terça-feira, 30 de outubro de 2012

Conexões Além da Contracapa # 07


“Os Três Mosqueteiros”, clássico de Alexandre Dumas, é uma história cheia de aventuras, intrigas e romances que se passa na França no século XVII. Além de florestas, tavernas e estalagens, castelos também são cenário das aventuras de D’Artagnan, Athos, Porthos, Aramis. Outra história que também conta com castelos para ambientar sua trama é..



a trilogia “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien. Adaptada para o cinema, a épica saga de Tolkien contou com a direção de Peter Jackson e com os atores Elijah Wood, Orlando Bloom e Ian McKellen. Este último participou também da adaptação cinematográfica de...



“O Código Da Vinci”, best-seller de Dan Brown. O autor americano, criador do personagem Robert Langdon, tem entre suas influencias literárias...



Sidney Sheldon (outro autor best-seller), especialmente o livro: “Conspiração: Dia do Juízo Final”. Um dos temas frequentes na obra de Sheldon é a vingança, como ocorre em “O outro lado da meia-noite” e “Se houver amanha”, por exemplo. Mas nem só Sidney Sheldon usa vingança como motivação de seus personagens. Essa é uma motivação usada por diversos autores, de diversos gêneros, e pode ser encontrada inclusive em obras clássicas, como...


“O Conde de Monte Cristo”, outro clássico de Alexandre Dumas, assim como “Os Três Mosqueteiros”.






sexta-feira, 26 de outubro de 2012

RESENHA: Gritos do Passado

“Sem saber o tamanho do lugar, ela imaginou as paredes se fechando sobre ela. Levou a mão à garganta ao sentir como se sufocasse, mas então se obrigou a acalmar-se, respirando fundo para manter o pânico afastado.” (LÄCKBERG, p.52, 2011)

Camila Läckberg: um nome promissor da atual literatura policial. “Gritos do Passado”, segundo livro da autora, não deixa a desejar em nada: trama interessante, explicações satisfatórias, boa narrativa e, ao terminar a leitura, deixa no leitor a certeza de que a autora sabia exatamente o que estava fazendo e onde queria chegar desde a primeira palavra. Mas vamos por partes.

É apenas mais uma manhã na cidade de Fjällbacka, que pouca experiência tem com crimes realmente horrendos, como assassinato, quando o corpo de uma moça é encontrado junto a dois esqueletos. Logo se descobre que esses esqueletos pertenciam a outras duas moças assassinadas com o mesmo modus operandi há 24 anos. Na época, Johannes Hult era o principal suspeito pelos crimes, o que nunca chegou a ser provado, embora o suicídio de Johannes tenha sido considerado uma admissão de culpa. Mas então, quem teria matado a jovem agora? Trata-se de um imitador, ou talvez Johannes tenha sido acusado injustamente? Patrick Hedström é o detetive responsável pelas investigações e se depara com questões complicadas, entre elas o desaparecimento de outra jovem, e com a conflituosa família Hult.

A primeira coisa que me chamou atenção foi ver como Camila despedaça a trama e proporciona momentos de folgas ao leitor, tirando-o da investigação, sem deixa-lo entediado ou se sentindo enrolado. Isso se dá, para citar alguns exemplos, pelos conflitos de personagens como Ernest, o policial relapso; o relacionamento de Patrick e Erica, sua esposa grávida; e até mesmo de Erica e sua irmã, Anna. Com isso Camila também abre diversas pontas e apresenta o ponto de vista de cada um dos personagens (inclusive das vítimas - antes de suas mortes, claro), mesmo mantendo a narrativa sempre em terceira pessoa. Mesmo não sendo frenética, a narrativa flui bem, sem pecar pela falta – ou excesso - de detalhes. A autora usa, ainda, de diversos pequenos artifícios para manter o leitor interessado. São pequenos comentários, sem explicação imediata, que levam o leitor a entender que existe muita coisa por trás de cada personagem e mesmo que elas nada tenham a ver com o mistério central, ainda conseguem deixá-lo com “a pulga atrás da orelha”. Não enlouquecido para descobrir as respostas, mas satisfatoriamente curioso.

