“Entre ruínas e recordações, aquele lugar emanava uma áurea de magia e ilusão que só pode sobreviver na memória nebulosa dos primeiros anos de nossas vidas.” (ZAFÓN, 2013, p.77)
É sempre com muita expectativa que leio um livro de Carlos Ruiz Zafón. Gosto tanto do autor, que espaço as leituras (para manter o máximo de livros inéditos possível) e escolho com carinho o melhor momento de fazê-las para que eu possa mergulhar completamente nas atmosferas maravilhosas que o autor cria. Com “O Palácio da Meia-Noite” alguma coisa da magia que se quebrou, embora eu não saiba precisar o quê.
Ben cresceu em um orfanato e durante esse tempo ele seus amigos criaram uma sociedade secreta - batizada de Chowbar Society – que se reúne sempre no Palácio da Meia-Noite. Agora que estão prestes a completar 16 anos, os amigos precisam se separar e deixar para trás a vida que levavam pois a regra da instituição é que, ao atingir essa idade, eles devem ser soltos ao mundo. Porém, antes disso, Ben vai descobrir muito sobre suas origens. Vai descobrir, por exemplo, que tem uma irmã gêmea (Sheere) e que os dois foram separados ainda bebês por sua avó, que criou a menina em uma vida de constantes viagens pelo mundo e deixou-o no orfanato. Isso porque ambos são alvos de um espírito maligno responsável pela morte de sua mãe e por muitos outros terrores.
“O Palácio da Meia-Noite” é considerado o segundo livro da Trilogia da Névoa – a trilogia infanto-juvenil de Zafón – embora o único cruzamento entre suas histórias resida no fato de serem protagonizadas por adolescentes. Devido a isso, os livros podem ser lidos em qualquer ordem sem prejudicar o envolvimento do leitor.
A história tem todos os elementos da tradicional mistura que caracteriza Zafón – uma narrativa belíssima que envolve os temas amizade, mistério, sobrenatural e aventura – e apresenta uma união de personagens diferentes porém sempre carismáticos. Todos os membros da Chowbar Society são encantadores e fazem com que o leitor torça para que seu futuro seja aquele que eles sonham, mas Ben é quem mais se destacou para mim. O protagonista consegue reunir uma gama de qualidades que o fazem corajoso, divertido e altruísta, sem por isso se tornar idealizado a ponto de soar irreal.
Com um clima constante de aventura (que criança não quis fazer parte de um clube secreto?) a história se vale da força que só as amizades da infância e adolescência podem ter para cativar o leitor e pede que ele se deixe guiar pela imaginação para aceitar como verdadeiro o lado fantástico – e sombrio - da trama.
A narrativa se divide em duas: primeira pessoa, através da visão de Ian (um dos amigos de Ben) que olha para os acontecimentos da adolescência com olhos de adulto; e terceira pessoa, quando os meninos tinham 16 anos e viveram a aventura que é o cerne do livro, sendo, portanto, a narrativa dominante.
Me chama a atenção nas histórias de Zafón como, mesmo escrevendo para o público infanto-juvenil, o autor não se preocupa em entregar finais felizes e sim boas histórias, que envolvem, entretêm e encantam.
Apesar de encontrar em “O Palácio da Meia-Noite” tantos elementos que adoro nas obras de Zafón e observar o autor manipulá-los com habilidade como é do seu feitio, por alguma razão não me senti tão tocada, nem me vi tão envolvida como de costume, pelo livro. Não sendo capaz de apontar erros ou falhas, arriscaria dizer que isso aconteceu por ser um livro voltado para o público infanto-juvenil, mas isso não me parece correto já que li tanto “O Príncipe da Névoa” quanto “Marina” e apreciei muito ambos. É curioso também que as três primeiras páginas desta história tenham me fisgado ainda mais que as dos livros mencionados, mas que depois ele não tenha mantido o mesmo grau de envolvimento. Ressalto, porém, que isso não significa que eu não tenha gostado de “O Palácio da Meia-Noite”, apenas que não está entre os livros do autor que mais me marcaram.
