“O exército, a medicina, o cinema, aquela história de síndrome E...O policial sabia-se diante de um caso que ia muito além de uma perseguição clássica. Alguma coisa de monstruoso, que ele jamais vira até então.
E já enfrentara mais monstruosidades do que podiam contar nos dedos das mãos.” (Thilliez, p. 281, 2013)
Eu adoro uma trama repleta de crimes e investigações, por isso fui imediatamente atraída por “A Síndrome E”. Quando a editora Intrínseca nos ofereceu uma prova para leitura, achei que teria em mãos um livro com muitos elementos que me agradariam, mas em nenhum momento esperei encontrar o que encontrei.
Dizer que “A Síndrome E” é melhor do que se possa imaginar seria um eufemismo. Não só ele é melhor como é mais curioso, mais intrigante e muito mais inteligente do que se pode supor a mera leitura da sinopse. Aliás, se eu tivesse que resumir essa resenha em duas palavras, minha escolha seriam esses últimos adjetivos: intrigante e inteligente.
Ludovic Sénéchal é um colecionador de filmes antigos que ao assistir o mais novo item de sua coleção - um filme anônimo datado de 1955 – fica imediatamente cego. Sem ter a quem recorrer, ele chama a tenente Lucie Hennebelle - sua ex-namorada - que passa a investigar o misterioso filme e não demora a descobrir que está em posse de algo elaborado por uma mente doentia e que existem pessoas dispostas a tudo para colocar as mãos nesse rolo perturbador. Quando o caminho de Lucie se cruza com o do comissário Franck Sharko - um policial veterano que sofre de esquizofrenia e que está investigando um crime envolvendo cinco cadáveres mutilados - os dois se vem diante crimes horrendos, espalhados por vários países ao longo das últimas décadas, e no rastro de um projeto assustador e potencialmente trágico.
“A Síndrome E” apresenta uma história do tipo mais assustadora possível. Isso porque ao mesmo tempo em que causa certa estranheza também soa perfeitamente verossímil. Durante toda a leitura paira a sensação de que aquela história pavorosa poderia muito bem ser real e suas consequências seriam devastadoras. O filme antigo que dá início à trama causa arrepios mesmo ao ser apenas imaginado pelo leitor, tamanha habilidade do autor de o fazer sentir o mesmo que seus personagens.
Mesmo dando início à ação nas primeiras páginas, Thilliez conduz o leitor por uma jornada que inicia modesta, mas que se revelará muito maior do que poderia se supor. Se no início parece que temos em mãos um mero livro policial que gira em torno de uma série de crimes e um filme misterioso, aos poucos fica claro que “A Síndrome E” envolve algo muito maior e fica tão mais intrigante do que o esperado nas primeiras páginas que faz com que em retrospectiva o início pareça quase fraco. Deixe-me colocar isso de outro modo: o livro é bom desde o início, mas ainda assim não é possível prever o quão envolvente se tornará em mais algumas dezenas de páginas. Franck Thilliez eleva aquilo que parecem ser crimes comuns de tramas policiais a um patamar de proporções catastróficas e faz de “A Síndrome E” um livro surpreendente que mesmo quando as pontas começam a se amarrar ainda não permite ao leitor prever como irá terminar.
Mas nem só da trama central se faz “A Síndrome E”. O livro apresenta bons personagens que humanizam a história com seus dramas pessoais (o que é excelente especialmente por se tratar do primeiro livro de uma série) e são capazes de cativar o leitor sem pecar pelo exagero. Sharko tempera a trama com suas alucinações e seu drama de ter perdido a família, e Lucie traz em sua bagagem uma mãe pouco compreensiva e suas filhas gêmeas (uma das quais está doente no hospital). Apesar de investir também nesse aspecto, em nenhum momento o autor deixa de lado que se trata de um thriller - e que, portanto, o foco do livro deve estar nos crimes e no filme - mas deixa claro para o leitor que a história é vivida por personagens que poderiam muito bem ser reais.
Um final inesperado e ainda assim verossímil (condizente com o resto da história) encerra satisfatoriamente esse primeiro livro da série. Não arrisco palpites para o segundo, mas com certeza vou querer conferi-lo. “A Síndrome E” de Franck Thilliez: intrigante e inteligente.
Título: A Síndrome E (prova cedida pela Editora Intrínseca)
Autor: Franck Thilliez
Nº de Páginas: 367
Editora: Intrínseca
E já enfrentara mais monstruosidades do que podiam contar nos dedos das mãos.” (Thilliez, p. 281, 2013)
Eu adoro uma trama repleta de crimes e investigações, por isso fui imediatamente atraída por “A Síndrome E”. Quando a editora Intrínseca nos ofereceu uma prova para leitura, achei que teria em mãos um livro com muitos elementos que me agradariam, mas em nenhum momento esperei encontrar o que encontrei.