A investigação, por sua vez, é lenta, mas não do tipo tediosa. Na verdade, soa bastante real. Enquanto peças vão surgindo e respostas são buscadas, a autora mostra diversas facetas dos personagens - tanto dos policiais, quanto da família Hult - e mantém pequenas histórias paralelas. É lento o suficiente para soar real, sem por isso tornar-se desinteressante.

Gostaria de destacar que todos os personagens criados por Camila me pareceram bastante verossímeis e cada um tem a sua marca e contribuição para a história, sem por isso serem clichês ou estereotipados. Já me deparei com livros em que os personagens pareciam não ter personalidade e serem apenas um nome e uma profissão, ou ainda terem sido desenvolvidos apenas para cumprir uma determinada função da trama e só. Isso não acontece em “Gritos do Passado”. Os personagens atingem aquele patamar em que deixam de ser personagens e tornam-se pessoas, porque a autora nos permite conhecê-los de verdade.

Quanto à surpresa reservada para o final do livro, devo confessar que “Gritos do Passado” apresenta um tipo de desfecho que eu adoro: aquele do qual eu desconfiei durante toda a trama, mas que ainda assim é capaz de surpreender, porque por mais que eu tenha desconfiado, ainda assim cometi alguns erros.

“Gritos do Passado” é um livro bem construído. Camila Läckberg tinha uma boa história nas mãos e soube desenvolve-la e contá-la muito bem. Coloco fé na autora e já tenho outros de seus livros na minha – sempre crescente – lista de desejados.

Título: Gritos do Passado
Autora: Camila Läckberg
Nº de páginas: 362
Editora: Planeta

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

RESENHA: A Menina que não sabia ler

“O que eu mais gostava em Shakespeare era a facilidade com que lidava com as palavras. Parecia que, se não houvesse palavra para o que queria dizer, ele simplesmente a inventava. Ele poetava o idioma. Por inventar palavras, ele bate qualquer outro autor. Quando crescer e tornar-me escritora, e sei que me tornarei, pretendo shakespearear algumas palavras. Já estou praticando.” (HARDING, 2010, p. 18). 

***

Se você frequenta blogs literários, pode-se dizer que, em maior ou menor grau, você é um bookaholic. E se você é um bookaholic, você deve estar familiarizado com aquelas promoções do Submarino que levam qualquer leitor a falência. Eram cinco livro por cinquenta reais, eu tinha escolhido quatro títulos. E foi assim que A menina que não sabia ler veio parar na minha estante. 

Florence e Giles são irmãos órfãos e residem em Blithe House, mansão mantida pelo tio e tutor das crianças, o qual não se importa com os sobrinhos e limita-se a pagar as despesas da casa. Nos idos de 1891, não era de se estranhar que este tio proibisse qualquer tipo de formação a Florence, que, ao descobrir uma biblioteca em Blithe, apreende a ler sozinha.

A narrativa, em primeira pessoa, do ponto de vista de Florence, é excepcional. Além de ser muito fácil se identificar com a personagem, é muito fácil ser tragado pelas suas aventuras até a biblioteca e suas descobertas no mundo da literatura. E até a página 50 eu teria apenas elogios. Mas eis que o livro tem 282 páginas, e sinto-me obrigado a alertar-lhe que as 232 páginas restantes foram desastrosas. 

A trama, que inicialmente parecia ser tão promissora, se transfigurou subitamente no roteiro bizarro e incoerente de um filme de terror de quinta categoria, também conhecido pela expressão: “sem pé, nem cabeça”. 