Título: O Palácio da Meia-Noite
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Nº de páginas: 271
Editora: Suma de Letras
É sempre com muita expectativa que leio um livro de Carlos Ruiz Zafón. Gosto tanto do autor, que espaço as leituras (para manter o máximo de livros inéditos possível) e escolho com carinho o melhor momento de fazê-las para que eu possa mergulhar completamente nas atmosferas maravilhosas que o autor cria. Com “O Palácio da Meia-Noite” alguma coisa da magia que se quebrou, embora eu não saiba precisar o quê.
Ben cresceu em um orfanato e durante esse tempo ele seus amigos criaram uma sociedade secreta - batizada de Chowbar Society – que se reúne sempre no Palácio da Meia-Noite. Agora que estão prestes a completar 16 anos, os amigos precisam se separar e deixar para trás a vida que levavam pois a regra da instituição é que, ao atingir essa idade, eles devem ser soltos ao mundo. Porém, antes disso, Ben vai descobrir muito sobre suas origens. Vai descobrir, por exemplo, que tem uma irmã gêmea (Sheere) e que os dois foram separados ainda bebês por sua avó, que criou a menina em uma vida de constantes viagens pelo mundo e deixou-o no orfanato. Isso porque ambos são alvos de um espírito maligno responsável pela morte de sua mãe e por muitos outros terrores.
“O Palácio da Meia-Noite” é considerado o segundo livro da Trilogia da Névoa – a trilogia infanto-juvenil de Zafón – embora o único cruzamento entre suas histórias resida no fato de serem protagonizadas por adolescentes. Devido a isso, os livros podem ser lidos em qualquer ordem sem prejudicar o envolvimento do leitor.
A história tem todos os elementos da tradicional mistura que caracteriza Zafón – uma narrativa belíssima que envolve os temas amizade, mistério, sobrenatural e aventura – e apresenta uma união de personagens diferentes porém sempre carismáticos. Todos os membros da Chowbar Society são encantadores e fazem com que o leitor torça para que seu futuro seja aquele que eles sonham, mas Ben é quem mais se destacou para mim. O protagonista consegue reunir uma gama de qualidades que o fazem corajoso, divertido e altruísta, sem por isso se tornar idealizado a ponto de soar irreal.
Com um clima constante de aventura (que criança não quis fazer parte de um clube secreto?) a história se vale da força que só as amizades da infância e adolescência podem ter para cativar o leitor e pede que ele se deixe guiar pela imaginação para aceitar como verdadeiro o lado fantástico – e sombrio - da trama.
A narrativa se divide em duas: primeira pessoa, através da visão de Ian (um dos amigos de Ben) que olha para os acontecimentos da adolescência com olhos de adulto; e terceira pessoa, quando os meninos tinham 16 anos e viveram a aventura que é o cerne do livro, sendo, portanto, a narrativa dominante.
Me chama a atenção nas histórias de Zafón como, mesmo escrevendo para o público infanto-juvenil, o autor não se preocupa em entregar finais felizes e sim boas histórias, que envolvem, entretêm e encantam.
Apesar de encontrar em “O Palácio da Meia-Noite” tantos elementos que adoro nas obras de Zafón e observar o autor manipulá-los com habilidade como é do seu feitio, por alguma razão não me senti tão tocada, nem me vi tão envolvida como de costume, pelo livro. Não sendo capaz de apontar erros ou falhas, arriscaria dizer que isso aconteceu por ser um livro voltado para o público infanto-juvenil, mas isso não me parece correto já que li tanto “O Príncipe da Névoa” quanto “Marina” e apreciei muito ambos. É curioso também que as três primeiras páginas desta história tenham me fisgado ainda mais que as dos livros mencionados, mas que depois ele não tenha mantido o mesmo grau de envolvimento. Ressalto, porém, que isso não significa que eu não tenha gostado de “O Palácio da Meia-Noite”, apenas que não está entre os livros do autor que mais me marcaram.
