“No fundo, há alguma verdade pela qual valha a pena morrer?” (LOEVENBRUCK, 2011, p.413)
Uma manhã como qualquer outra. Pessoas na rua, a caminho do trabalho, levando suas vidas sem nenhuma surpresa. Um dia comum. Até que três bombas explodem. É assim que tem inicio “A Síndrome de Copérnico”.
Vigo Ravel é o único a escapar de um atentado que matou mais de duas mil pessoas, mas não foi sorte que fez com que Vigo saísse correndo do edifício minutos antes de as bombas explodirem. Foi algo que ele ouviu e que o deixou apavorado, mesmo que não entendesse, exatamente, o sentido das palavras que ouvira. O caso é que Vigo fora diagnosticado com esquizofrenia paranoide aguda e ouvir vozes era algo com que estava acostumado, afinal, fazia parte do seu quadro. Mas esse episodio fora diferente de todos os outros e é ele que leva Vigo a acreditar que não é esquizofrênico e que as vozes que ouve não seus delírios do seu próprio cérebro e sim o pensamento das outras pessoas.
“A Síndrome de Copérnico” é uma perseguição constante. A partir do momento em que Vigo começa a ter duvidas sobre se a sua esquizofrenia é de fato real, ou algo que o fizeram acreditar, a sua vida vira do avesso e um excelente suspense psíquico se forma. Vigo é perseguido nas ruas de Paris por dois homens de cinza, seu chefe parece ser um aliado de seus perseguidores, o psiquiatra com quem consulta há mais de dez anos parece nunca ter existido, assim como a clinica onde trabalhava. No caminho, surgem indícios de que seus pais não sejam seus pais e que seu nome nem ao menos seja Vigo Ravel. Em meio a toda essa confusão, uma dúvida que assombra o personagem (e igualmente a mim, como leitora): “Isso está acontecendo de verdade ou é simplesmente fruto da esquizofrenia?”
Eu diria que “A Síndrome de Copérnico” é um livro de um homem só (um exemplo disso é que o primeiro dialogo do livro vai ocorrer em torno da pagina 50). Mesmo que outros personagens apareçam no caminho de Vigo e irão desempenhar papeis importantes no desenrolar da trama, os acontecimentos são sobre ele e é ele que de fato vive essa história. Agnes, com quem ele rapidamente desenvolve uma relação de afeto, e o grupo EsFiNgE, que irá ajudá-lo a descobrir a verdade, são exemplos disso.
Além das dúvidas sobre sua identidade e tudo que o cerca, indícios sobre o passado de Vigo, um passado do qual ele não tem a menor recordação, vão surgindo aos poucos, o levando a acreditar que ele era algo que hoje abomina a idéia de ser.
Outro ponto que eu não posso deixar de comentar são as divagações filosóficas do personagem, retratadas nas anotações na caderneta Moleskine (capítulos que eu adorava, diga-se de passagem), que permitem ao leitor conhecer a fundo os questionamentos e os pensamentos de Vigo. Toda a vez que eu chegava nesses trechos, me perguntava: “O que será que vem agora? O que será que ele vai explicar ou revelar que eu ainda não sei?” e muitas vezes eu mesma me peguei me questionando em cima dos questionamentos de Vigo.
A crítica que eu tenho a fazer é sobre Agnes e o relacionamento que ela e Vigo desenvolvem, que para mim soou extremamente forçado (da parte dela, pelo menos) e seria perfeitamente dispensável. Me pareceu a resposta do autor para um “final feliz” em uma história que não exigia nada do gênero. Fora esse clichê, “A Síndrome de Copérnico” é um livro ágil e tenso sobre o qual paira um clima constante de dúvida e que eu, sem dúvida, recomendo.
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Título: A Síndrome de Copérnico
Autor: Henri Loevenbruck
Nº de páginas: 504
Editora: Bertrand
Uma manhã como qualquer outra. Pessoas na rua, a caminho do trabalho, levando suas vidas sem nenhuma surpresa. Um dia comum. Até que três bombas explodem. É assim que tem inicio “A Síndrome de Copérnico”.