Tudo aquilo que eu achei interessante, todas as pergunta que me fiz durante o decorrer da leitura, todos os pontos altos da trama simplesmente foram deixados de lado, porque, aparentemente, não eram a estória que o autor tinha para contar. Ou seja, o livro termina, e o leitor não recebe respostas. 

Ao que tudo indica, boa parte da estória poderia constituir um mero devaneio da menina. Lembre-se que o livro é narrado por Florence, no alto dos seus doze anos, e a única resposta plausível é a de que não há separação entre a realidade e a sua imaginação fértil. Aliás, começo a pensar que, talvez, tudo fosse sua imaginação. 

Sem problemas se o leitor soubesse isso desde o início da leitura. Mas ao chegar no final do livro, sem nenhuma das respostas que esperava, sem uma explicação clara do que foi que aconteceu, me senti enganado pelo autor. E sinceramente, a mensagem que se extrai do livro é que se uma criança lê demais ela perde o juízo. 

Assim, deixo meu alerta: mantenha distância.

Título: A menina que não sabia ler
Autor: John Harding
N.º de páginas: 282
Editora: LeYa

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

RESENHA: Os Espiões

“Por que não ir a Frondosa? Absurdamente, pensei: porque o meu encontro com Ariadne tem que ser o clímax dessa história, o fim do labirinto. Porque eu vou salvá-la, e me salvar, e até lá tudo é prólogo.” (VERISSIMO, p. 44, 2009)

Um editor de livros, com pouca fé na humanidade, fica absolutamente fascinado pela misteriosa autora de um manuscrito que recebe em uma certa segunda-feira. Essa é a premissa de “Os Espiões”: um livro delicioso de Luis Fernando Verissimo.

Mas aquelas primeiras páginas não eram simplesmente o início de um romance. Eram um testamento, uma carta suicida. Nelas, Ariadne – a autora que não usa vírgulas e assina seu nome com uma florzinha em cima do i – promete contar sua história e seu romance com um “Amante Misterioso” e depois se suicidar. O editor – bêbado de final de semana e fã de histórias de espionagem (principalmente as de John Le Caré) - envolve a si mesmo e a seus curiosos amigos em uma história de espionagem real na tentativa de salvar Ariadne.

“Os Espiões” é um livro que pode facilmente ser lido de uma vez só. Narrado em primeira pessoa, a voz do narrador conquista nas primeiras páginas, nas primeiras linhas, na primeira frase: “Formei-me em Letras e na bebida procuro esquecer”. Mas não pense com isso que esse é um livro para ser levado a sério. Sem abandonar o humor que lhe é característico, Luis Fernando Verissimo cria uma história misteriosa no seu absurdo, repleta de personagens memoráveis e os mais divertidos acontecimentos envolvendo esse grupo de “espiões” na cidadezinha de Frondosa que, como toda cidade pequena que se preza, tem seus tipos únicos e inusitados.

Antes de comprar o livro, tive a oportunidade de ler o que viriam a ser as quatro primeiras páginas desta edição de bolso e com elas eu já estava fisgada pela história que aquele narrador tinha para me contar. Terminada a leitura, a verdade é que eu não consigo pensar em um único aspecto que não funcione bem no livro.

Um desfile de personagens engraçados, cada um a seu modo, em situações tanto reais quanto absurdas permeiam as páginas de “Os Espiões”. Um livro leve e divertido. Entretenimento puro.

Título: Os Espiões
Autor: Luis Fernando Verissimo
Nº de páginas: 174
Editora: Ponto de Leitura

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

LANÇAMENTO: Editora Sextante

Confiram os livros que serão lançados neste mês pela Editora Sextante.






Clique nas imagens para ampliar.

domingo, 14 de outubro de 2012

Quem vem para o jantar? # 14

"Quem vem para o jantar?" é a coluna mensal do Além da Contracapa em que um jantar fictício se torna a ocasião em que personagens e autores interagem em encontros inusitados. 

