domingo, 15 de janeiro de 2012

Quem vem para o jantar? #5

"Quem vem para o jantar?" é a coluna mensal do Além da Contracapa em que um jantar fictício se torna a ocasião em que personagens e autores interagem em encontros inusitados. 

O cardápio já foi definido. A música está sendo selecionada. Os convites já foram enviados. O Don Pérignon já foi comprado e não poderá faltar, pois os convidados para o jantar desse mês são Marilyn Monroe e Vigo Ravel.

Marilyn, claro, dispensa apresentações. Recentemente publiquei uma resenha do livro Marilyn e JFKde François Forestier, uma biografia diferente que cruza as histórias da atriz e do presidente Kennedy. Marilyn, que permanece sendo ícone de glamour e sensualidade, tinha seus muitos demônios.

Vigo Ravel, personagem do livro “A Síndrome de Copérnico” de Henri Loevenbruck, também tem seus demônios. Atormentado pelas vozes que ouviu durante sua vida inteira, ou durante a parte da sua vida da qual é capaz de recordar, pois sua infância e adolescência são um buraco negro do qual não tem lembranças, foi diagnosticado como esquizofrênico. Mas um evento trágico faz com que Vigo perceba que essas vozes não estão em sua mente, ou pelo menos não são fruto dela. São os pensamentos de outras pessoas. Ao se dar conta disso, Vigo passa a ter mais um demônio com o qual conviver: seria isso mesmo? Ele teria a habilidade de ouvir os pensamentos das outras pessoas, ou este seria apenas mais um episódio de sua esquizofrenia?

Marilyn e Vigo compartilham um demônio em comum: o medo da loucura. Ela, devido aos problemas de sua mãe biológica e ele, graças ao diagnóstico de esquizofrenia paranoide aguda.

Já sou capaz de visualizar a cena: o jantar servido, Marilyn usando um belo vestido e segurando uma taça de Don Pérignon, intrigada com aquele rapaz desconhecido e misterioso. Talvez ela se levante e comece a dançar. Talvez ele a acompanhe. Mas mais provavelmente Vigo, relutante em confiar em estranhos, fica em seu canto e ouve os pensamentos da bela loura. O que será que ele ouve? Quantos mitos poderia derrubar, quantos mistérios poderia esclarecer, caso as vozes que estivesse ouvindo fossem realmente os pensamentos de Marilyn Monroe e não delírios de seu próprio cérebro? Quais fatos sobre a vida, e morte, de Marilyn poderiam ser descobertos se ela e Vigo Ravel pudessem dividir uma mesa de jantar?

E você leitor, quer vir para esse jantar? Ainda está em tempo e você não precisa ao menos confirmar presença. Seu lugar à mesa está sempre garantido.

Em breve a resenha de “A Síndrome de Copérnico” de Henri Loevenbruck.




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1 comentários:

Pedro Sales disse...

Se a Marilyn Monroe estivesse viva concerta iria participar deste jantar!

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