se perguntando por que não convidei Harry Bosch. Bom, é minha tarefa lhe informar que a personalidade dele é forte (leia-se: mais teimoso do que uma mula) e, às vezes, incomoda um pouco.

Outra grande surpresa que tive recentemente foi com “A casa das sete mulheres”, da escritora gaúcha Letícia Wierzchowski. Mesmo sendo um leitor mais assíduo de livros policiais e de suspense, de vez em quando me arrisco a sair do meu “habitat natural” e, por vezes, esbarro em livros interessantes.

Ok, somente li um livro da autora, mas foi o suficiente para me sentir obrigado a convidá-la para este jantar. A escrita é deliciosa, cativante e flui com muita facilidade, mesmo tendo alguns capítulos mais longos. Outra técnica que gostei foi a linguagem “gaudéria” adotada na narrativa do livro, pois nos transporta para o Rio Grande do tempo da Revolução Farroupilha.

Por fim, a autora conseguiu transformar a história da guerra em um romance de tirar o chapéu e aplaudir de pé, e creio que seriam poucos os que conseguiriam fazer o mesmo com tanta maestria.

Assim, convido ambos os autores — distintos no gênero, mas semelhantes pela qualidade das obras — para este jantar que promete uma discussão literária mais interessante do que a refeição em si, pois está, infelizmente, ficou ao meu cargo.  

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