“Quando Maigret exibia aquele andar pesadão, o olhar um tanto vago, um jeito que as pessoas confundiam com mau humor, todo mundo na Polícia Judiciária sabia o que estava acontecendo. E, embora ousassem sorrir, sentiam certo respeito, porque mais cedo ou mais tarde a história terminava da maneira de sempre: um homem – ou uma mulher – confessando seu crime.” (SIMENON, 2007, p.52)
Louis Thouret mantém uma rotina há anos. Sai de casa sempre no mesmo horário, pega o mesmo trem, vai para o trabalho levando um lanche empacotado pela esposa e, ao final do dia, volta para casa para passar a noite e no dia seguinte repetir tudo. Mas em um desses dias ele é encontrado esfaqueado em um beco e, o mais curioso, usando sapatos amarelos e uma gravata quase vermelha (algo que nunca fez em todos esses anos, sempre usando roupas escuras e sapatos pretos). Maigret é chamado para ajudar no caso e logo descobre que, sem que sua família soubesse, o homem estava afastado do trabalho há anos e passava seus dias sentado em um banco. Que outros segredos ele guardava e qual deles levou à sua morte?
Ler Simenon é diferente de ler qualquer outro romance policial. Se o que costuma nos mover é encontrar as respostas para o crime (quem o cometeu e porquê) quase esquecemos disso quando acompanhamos Maigret. Para ele, as pessoas são sempre mais importantes.
Em “Maigret e o Homem do Banco”, se torna muito mais interessante descobrir o que o tal homem fazia da sua vida do que saber quem o matou e a própria resolução que o autor propõe para o caso deixa isso claro. O desfecho não revela uma trama intricada nem uma surpresa de tirar o fôlego e só é algo que jamais passou pela cabeça do leitor porque ele não teve todas as peças disponíveis durante a leitura para chegar à mesma conclusão que o Comissário (isso porque, o comissário também não as teve). Mas essa abordagem não decepciona. Ao contrário, revela muito do jeito Simenon de fazer policial, ou seja, um jeito muito próximo ao natural. Afinal, com que frequência crimes são cometidos de maneira elaborada e por motivos complexos? Quando é que a polícia tem todas as pistas desde o começo e só precisa encontrar a maneira certa de as encaixar em uma história?
Costumo dizer que só sabemos estar lendo um livro policial quando lemos Simenon porque seu protagonista é um comissário de policia e porque as histórias giram em torno de um crime. Mas elas não são sobre o crime e sim sobre as pessoas envolvidas nele. Nesse caso, a vítima. O homem que é encontrado morto no beco, usando roupas que indicam que ele tinha uma outra vida sobre a qual ninguém parecia ter conhecimento. Quem era de verdade esse homem? Essa é a pergunta que guia mais essa ótima aventura do Comissário Maigret.
Título: Maigret e o Homem do Banco
Autor: Georges Simenon
Nº de páginas: 185
Editora: L&PM
Louis Thouret mantém uma rotina há anos. Sai de casa sempre no mesmo horário, pega o mesmo trem, vai para o trabalho levando um lanche empacotado pela esposa e, ao final do dia, volta para casa para passar a noite e no dia seguinte repetir tudo. Mas em um desses dias ele é encontrado esfaqueado em um beco e, o mais curioso, usando sapatos amarelos e uma gravata quase vermelha (algo que nunca fez em todos esses anos, sempre usando roupas escuras e sapatos pretos). Maigret é chamado para ajudar no caso e logo descobre que, sem que sua família soubesse, o homem estava afastado do trabalho há anos e passava seus dias sentado em um banco. Que outros segredos ele guardava e qual deles levou à sua morte?
Ler Simenon é diferente de ler qualquer outro romance policial. Se o que costuma nos mover é encontrar as respostas para o crime (quem o cometeu e porquê) quase esquecemos disso quando acompanhamos Maigret. Para ele, as pessoas são sempre mais importantes.