Título: O Palácio da Meia-Noite
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Nº de páginas: 271
Editora: Suma de Letras
11 comentários:
Nada lido ainda por mim do Carlos.
Gostei do modo que se expressou dele, o mundo que ele cria parece ser muito legal mesmo.
Nunca li a trilogia, mas parece que tem ligações com sobrenatural e ainda descobertas de Ben sobre a própria vida quando é liberado.
Tomara que o próximo livro lido seja melhor em relação a este.
Beijos Mariana,
ThayQ.
O primeiro que eu li do autor foi Marina então esse me marcou mais, mas até agora a trilogia do cemitério dos livros esquecidos é o melhor.....a sombra do vento é o livro mais fascinante que já li, daí comecei a gostar muito do autor
bjs
Do autor só li Marina e gostei demais. Tenho vontade de ler a Trilogia da Névoa, mas confesso que tenho ainda mais vontade/curiosidade de ler a do Cemitério dos Livros Esquecidos. Achei interessante isso que você mencionou, sobre o livro não ter te tocado tanto assim. Gostei muito de Marina, mas acho que optaria por ler os livros mais adultos do autor, e só depois conferir os demais infantojuvenis.
Beijos, Livro Lab
Sei bem como é isso, Mari. Gostar de um livro mas sentir algo nele que não fechou contigo e você não sabe o que é. Ainda assim, com todos seus comentários sinto que é uma leitura que vale muito a pena. Preciso ler Zafón logo. Ótima resenha.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Sempre li muitos elogios sobre a escrita do Záfon.
Ainda não tive oportunidade de ler uma de suas obras, quem sabe em algum outro momento.
Essa trilogia por ser juvenil vou passar...
Bom fds!
Mari!
Mesmo sendo um livro infato juvenil acho sempre interessante, porque as aventuras como falou, clube secreto, mistérios do passado, enfim, toda uma gama de ação durante o enredo, torna o livro atrativo aos meus olhos.
Uma pena que o livro não a tenha envolvido da maneira como esperava.
Aconteceu assim comigo quando li os livros infantos do Sidney Sheldon, um dos melhores autores em sua área, porém os infantos não me cativaram tanto...
Uma semaninha cheia de luz e paz!
Cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Pelo que li acho que gostaria desse livro.. Gosto de historias infanto-juvenil. Quero conhecer mais Ben e seu clube secreto. :)
Beijos Mari! :)
É estranha essa sensação de ver todos os elementos que gostamos em um belo livro, mas sentir que faltou algo para a coisa ser completa. Acho que deve ser porque você gostou muito dos outros livros, e esperou que esse superasse os já lidos. Enfim, o fato é que, mesmo assim, você também gostou desse.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Essa é a primeira resenha que leio sobre o Záfon, e gostei muito do modo como o descreveu e opinou sobre o livro.
Achei o livro bastante instigante e estou bastante curiosa para le-lo. Quem sabe um dia né!?.
A capa é um amorzinho..
Oi Mari :D
Sempre vejo os livros do autor com preços muito bom no submarino, mas até hoje não conhecia nem se quer a sinopse de algum livro dele. Gostei da resenha, mas o enredo do livro não me agradou tanto .. Quero dar uma chance pra escrita do autor, vou aproveitar e comprar algum livro dele pra conhecer! Espero gostar também.
Bjs
Oi Mariana!
O Palácio da Meia Noite será uma das minha próximas leituras. No trecho em que você disse que Zafón não se prende a finais felizes em prol de boas histórias, me lembrei de O Príncipe da Névoa. Cheguei a pensar que Roland voltaria a aparecer nos outros título e foi aí que descobri que eles não tem ligação. São quase como uma série de contos longos.
Assim que eu encerrar essa leitura, deixarei minhas impressões.
Beijos!
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