segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

RESENHA: Thrawn

star wars thrawn
Em 1991, Timothy Zhan lançou Herdeiro do Império, o primeiro livro do universo expandido de Star Wars publicado com a autorização oficial da LucasFilm. Nos anos seguintes, mais dois livros foram lançados completando a trilogia e que foram considerados por muitos fãs como os episódios VII, VIII e IX da saga. E parte desse sucesso se deve ao vilão criado por Zhan: o grão-almirante Thrawn. 

Porém, em 2012, a Disney adquiriu a LucasFilm e, consequentemente, os direitos autorais de Star Wars. Assim, eles optaram por não se comprometer com as estórias contadas nas outras mídias, dando origem ao selo Legends: são lendas, que podem ou não ter acontecido. Por sua vez, as obras publicadas após a compra pela Disney fazem parte do cânone, ou seja, integram as estórias dos filmes, livros, HQs e séries em uma mesma linha temporal.

Reconhecendo o potencial do grão-almirante Thrawn, a Disney não quis deixar o personagem restrito ao selo Legends. Assim, ele foi inserido como um dos antagonistas na série de animação Star Wars: Rebels, entrando oficialmente no cânone. Posteriormente, uma nova trilogia de livros foi encomendada, permitindo que Zhan se aprofundasse nas origens de Thrawn. 

Vivendo em exílio, Thrawn é encontrado por forças imperiais e levado para Coruscant, onde jura fidelidade ao imperador Palpatine. O alienígena de pele azulada e olhos vermelhos é um brilhante estrategista militar e, apesar de seus métodos pouco convencionais, sempre alcança a vitória, o que lhe garantiu uma ascensão meteórica dentro da Marinha Imperial. Porém, sua falta de tato para as questões políticas poderá ser um problema. 

“Artistas eram indivíduos, mas também eram produtos de sua cultura, história e filosofia. O entrelace de artista e cultura era óbvio ao olha crítico. O padrão fundamental de uma espécie podia ser esboçado, depois desenhado e então preenchido completamente. Mais importante de tudo: os relacionamentos entre arte, cultura e doutrina militar podiam ser deduzidos.
E o que pode ser deduzido pode ser combatido.”
(ZAHN, 2017, p. 202)

Quando iniciei a leitura, imaginava que um dos maiores desafios de Zhan seria transformar Thrawn em protagonista. Afinal, já havia assistido a série Star Wars: Rebels e, apesar de admirá-lo por suas capacidades, ainda o enxergava como vilão, pois foi recrutado para pôr um fim aos ataques de uma célula rebelde. Porém, Zhan consegue nos mostrar que nada é preto no branco e que o mundo de Star Wars é muito mais complexo e vai muito além da dicotomia heróis versus vilões

E esse é um dos maiores méritos do livro: colocar o leitor nas fileiras do Império Galáctico, de modo que podemos ver que apesar dos muitos defeitos do Império e do Imperador, ainda existem pessoas decentes e que, do jeito delas, lutam por uma galáxia melhor. E Thrawn é uma dessas pessoas, que reconhece esses defeitos, mas que olha para o movimento rebelde com receio de que o sucesso deles implique em um novo banho de sangue, assim como foi nas Guerras Clônicas (conflito que ocorreu entre a República e o movimento separatista, que se passa entre os episódios II e III e que é retratado na série de animação Star Wars: Clone Wars)

Além de Thrawn, outra personagem da série Star Wars: Rebels ganha destaque: Arihnda Pryce. Sua jornada é tortuosa, como inúmeras idas e vindas, mas sua ambição para galgar os degraus do poder no Império é incansável. Na animação, Pryce é uma pessoa extremamente desagradável, mas no livro vemos seu lado mais humano, bem como os eventos que a transformaram naquela pessoa. 

A ascensão de Thrawn passa por inúmeras missões dentro da Marinha Imperial e muitas delas envolvem Cisne Noturno, um estrategista engenhoso e adversário à altura. Assim, o fio condutor do livro acaba sendo a perseguição do grão-almirante por esse misterioso personagem. Entretanto, confesso que achei a evolução dos personagens muito mais interessante do que a perseguição. 

O desfecho não surpreende, mas deixa um gancho promissor para o próximo livro, que unirá o grão-almirante ao icônico Darth Vader. 

Para quem assistiu Star Wars: Rebels, considero Thrawn uma leitura enriquecedora, pois mostra outros pontos de vista e acaba tornando personagens já conhecidos muito mais profundos e multifacetados. Para aqueles que não assistiram, reconheço que o livro pode não ter tanto apelo, apesar de apresentar um personagem fantástico. 

Título: Star Wars: Thrawn
Autor: Timothy Zahn
N.º de páginas: 471
Editora: Aleph
Exemplar cedido pela editora

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5 comentários:

Rubro Rosa disse...

E lá vem a não fã de Star Wars..rs
Não me apedrejem, mas nunca consegui me conectar com este universo fantástico tanto da série de livros,quanto dos filmes e seriados.
E olha que já tentei inúmeras vezes.
Penso eu que por não ser tão fã de ficção científica, isso tenha até ajudado a eu não me sintonizar com os personagens.
Não digo que nunca lerei,pois sou uma taurina teimosa e um dia, tentarei essa conexão!
Beijo

Gabriela CZ disse...

Que bom saber desse livro, Alê. Conclui Star Wars: Rebels na semana passada e fiquei curiosa por esse livro que mostra um outro lado do Almirante Thrawn, vou procurar. Ótima resenha.

Beijos!

Victor S. disse...

Oi Alê,
Adoro SW, mas ainda não li nenhum dos livros, acredita? já assisti rebels e o thrawn realmente é um estrategista brilhante, além de um vilão a altura da franquia. Fiquei bem curioso para descobrir a origem do grão almirante, e ainda mais para saber como vai ser a parceria do thrawn e do darth vader.

Luana Martins disse...

Oi, Alê
Gosto de Star Wars, mas não sou fanática por esse universo.
Ainda não assisti nenhum filme e os livros fiquei sabendo aqui pelo blog.
Mas ainda quero ver os filmes e depois complementar com a leituras dos respectivos livros.
Beijos

Ana I. J. Mercury disse...

Alê,
lendo a sua resenha, parece ser bem escrito e interessante para os fãs.
Mas te confesso que não entendo nada desse universo de Star wars, já tentei ler vários livros, mas não consegui terminá-los, não sei se peguei na ordem errada ou o quê. kkk
Vou assistir aos filmes e depois se eu gostar, tentar ler os livros.
bjs

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