Em “Maigret e o Homem do Banco”, se torna muito mais interessante descobrir o que o tal homem fazia da sua vida do que saber quem o matou e a própria resolução que o autor propõe para o caso deixa isso claro. O desfecho não revela uma trama intricada nem uma surpresa de tirar o fôlego e só é algo que jamais passou pela cabeça do leitor porque ele não teve todas as peças disponíveis durante a leitura para chegar à mesma conclusão que o Comissário (isso porque, o comissário também não as teve). Mas essa abordagem não decepciona. Ao contrário, revela muito do jeito Simenon de fazer policial, ou seja, um jeito muito próximo ao natural. Afinal, com que frequência crimes são cometidos de maneira elaborada e por motivos complexos? Quando é que a polícia tem todas as pistas desde o começo e só precisa encontrar a maneira certa de as encaixar em uma história?
Costumo dizer que só sabemos estar lendo um livro policial quando lemos Simenon porque seu protagonista é um comissário de policia e porque as histórias giram em torno de um crime. Mas elas não são sobre o crime e sim sobre as pessoas envolvidas nele. Nesse caso, a vítima. O homem que é encontrado morto no beco, usando roupas que indicam que ele tinha uma outra vida sobre a qual ninguém parecia ter conhecimento. Quem era de verdade esse homem? Essa é a pergunta que guia mais essa ótima aventura do Comissário Maigret.
Título: Maigret e o Homem do Banco
Autor: Georges Simenon
Nº de páginas: 185
Editora: L&PM
25 comentários:
Gosto muito do estilo dos livros do Simenon, da fotografia que ele fazia dos lugares e das pessoas. Acho um estilo bem particular e poético!
Oi, já havia visto alguns livros do Maigret mas nunca li nada. Amo livros policiais e com certeza vou ler o livro. Só lendo a sinopse e descobrindo que o homem fora afastado há anos de seu emprego já fiquei surpresa e querendo saber quais os outros segredos dele. Bjus.
Oie Mari =)
Não conhecia o livro, mas a sua resenha me deixou levemente curiosa em especial por que não sou muito fã de livros policias.
Dica anotada!
Beijos;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
Olá, Mari.
Já li algumas resenhas do autor aqui no blog e tenho muita vontade de ler algum livro dele. Não lembro de ter lido nenhum livro policial que o foco sejam os personagens e não o crime. Assim que der vou ler.
Blog Prefácio
Oi, Mari!
Gostei da forma como Simenon desenvolve o enredo.
Fiquei curiosa com o livro.
Já está indo para a lista de desejados.
Beijos
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Participe!
Quando vejo você falar de Simenon não tem como não ficar curiosa, Mari. E a premissa desse livro, a história do homem, me deixou bastante interessada. Espero poder ler. Ótima resenha.
Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Oi, Mari.
Acho que eu conheço mais livros aqui no blog dq em qualquer outro lugar. Não leio livros policiais, mas estou repensando no meu gosto literário, kkkkkkk.
Beijão.
oqueeuanddolendo.blogspot.com.br
Oiii! Não conhecia esse livro e não me interessei muito. Não é mto meu estilo !
Beijo
mundoemcartas.blogspot.com.br
Oi Mari!
Não conhecia o livro e o autora, mas sou muito fã de livros policias, que tem suspense, solucionam crimes e tal! Amei a premissa desse! Beijos
http://overdoselite.blogspot.com.br/2015/06/resenha-bom-dia-sr-mandela-zelda-la.html
Gostei da resenha Mariana. É o tipo de livro que faz o meu gênero, sem contar que sempre leio ótimas críticas a respeito de Simenon. Beijo!
www.newsnessa.com
Oi, Mari!
Não conhecia este livro, mas amei a dica. Gosto muito de romance policial e mesmo que o livro caminhe por outra perspectiva, eu fico envolvida com a história. Aliás, achei o máximo a premissa de "Maigret e o Homem do Banco", é instigante e diferente dos livros policiais que estou acostumada a ler.
Espero ler em breve! Ótima resenha.