A data exigia convidados a altura. E depois de muito pensar a respeito, convidei a dois respeitáveis senhores, que representariam sua classe de forma exemplar. Novamente, percebi que minha humilde residência não seria o local ideal para o jantar, por isso optei por reservar uma mesa no Três Vassouras, taverna localizada em Hosgmeade.

O local estava decorado com várias abóboras de diferentes tamanhos, e sempre que alguém passava em frente, elas soltavam uma gargalhada maquiavélica, fazendo com que vários clientes se sobressaltassem. Como era de se esperar naquela época do ano, o bar estava cheio de alunos de Hogwarts, os quais portavam várias sacolas da Dedosdemel e da Gemialidades Weasley. Eu estava em uma mesa situada aos fundos, com uma caneca de cerveja amanteigada, enquanto aguardava meus convidados.

O primeiro deles é ninguém mais, ninguém menos que Alvo Dumbledore. Além de ser considerado um dos mais poderosos bruxos de sua época — especialmente após vencer Grindelwald — , Dubledore é conhecido por sua mente afiada, por ser um hábil duelista e por fazer feitiços raramente vistos (as vezes, até mesmo sem varinha e sem pronunciar uma sílaba sequer).

Enquanto terminava de beber minha caneca de cerveja amanteigada, meus convidados chegaram, pedindo perdão pelo atraso. Na verdade, eles não estavam atrasados. Era eu quem estava ansioso por aquele encontro, que cheguei cerca de meia hora antes do horário combinado.

O segundo mago que convidei para aquele jantar (ok, não foi exatamente um jantar, como você já deve ter percebido...) foi Gandalf. Igualmente sábio e poderoso, Gandalf foi uma peça decisiva para derrotar Sauron e seus aliados e restaurar a paz na Terra-média. 

Depois de uma longa conversa — e de terminar de beber a jarra de hidromel envelhecido em barril de carvalho — decidimos que a noite exigia uma visita a Casa dos Gritos. Saímos do bar de Madame Rosmerta e sentimos uma lufada de ar frio. Já era noite e a lua cheia brilhava ao longe, encoberta parcialmente por algumas nuvens.

Devo reconhecer que em situações normais eu estaria com medo. Mas com aqueles convidados ao meu lado, nem mesmo o uivo de animais (ou quem sabe de lobisomens) me assustou... muito. 

Gincana de 1 Ano - Resultado


E chegamos ao final da gincana em comemoração ao primeiro aniversário do blog.
Esperamos que todos tenham gostado e se divertido com as provas.
Mas agora vamos, ao que interessa, porque depois de tanto quebrar a cabeça para responder os enigmas vocês querem se divertir com um bom livro, certo?
Quem ficou com o primeiro lugar da Gincana de 1 Ano, com um total de 1305 pontos, foi o Nardonio!
O segundo lugar ficou com a Sabrina, que contabilizou 1095 pontos.
Parabéns aos vencedores! Lembrando que o Nardonio poderá escolher três livros; enquanto a Sabrina escolherá dois livros entre os restantes.
E o último livro? Como vocês devem se lembrar, o livro restante será sorteado entre os demais participantes da gincana, listados abaixo em ordem alfabética.

1. Débora
2. Fernando
3. Gislaine
4. Gláucio
5. Jeniffer
6. Luanna

Realizado o sorteio através do site Random, o número sorteado foi:

Parabéns Débora!
Os vencedores serão contatados por email.

E se você ainda está curioso quanto as respostas das provas, segue o gabarito:

LANÇAMENTO: Enigmas de Londres

O novo lançamento do selo Fantasy Casa da Palavra é Enigmas de Londres: Espíritos do Tâmisa, do autor Ben Aaronovitch. O livro é o primeiro volume da série com o jovem detetive Peter Grant, e tem sido anunciado como o encontro entre Harry Potter e CSI. Isso mesmo: fantasia + policial. Será que dá certo?

