“Todos nos voltamos e olhamos ao redor para procurar Gatsby. A prova da atmosfera romântica que inspirava era que os rumores sobre ele surgiam justamente de pessoas que não tinham a menor idéia de sua vida ou de quem ele era.” (FITZGERALD, p. 54, 2011)
“O Grande Gatsby” é um dos grandes clássicos da literatura norte-americana. Há muito tempo eu tinha vontade de ler a obra-prima de F. Scott Fitzgerald e certa vez já havia até começado, mas confesso que larguei na segunda página por duas razões: a primeira é que a edição que eu lia era tão antiga que não só a editora que a publicou não existe mais (e eu nunca ouvi falar de sua existência), como algumas coisas eram difíceis de entender devido à antiga tradução. A segunda razão foi, claro, alergia. Hoje posso dizer que fiz muito bem em ter desistido naquela ocasião. Se tivesse persistido, teria ficado com uma impressão bastante equivocada de um livro que flui com naturalidade, tem personagens cheios de vida e onde tudo se encaixa perfeitamente. Não é à toa que é considerado um dos melhores romances norte-americanos.
Em Long Island, na década de 20, Nick Carraway mora em frente a uma das casas mais movimentadas da região. É a residência do misterioso Jay Gatsby, um homem sobre o qual pouco se sabe e muito se inventa. Gatsby é rico, bonito e sua casa está sempre aberta para receber quem quiser participar de suas festas luxuosas. Mesmo sem entender exatamente aquele mundo de riqueza, Carraway torna-se amigo de Gatsby e é com surpresa que descobre que ele nutre uma paixão antiga por sua prima Daisy, casada com o mulherengo Tom Buchanan.
Quem nos conta o romance de Gatsby e Daisy é Carraway e esse é um dos aspectos mais interessantes do livro. Por ser narrado em primeira pessoa, mas por um observador dos fatos e não pelo protagonista, o livro é enriquecido por conseguir ser um relato de alguém que se importa pessoalmente com aqueles personagens e com o que acontece a eles – sem ser meramente um narrador observador, porque participa da história – ao mesmo tempo que esse relato vem de alguém que não está no centro dos acontecimentos porque a história que conta não é sua. Essa combinação se revela perfeita e eu não imagino “O Grande Gatsby” sendo narrado de nenhuma outra forma que não essa.
Quanto aos personagens, todos são bem explorados de acordo com suas funções na história. Ricamente construídos, é impossível não parar um momento ao finalizar a leitura e se perguntar o que aconteceu a cada um deles depois da última página e se estávamos certos ao pensar sobre eles o que pensávamos. Podemos condenar suas ações e até mesmo lamentar suas vidas, mas uma coisa é certa: nos deixamos envolver.
Esse é o primeiro livro que leio de F. Scott Fitzgerald, mas pretendo ler outros. Adorei a narrativa do autor (ricamente detalhada, mas deliciosamente fluida) e a maneira como foi capaz de transformar uma história que poderia ser considerada simples em uma obra de arte. A verdade é que “O Grande Gatsby” é o perfeito exemplo de história impecavelmente contada. Li o livro há quase meio ano e agora ao reler essa resenha (que foi escrita naquela ocasião) para publicação e ao relembrar do que há em suas páginas fiquei com uma imensa vontade de rele-lo.
“O Grande Gatsby” já ganhou quatro adaptações para o cinema, sendo a mais famosa delas a de 1974 que tem Robert Redford e Mia Farrow como Jay Gatsby e Daisy Buchanan. O roteiro de Francis Ford Coppola foi bastante fiel a obra e rendeu um ótimo filme. Recomendo. Em junho deste ano, chega aos cinemas brasileiros a mais recente adaptação do livro que tem Leonardo Di Caprio no papel título. Devido ao lançamento do filme, a editora L&PM lançou uma edição de “O Grande Gatsby” com capa inspirada no pôster do filme. A Editora Leya também lançou uma nova edição do livro.