Biejocas.
http://artesaliteraria.blogspot.com.br
Oi, Mariana!
Eu não conheço o autor e consequentemente não conhecia a obra. Não sei se leria. Eu curto o gênero e fiquei curioso, mas no momento talvez não seria a leitura ideal para mim pelo fato de eu estar vivendo outra ressaca literária.
Mas anotei a dica. ;)
Abraço!
"Palavras ao Vento..."
www.leandro-de-lira.blogspot.com
Oi, Mari,
Nossa, me sinto envergonhada de ser fã de livros policiais e não conhecer esse autor.
O livro dele parece ser diferente de qualquer coisa que já li do gênero, estou enganada? Pelo menos foi o que senti pela sua resenha.
Quero muito ler, acho que preciso me dar esse presente rs
Beijos
Meu Meio Devaneio
Oi Mari, tudo bem??
Adorei a resenha, adoro livros policiais, todo os mistérios e duvidas envolvidos.
Amei seu blog e estou seguindo.
;*
www.saladadelivro.blogspot.com
É a primeira vez que eu ouço falar desse livro. Porém, já me conquistou de cara! Além de ser um romance policial, que eu adoro, o livro aparenta ser bem instigante!
Eu não conhecia esse livro, mas fiquei muito interessada nele. Ele parece ser bem diferente mesmo dos romances policiais que eu leio. Acho que não li nenhum livro em que a história da vitima é tão interessante quanto o crime. Com certeza é um livro que eu vou querer conhecer melhor.
Adorei a resenha :)
Beijos!
Oi, Mari! Tudo bem?
Eu não conhecia o livro, mas sua resenha me deixou bem curiosa! Adorei o que você disse sobre a trama ser sobre as pessoas e não sobre quem cometeu o crime. Por mais pequeno que isso possa parecer, já é uma característica bem diferente de tantos outros policias que li. A dica está anotada! Bjs
Jéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/
Caramba acho que agora até quem não gosta de romance policial vai se interessar pelo gênero, como eu ha, ha. E olha que curti nada a capa (e sim isso conta muito pra mim). E nunca tinha ouvido falar do autor. Mesmo assim fiquei bem curiossaaaaa. Vou comprar pra mim ha, ha.
Inquietudes Secretas
Esse romance policial possui uma abordar bem diferente do que vemos por aí e isso me deixou muito curiosa. Minha curiosidade é atiçada com facilidade e por isso romances policiais me agradam tanto, e esse parece ser uma experiência muito agradável.
Ótima resenha ^^
Nós, que somos fãs incondicionais de um bom romance policial, nos deliciamos com essas abordagens diferentes. Apesar de não ter perseguições ou coisas parecidas, em nenhum momento o autor deixou que a trama caísse no marasmo da investigação de um crime, até certo ponto, sem grandes malabarismos. Gosto desses policiais que se importam mais com as pessoas/vítimas, do que com o crime em si. Pretendo ler algum livro do Simenon muito em breve.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Olá!
Não estou acostumada a ler o gênero policial, porém gostei do livro.
Fiquei curiosa sobre o personagem que morreu e também saber o motivo de sua morte.
Gostei também do detetive, achei um personagem diferente.
Não conhecia o autor e fiquei interessada em ler esse e outros livros dele.
Achei curioso por causa da roupa! kkkkk
Nunca ouvi falar desse autor, mas to curiosa para conhece-lo agora!!!
bjs
Nunca li nada do Simenon, mas já ouvi comentários positivos sobre suas obras. Gostei muito da resenha, Mari, e como gosto de romances policiais, esse pode ser um bom livro para começar a conhecer o autor.
Já li muitos elogios a Simenon e sua escrita.
Como gosto de policiais, tenho muita vontade de ler suas obras. Este parece ser um livro com um bom mistério.
Adoro policiais e o diferencial desse creio que seja o foco dele, né? Como não li nada do autor creio que essa seja uma ótima forma de começar. Foi para a minha listinha interminável.
Beijos!
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