***


SINOPSE

Peter Grant tinha tudo para ser apenas mais um jovem guarda da Polícia Metropolitana de Londres. Após um encontro inesperado com um fantasma, contudo, ele é recrutado para uma unidade secreta que trata de casos relacionados à magia e ao sobrenatural, tornando-se detetive e aprendiz do inspetor Nightingale, o último mago da Inglaterra.

Sua primeira missão é descobrir quem é o espírito vingativo que anda transformando pessoas comuns em assassinos sanguinários. Com isso, aprende a usar magia, convive com grupos de vampiros e revira covas
pela cidade. Além, é claro, de negociar uma trégua entre deuses enfurecidos do rio Tâmisa.

Com uma linguagem ágil e bem-humorada, Ben Aaronovitch narra a história de um detetive que achava o mundo normal, antes de conhecer o poder intenso e surreal da magia por detrás do submundo de Londres.
Aclamado por público e crítica em sua estreia como romancista, o autor foi indicado ao Galaxy National Books Awards como "Autor Estreante do Ano", além de escrever roteiros para a série de televisão Doctor Who.


ORELHA

– Então magia é real – eu disse. – O que faz de você um... o quê?
– Um mago.
– Como Harry Potter?
Nightingale suspirou.
– Não, não como Harry Potter.
– Em qual sentido?
– Eu não sou um personagem ficção – disse Nightingale.

E se a magia fosse real? E mais: e se ela fosse controlada por um departamento da polícia e utilizada para proteger as pessoas de espíritos mal intencionados e entidades maléficas?

Após descobrir que a única testemunha de um crime é na verdade um fantasma, Peter Grant torna-se aprendiz do enigmático inspetor Thomas Nightingale e logo aprende a controlar magias e feitiços que o
ajudarão a resolver uma série de crimes.

Através dos olhos cínicos e sarcásticos do detetive recém-assumido, somos introduzidos aos seres sobrenaturais que habitam as partes soturnas da cidade de Londres, assim como às regras do submundo de
trolls que vivem embaixo de pontes, famílias de vampiros, ninfas dos rios e guardiões do Tâmisa.

Com uma história repleta de mistério e humor, Espírito do Tâmisa é uma fantasia urbana em que o leitor ficará preso até o último minuto.


SOBRE O AUTOR

Ben Aaronovitch nasceu em Londres em 1964. Teve um tipo de infância que leva um homem a beber ou a se tornar fanático por ficção científica. Ele é roteirista e fez sucesso na BBC com a série legendária Doctor Who. Depois de uma década trabalhando em roteiros, decidiu que era hora de mostrar ao mundo o que realmente poderia fazer e embarcou na sua primeira trilogia: "Enigmas de Londres".

O livro já está a venda no site da Livraria Saraiva.

LANÇAMENTOS: Editora Arqueiro

Neste mês, a Editora Arqueiro lança o sétimo volume da série O Clube das Mulheres contra o Crime, assim como o décimo oitavo livro da série Alex Cross. Além disso, a editora também lança o livro Corajosos, inspirado no filme homônimo. 







quarta-feira, 10 de outubro de 2012

RESENHA: Na Toca do Leão

 “Os russos haviam cometido um erro. Bem pequeno, mas era tudo de que Ellis dispunha, e ele estava disposto a tirar o máximo de proveito. O erro fora algemar suas mãos na frente, e não nas costas.” (FOLLET, 2010, p. 401)

Histórias de espionagem tendem a misturar diversos elementos que deixam o leitor entusiasmado do início ao fim. Os principais deles são as intrigas, a ação, o mistério e o romance. “Na Toca do Leão” apresenta um pouco de tudo isso, mas a meu ver, poderia ter dosado melhor seus ingredientes.