Dizer que “A Síndrome E” é melhor do que se possa imaginar seria um eufemismo. Não só ele é melhor como é mais curioso, mais intrigante e muito mais inteligente do que se pode supor a mera leitura da sinopse. Aliás, se eu tivesse que resumir essa resenha em duas palavras, minha escolha seriam esses últimos adjetivos: intrigante e inteligente.
Ludovic Sénéchal é um colecionador de filmes antigos que ao assistir o mais novo item de sua coleção - um filme anônimo datado de 1955 – fica imediatamente cego. Sem ter a quem recorrer, ele chama a tenente Lucie Hennebelle - sua ex-namorada - que passa a investigar o misterioso filme e não demora a descobrir que está em posse de algo elaborado por uma mente doentia e que existem pessoas dispostas a tudo para colocar as mãos nesse rolo perturbador. Quando o caminho de Lucie se cruza com o do comissário Franck Sharko - um policial veterano que sofre de esquizofrenia e que está investigando um crime envolvendo cinco cadáveres mutilados - os dois se vem diante crimes horrendos, espalhados por vários países ao longo das últimas décadas, e no rastro de um projeto assustador e potencialmente trágico.
“A Síndrome E” apresenta uma história do tipo mais assustadora possível. Isso porque ao mesmo tempo em que causa certa estranheza também soa perfeitamente verossímil. Durante toda a leitura paira a sensação de que aquela história pavorosa poderia muito bem ser real e suas consequências seriam devastadoras. O filme antigo que dá início à trama causa arrepios mesmo ao ser apenas imaginado pelo leitor, tamanha habilidade do autor de o fazer sentir o mesmo que seus personagens.
Mesmo dando início à ação nas primeiras páginas, Thilliez conduz o leitor por uma jornada que inicia modesta, mas que se revelará muito maior do que poderia se supor. Se no início parece que temos em mãos um mero livro policial que gira em torno de uma série de crimes e um filme misterioso, aos poucos fica claro que “A Síndrome E” envolve algo muito maior e fica tão mais intrigante do que o esperado nas primeiras páginas que faz com que em retrospectiva o início pareça quase fraco. Deixe-me colocar isso de outro modo: o livro é bom desde o início, mas ainda assim não é possível prever o quão envolvente se tornará em mais algumas dezenas de páginas. Franck Thilliez eleva aquilo que parecem ser crimes comuns de tramas policiais a um patamar de proporções catastróficas e faz de “A Síndrome E” um livro surpreendente que mesmo quando as pontas começam a se amarrar ainda não permite ao leitor prever como irá terminar.
Mas nem só da trama central se faz “A Síndrome E”. O livro apresenta bons personagens que humanizam a história com seus dramas pessoais (o que é excelente especialmente por se tratar do primeiro livro de uma série) e são capazes de cativar o leitor sem pecar pelo exagero. Sharko tempera a trama com suas alucinações e seu drama de ter perdido a família, e Lucie traz em sua bagagem uma mãe pouco compreensiva e suas filhas gêmeas (uma das quais está doente no hospital). Apesar de investir também nesse aspecto, em nenhum momento o autor deixa de lado que se trata de um thriller - e que, portanto, o foco do livro deve estar nos crimes e no filme - mas deixa claro para o leitor que a história é vivida por personagens que poderiam muito bem ser reais.
Um final inesperado e ainda assim verossímil (condizente com o resto da história) encerra satisfatoriamente esse primeiro livro da série. Não arrisco palpites para o segundo, mas com certeza vou querer conferi-lo. “A Síndrome E” de Franck Thilliez: intrigante e inteligente.
Título: A Síndrome E (prova cedida pela Editora Intrínseca)
Autor: Franck Thilliez
Nº de Páginas: 367
Editora: Intrínseca
14 comentários:
Oi Mari!
E tem como não querer ler o livro após essa sua resenha?
Ver que você o considerou um dos melhores do gênero que já leu e sendo você uma apaixonada por thrillers, só posso confiar e ansiar por essa leitura.
É ótimo quando um livro se inicia bem e apenas melhora durante seu decorrer, e saber que as personagens dão um toque especial à leitura é outro fator positivo para ela.
A capa me lembra uma ficção científica. Acho que vou usá-la em um Parece, Mas Não É!
Beijos!