Vigo Ravel é o único a escapar de um atentado que matou mais de duas mil pessoas, mas não foi sorte que fez com que Vigo saísse correndo do edifício minutos antes de as bombas explodirem. Foi algo que ele ouviu e que o deixou apavorado, mesmo que não entendesse, exatamente, o sentido das palavras que ouvira. O caso é que Vigo fora diagnosticado com esquizofrenia paranoide aguda e ouvir vozes era algo com que estava acostumado, afinal, fazia parte do seu quadro. Mas esse episodio fora diferente de todos os outros e é ele que leva Vigo a acreditar que não é esquizofrênico e que as vozes que ouve não seus delírios do seu próprio cérebro e sim o pensamento das outras pessoas.
“A Síndrome de Copérnico” é uma perseguição constante. A partir do momento em que Vigo começa a ter duvidas sobre se a sua esquizofrenia é de fato real, ou algo que o fizeram acreditar, a sua vida vira do avesso e um excelente suspense psíquico se forma. Vigo é perseguido nas ruas de Paris por dois homens de cinza, seu chefe parece ser um aliado de seus perseguidores, o psiquiatra com quem consulta há mais de dez anos parece nunca ter existido, assim como a clinica onde trabalhava. No caminho, surgem indícios de que seus pais não sejam seus pais e que seu nome nem ao menos seja Vigo Ravel. Em meio a toda essa confusão, uma dúvida que assombra o personagem (e igualmente a mim, como leitora): “Isso está acontecendo de verdade ou é simplesmente fruto da esquizofrenia?”
Eu diria que “A Síndrome de Copérnico” é um livro de um homem só (um exemplo disso é que o primeiro dialogo do livro vai ocorrer em torno da pagina 50). Mesmo que outros personagens apareçam no caminho de Vigo e irão desempenhar papeis importantes no desenrolar da trama, os acontecimentos são sobre ele e é ele que de fato vive essa história. Agnes, com quem ele rapidamente desenvolve uma relação de afeto, e o grupo EsFiNgE, que irá ajudá-lo a descobrir a verdade, são exemplos disso.
Além das dúvidas sobre sua identidade e tudo que o cerca, indícios sobre o passado de Vigo, um passado do qual ele não tem a menor recordação, vão surgindo aos poucos, o levando a acreditar que ele era algo que hoje abomina a idéia de ser.
Outro ponto que eu não posso deixar de comentar são as divagações filosóficas do personagem, retratadas nas anotações na caderneta Moleskine (capítulos que eu adorava, diga-se de passagem), que permitem ao leitor conhecer a fundo os questionamentos e os pensamentos de Vigo. Toda a vez que eu chegava nesses trechos, me perguntava: “O que será que vem agora? O que será que ele vai explicar ou revelar que eu ainda não sei?” e muitas vezes eu mesma me peguei me questionando em cima dos questionamentos de Vigo.
A crítica que eu tenho a fazer é sobre Agnes e o relacionamento que ela e Vigo desenvolvem, que para mim soou extremamente forçado (da parte dela, pelo menos) e seria perfeitamente dispensável. Me pareceu a resposta do autor para um “final feliz” em uma história que não exigia nada do gênero. Fora esse clichê, “A Síndrome de Copérnico” é um livro ágil e tenso sobre o qual paira um clima constante de dúvida e que eu, sem dúvida, recomendo.
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Título: A Síndrome de Copérnico
Autor: Henri Loevenbruck
Nº de páginas: 504
Editora: Bertrand
2 comentários:
Oi, 1° visita no Blog e gostei muito. Não conhecia este livro, Mas gostei da sua resenha.
Aproveito para te convidar, para participar da promoção que tá rolando no meu blog: São 3 Livros + Brinde Supresa! Te Aguardo.
Beijos...
Seguindo
http://pollymomentos.blogspot.com/
Nossa adorei a resenha, o livro parece muito bom, já vai entrar para a minha lista, e parabéns pelo blog também. (:
setordaleitura.blogspot.com
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