Em Paris, Jane se apaixona por Ellis e vive com ele uma intensa história de amor. O que ela não sabe é que Ellis é um agente da CIA a procura de terroristas. O que ela também não sabe é que, terminada sua missão, ele pretende revelar tudo a ela e pedi-la em casamento. Antes que possa fazê-lo, Jane descobre a verdadeira profissão do namorado e o abandona, indo para o Afeganistão com Jean-Pierre, um médico bonitão, com quem acaba se casando. Mas existem mais coisas que Jane desconhece, entre elas o fato de que Jean-Pierre é um espião para os russos e sua ida ao Afeganistão é uma missão. Um ano e meio depois, conectando alguns acontecimentos curiosos, a mulher descobre a verdade sobre o marido. E é nessa época que Ellis surge no Afeganistão em uma importante missão que, para ele, é dupla: fazer um tratado com os líderes do lugar e reencontrar Jane.

Uma leitura prazerosa e rápida, “Na Toca do Leão” é narrado em terceira pessoa e apresenta três pontos de vista: o de Jane, o de Ellis, e o de Jean-Pierre. Essa é uma estratégia que me agrada, pois permite conhecer mais de cada um dos personagens principais, mas por se tratar de um livro de espionagem me causou certo estranhamento. Não é a primeira vez que leio um livro de Follet e vejo que o autor faz questão de mostrar o ponto de vista do vilão da história, o que seria ótimo caso o vilão fosse um Hannibal Lecter da vida, mas não no caso de Jean-Pierre. No caso dele, conhecer seus pensamentos e motivações só faz com que seja difícil vê-lo como vilão que é o que, a meu ver, diminui o impacto da história.

Mesmo tendo gostado do livro, duas coisas me incomodaram: a primeira delas foi Jane. Eu não consegui entender essa mulher. Em um momento ela ama profundamente o marido, logo depois, ama profundamente Ellis. Sente raiva de Ellis para em seguida pensar que o ama muito; se sente feliz com ele e teme perde-lo, para em instantes sentir raiva novamente. Sendo mulher, eu sei que nós temos uma capacidade incrível de nos irritarmos facilmente com os homens que amamos, mas Jane quase beira a bipolaridade. Nem irei mencionar como ela lida com Jean-Pierre.

A outra coisa que me incomodou foi a fuga de Ellis e Jane dos russos. O casal e seu guia andam e andam sem chegar a lugar algum – mais ou menos como o livro nessa parte da narrativa – o que é compreensível, mas não precisava ter sido descrito com tantos detalhes. Em compensação, a parte que poderia realmente ter sido emocionante – a captura dos dois – é rápida, o que me leva à questão do erro de dosagem.

Pelas coisas que chamei atenção nesta resenha, parece que não gostei do livro, o que não é verdade. É um bom livro, só não vai virar a sua cabeça. Como disse no início, é uma leitura prazerosa. A narrativa não é lenta, nem frenética, e a história apresentada é boa, mas faltou um equilibro entre alguns elementos. Sobrou romance, faltou ação.

Título: Na Toca do Leão
Autor: Ken Follet
Nº de páginas: 416
Editora: Best Bolso

sábado, 6 de outubro de 2012

RESENHA: Nove Dragões

"Durante toda a sua vida Harry Bosch acreditara que tinha uma missão. E para cumprir essa missão ele precisava ser à prova de balas. Precisava que ele próprio e sua vida fossem invulneráveis, de modo que ninguém jamais o atingisse. Tudo isso mudou no dia em que foi apresentado à filha que não sabia que tinha. Nesse momento percebeu que fora salvo e que estava perdido." (CONNELLY, 2011, p. 175).

***

Depois de ter lido O Poder e a Lei, Michael Connelly se tornou o meu autor favorito. Ou seja, nem preciso mais ler a sinopse. Basta ver seu nome na capa, e sei que o livro estará repleto de adrenalina, perseguições e mistério, somado a uma narrativa bem escrita e uma trama crível. Ou seja, tudo o que é necessário para um bom livro policial. 