Eu não dei absolutamente nada pelo livro quando vi a capa e o título, mas depois de ler a sinopse (e agora a resenha), fiquei maluca por ele. É um thriller bem tenso, com personagens bem construídos e um toque de "humanidade" na história que se contrapõe a todo o horror apresentado na trama. Gostei demais e pretendo ler em breve.
bjs
Primeira vez que leio uma resenha sobre este livro...
Parece ser mesmo um livro bem intrigante já que a história nos faz pensar muito e buscar decifrar todos os mistérios dessa história.
Gostam de livros que nos prendem assim..
GFC: Manuela Cerqueira
Sua resenha me deixou muito curiosa e concordo com você as estórias verossímeis são as mais assustadoras. O único que não gostei é o livro fazer parte de uma série, estou um pouco cansada de esperar sequências.
Uau, que resenha bem escrita! Impossível não se identificar com a história após os pontos apontados e descritos por você ao decorrer do seu texto. Principalmente, porque foi ao longo dos parágrafos que eu me vi ansiando mais e mais por descobrir os mistérios que cercam o enredo do livro que sem sombra de dúvidas, parece ser muito intrigante. A única coisa que me fez ficar receosa com relação a ele foi o fato dele pertencer a uma série, pois sinceramente, ando me sentindo um pouco saturada de ter que não só esperar por muito tempo para continuar a leitura, bem como, ter que investir bastante dinheiro para saber a conclusão do enredo. Apesar de que esse último fator quase não é relevante se a história for realmente boa... -rsrs-
Beijos!
GFC: Isabelle Vitorino
Nossa, o cara fica cego por ver um filme de 1955 ?! Realmente deve ser algo intrigante e espero que seja tão inteligente quando você falou. Adoro livros do gênero.
GFC: Rossana Batista
A capa me lembra a do filme REC, rsrs.
Nunca senti arrepios com livros, gostaria muito de sentir essa sensação, e se o livro é tão bom assim eu quero muito ler. Amo terror!
GFC: Roberta Moraes
Nossa, Mari, simplesmente amei a sua resenha!
Eu já conhecia o livro de nome, mas sem sequer havia lido a sinopse e agora, com tudo isso, certamente quero lê-lo pra ontem!
Compartilhamos do amor por thrillers policiais (e suspense noar também, que você mencionou lá no blog). Falando nisso, não conheço o livro que você mencionou (Indenização em Dobro), mas vou procurar saber depois. Ah, e eu gostei demais de A Zona Morta, foi o meu ingresso no mundo do Stephen King!
Voltando para a resenha haha Fiquei super intrigada pela história, pelo vídeo (senti algo meio O Chamado hahaha provavelmente muito melhor, claro) e saber que é tudo muito bem amarrado e habilidosamente construído atiçou horrores a minha curiosidade.
Beijão!
Ps. Te respondi um e-mail um dia desses, não sei se você viu. Eu tinha me perdido nas mensagens e demorei pra ver a sua!
Não é muito meu tipo de livro, mas admito que achei interessante.
Já conhecia o livro e gostei ainda mais dele!!!
Não li muitos do gênero mais gosto muito dele. Achei bem interessante e acho q mexe muito com a cabeça do leitor o q é bom num suspense.
Gostei muito da resenha!!!
É impressionante a quantidade de resenhas positivas que tenho lido sobre esse livro. Até agora, nenhuma citou pelo menos um probleminha de qualquer natureza que seja. Mas realmente a gente se sente realizado quando termina de ler um livro com todas essas qualidades que você citou. E pra concluir, uma trama desse gênero com um final surpreendente e verossímil, merece todo respeito.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Não sabia nada sobre esse livro, é a primeira vez que eu leio uma resenha sobre ele, a capa não tinha me interessado então eu apenas não participei das promoções sobre ele (e olha que são muitas!), mas eu realmente me interessei por ele depois de ler sua resenha.
Não poder prever o final de um livro policial já é um grande feito para qualquer autor, um filme misterioso e um livro com título bem sugestivo já fazem parecer que a obra vai ser sensacional. É uma série, sim é uma série, é uma praga, mas eu acho que no fundo gosto *--*
Já tinha lido outras resenhas e em nenhuma tinha a informação que é uma série.
A princípio achei uma trama forte, por causa do filme que causa a cegueira e não fiquei muito interessada em lê-lo.
Personagens secundários bem construídos são importantes para qualquer trama, principalmente nos casos de séries.
GFC: Gladys.
Nossa, que livro intrigante! Estou bem curiosa para lê-lo, a história parece ser bem envolvente e forte. Adorei o livro e pretendo lê-lo logo, gostei bastante da capa.
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