Título: O Grande Gatsby
Autor: F. Scott Fitzgerald
Nº de páginas: 204
Editora: L&PM
“O Grande Gatsby” é um dos grandes clássicos da literatura norte-americana. Há muito tempo eu tinha vontade de ler a obra-prima de F. Scott Fitzgerald e certa vez já havia até começado, mas confesso que larguei na segunda página por duas razões: a primeira é que a edição que eu lia era tão antiga que não só a editora que a publicou não existe mais (e eu nunca ouvi falar de sua existência), como algumas coisas eram difíceis de entender devido à antiga tradução. A segunda razão foi, claro, alergia. Hoje posso dizer que fiz muito bem em ter desistido naquela ocasião. Se tivesse persistido, teria ficado com uma impressão bastante equivocada de um livro que flui com naturalidade, tem personagens cheios de vida e onde tudo se encaixa perfeitamente. Não é à toa que é considerado um dos melhores romances norte-americanos.
Em Long Island, na década de 20, Nick Carraway mora em frente a uma das casas mais movimentadas da região. É a residência do misterioso Jay Gatsby, um homem sobre o qual pouco se sabe e muito se inventa. Gatsby é rico, bonito e sua casa está sempre aberta para receber quem quiser participar de suas festas luxuosas. Mesmo sem entender exatamente aquele mundo de riqueza, Carraway torna-se amigo de Gatsby e é com surpresa que descobre que ele nutre uma paixão antiga por sua prima Daisy, casada com o mulherengo Tom Buchanan.
Quem nos conta o romance de Gatsby e Daisy é Carraway e esse é um dos aspectos mais interessantes do livro. Por ser narrado em primeira pessoa, mas por um observador dos fatos e não pelo protagonista, o livro é enriquecido por conseguir ser um relato de alguém que se importa pessoalmente com aqueles personagens e com o que acontece a eles – sem ser meramente um narrador observador, porque participa da história – ao mesmo tempo que esse relato vem de alguém que não está no centro dos acontecimentos porque a história que conta não é sua. Essa combinação se revela perfeita e eu não imagino “O Grande Gatsby” sendo narrado de nenhuma outra forma que não essa.
Quanto aos personagens, todos são bem explorados de acordo com suas funções na história. Ricamente construídos, é impossível não parar um momento ao finalizar a leitura e se perguntar o que aconteceu a cada um deles depois da última página e se estávamos certos ao pensar sobre eles o que pensávamos. Podemos condenar suas ações e até mesmo lamentar suas vidas, mas uma coisa é certa: nos deixamos envolver.
Esse é o primeiro livro que leio de F. Scott Fitzgerald, mas pretendo ler outros. Adorei a narrativa do autor (ricamente detalhada, mas deliciosamente fluida) e a maneira como foi capaz de transformar uma história que poderia ser considerada simples em uma obra de arte. A verdade é que “O Grande Gatsby” é o perfeito exemplo de história impecavelmente contada. Li o livro há quase meio ano e agora ao reler essa resenha (que foi escrita naquela ocasião) para publicação e ao relembrar do que há em suas páginas fiquei com uma imensa vontade de rele-lo.
“O Grande Gatsby” já ganhou quatro adaptações para o cinema, sendo a mais famosa delas a de 1974 que tem Robert Redford e Mia Farrow como Jay Gatsby e Daisy Buchanan. O roteiro de Francis Ford Coppola foi bastante fiel a obra e rendeu um ótimo filme. Recomendo. Em junho deste ano, chega aos cinemas brasileiros a mais recente adaptação do livro que tem Leonardo Di Caprio no papel título. Devido ao lançamento do filme, a editora L&PM lançou uma edição de “O Grande Gatsby” com capa inspirada no pôster do filme. A Editora Leya também lançou uma nova edição do livro.
Título: O Grande Gatsby
Autor: F. Scott Fitzgerald
Nº de páginas: 204
Editora: L&PM
16 comentários:
Eu não sabia que era um livro, pensei que fosse só o filme do Leonardo diCaprio! rsrs
Mas adorei a história e gostei ainda mais da narrativa ser em primeira pessoa e do ponto de vista de alguém que não é o protagonista. Bastante interessante. Na verdade, nunca li nenhum livro assim.
Estou curiosa para ler esta e outras obras do autor.
bjs
GFC: Ana Paula Barreto
Olá, Mari! Gostei da resenha; com certeza me deixou com vontade de ler o Grande Gatsby.