Em Nove Dragões, Bosch e seu parceiro, Ignácio Ferras, investigam a morte de John Li, proprietário de uma loja de bebidas. Quando os detetives descobrem que a vítima era extorquida por uma tríade chinesa — organização criminosa semelhante a máfia —, a investigação toma um novo rumo. No meio do caso, Bosch descobre que sua filha, que reside em Hong Kong (leia-se: lar de tríades), foi seqüestrada. 

Já perdi as contas de quantas vezes comparei os livros de Connelly e a finada série 24 Horas. Desta vez não farei uma comparação propriamente dita. Porém, recuso-me a não mencionar esta gritante coincidência: a filha se mete em encrencas e o pai, no meio de um caso, sai “a la loca” para salvá-la. Para deixar claro, refiro-me tanto a Jack Bauer e Kim (1ª temporada), quanto a Harry Bosch e Madeline. Acho que Connelly quer nos dizer algo: ou ele também era fã de 24 Horas e fez sua justa homenagem, ou ele ficou sem idéias. Prefiro acreditar na primeira opção. 

De qualquer forma, agora faço a comparação de sempre. Quem assistiu a série sabe como uma pista leva a outra na caçada pelos terroristas, e assim até o fim da temporada. Prepara-se para algo muito semelhante em Nove Dragões: Bosch cruza o pacífico para iniciar uma caçada humana em Hong Kong, e cada movimento que ele faz fornece uma nova pista. 

Boa parte do livro se resume a busca pela filha do Bosch, o que significa doses altas de ação e suspense, porém, não há muito desenvolvimento da trama em si, o que me incomodou um pouco. De toda a forma, o final é realmente surpreendente e o autor fez jus ao título que atribui a ele no inicio da resenha. 

Destaque para o crescimento do protagonista, mais humano e vulnerável, guiado muito mais pelo instinto paterno do que pelo instinto policial. Como já referi em outras resenhas, Connelly sabe construir e dar vida ao protagonista como pouquíssimos escritores conseguem.

É o melhor livro de Connelly? Não. Definitivamente não. 
É um livro ruim? Longe disso.
Qual o meu problema então? Como já disse, o livro ficou muito mais ao redor do resgate de Madeline do que do caso em si. Por isso, creio que embora Connelly tenha usado todos os elementos para escrever um bom livro policial, Nove Dragões não será um livro memorável. 

Quanto ao saldo do livro? Bem escrito, eletrizante e trama concatenada perfeitamente. Se você gosta de uma perseguição repleta de ação, o livro foi escrito para você. Pode não ser o melhor de Michael Connelly, mas garanto que é melhor que boa parte dos livros do gênero. 

Título: Nove Dragões
Autor: Michael Connelly
N.º de páginas: 365
Editora: Suma de Letras

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Conexões Além da Contracapa # 06

Michael Connely — autor de um dos melhores detetives da atualidade, o impulsivo Harry Bosch — decidiu ser escritor por influência da obra de ...

... Raymond Chandler, que além de escritor foi roteirista de Hollywood. Entre os filmes cujos roteiros são assinados por Chandler está Pacto Sinistro (no original “Strangers on a train”), dirigido por Alfred Hitchcock e baseado no livro (homônimo, no original) de ....

... Patricia Highsmith. A escritora, conhecida por criar personagens de personalidades complexas e dúbias, ganhou o “Edgar Allan Poe Award” de Melhor Livro em 1956 pela obra “O Talentoso Ripley”, primeiro livro da série protagonizada por Tom Ripley. Quem também foi indicado a essa categoria do “Edgar Allan Poe Award” foi ... 

... Jo Nesbo pela obra “A Casa da Dor”, o quarto livro da série do detetive Harry Hole. Além de ganhar diversos prêmios, Jo Nesbo tem entre seus fãs escritores conceituados do gênero policial como Michael Connelly, que declarou que o autor é seu escritor de thrillers favorito. 

 

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