Não conhecia o livro e nem sabia da existência dele kkkkk
Na verdade é a primeira resenha que leio, mas não me agradou muito não apesar de gostar de romance.
Que capa charmosa! É linda mesmo.
Gosto de romances americanos mas ainda não tive a oportunidade de ler esse livro, mas espero poder ler um dia :)
É muito bom quando percebemos que não estamos em um momento para aquela leitura, ou pelo menos perceber nas primeiras páginas que a tradução não vai se encaixar no seu perfil. Não tinha conhecimento nem do livro, nem das adaptações. Fiquei bastante curioso, pois ele é considerado um dos melhores romances norte-americanos de todos os tempo. Espero ler em breve.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Não sabia que duas editoras poderiam ter os direitos de um mesmo livro, que dizer, se duas editoras distintas lançaram um edição comemorativa... Enfim, nunca li um livro narrado dessa ótica, na verdade talvez Desventuras em Série conte, apesar do autor está contando fatos que aconteceram, enfim, mesmo assim vale.
Eu tbm tenho alergia a poeira, nem posso ler livros velhos, nem de bibliotecas, é uma coisa de louco. Não sabia que o livro era bom, tinha ouvido rumores sobre a adaptação com DiCaprio, mas nada demais.
Eu quero muito ler esse livro antes de ver o filme. Gostei desse diferencial na narração, acho que ver o que acontece pela visão do Carraway dá uma clareza melhor a situação.
Eu vi o trailer do filme, vai passa essa semana, estou pensando em ver.
Ainda não li o livro, então não sei se vou assistir ou não.
Confesso que nunca tinha ouvido/lido sobre este clássico americano... Nem do livro nem dos filmes.
Bom você ter parado de ler naquela época evitou de você ter uma opinião totalmente errada sobre o livro não é?
legal o fato do livro ser narrado em primeira pessoa mas, esta pessoa não ser o personagem principal do livro... não consigo lembrar no momento de ter lido um livro assim.
GFC: Manuela Cerqueira
Clássico são sempre excelentes leituras. Acho extremamente válido nos aventurarmos por uma narrativa diferente, densa, intricada de ações pensantes. *-* Sua resenha ficou muito bacana. Quero ver a nosa adaptação da obra... quem sabe um dia eu não leia, também?
Um abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Mari, estou doida pra fazer a leitura e sua resenha só me deixou ainda com mais vontade.
Achei incrível seu comentário sobre a narrativa e isso certamente foi um dos pontos que mais me deixou curiosa.
Acho ótimo que a história seja tão fluida assim e espero me envolver tanto quanto você se envolveu!
Beijão!
Olá Mariana!
Minha vontade de ler The Great Gatsby surgiu com a estreia do filme, mas até agora não tive a oportunidade! Já tenho o e-Book em parceria com a LeYa, e provavelmente lerei no próximo mês! A resenha ficou ótima, mesmo! :)
Beijo,
Vinícius - Livros e Rabiscos
Sinceramente não tive a mínima vontade de ler o livro!
Apesar da resenha ser otima, não gostei do livro!
A obra possui quatro adaptações e não assisti a nenhuma, que vergonha...
Estou no desafio de ler pelo menos 5 clássicos por ano, já fiz a relação desse ano, mas estou pensando em colocá-lo na lista do próximo ano.
Ainda não conheço a escrita de F. Scott Fitzgerald, mas por sua resenha dá para perceber que é boa e fluida.
Só não gostei da capa dessa edição...
GFC: Gladys.
Oi, Mari!
Olha, shame on me, mas só conheci o livro depois que virou filme e as editoras começaram a relançar o livro (vi três versões já).
Eu realmente não sabia do que se tratava e fiquei extremamente curiosa sobre ser em primeira pessoa, mas não ser narrado pelo protagonista. Normalmente, nós somos "engolidos" pelos pensamentos do principal e deve ser muito diferente (e legal) vc estar acompanhando algo na cabeça de outra pessoa.
Beijos!
Quatro adaptações para o cinema? O livro deve ser ótimo então! Gostei muito da resenha e confesso que não conhecia o livro e nem a autora, mas adorei conhecer. pretendo ler o livro em breve, gosto muito de clássicos deste tipo.
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