“Eu podia sentir claramente o sabor do chocolate, mas nos recantos da boca, e, como se estivesse se expandindo e abrindo, parecia que ela também se enchia com o sabor da pequenez, da sensação de encolhimento, de irritação, um sabor de distanciamento que eu de algum modo sabia que estava ligado à minha mãe. Era um sabor confuso do raciocínio dela.” (BENDER, livro digital, 2013)
Rose Edelstein descobriu aos nove anos que tem um dom peculiar: ela pode sentir o sabor das emoções das pessoas nas comidas que elas prepararam.
Eu gostei muito da premissa de “A peculiar tristeza guardada num bolo de limão” e achei a ideia de que as comidas poderiam levar o gosto das emoções de quem as preparou adorável. Fofa, com potencial para ser igualmente divertida e melancólica, dependendo de como a autora conduzisse a história. Eis que a opção de Aimee Bender foi um pouco diferente do que eu imaginava, mas não a ponto de me decepcionar.
A história é narrada em primeira pessoa por Rose e inicia quando ela, ao provar seu bolo de aniversário de nove anos (um bolo de limão com cobertura de chocolate) preparado por sua mãe, sente um sabor que lhe soa errado. O bolo está triste e torna insuportável para ela come-lo. A partir disso, acompanhamos a evolução da protagonista até os 22 anos. É a Rose adulta que conta a sua história e mesmo quando estamos acompanhando sua infância e adolescência, fica claro que não se trata da narrativa de uma criança. Isso desperta um interesse de saber até onde a história foi e porque Rose decidiu contá-la agora, inclusive por que não fica claro, ao menos no início, que idade ela tem atualmente.
Aos poucos vamos entendendo como seu dom interferiu em sua vida e em suas escolhas. Não só Rose reconhece os sentimentos que de outro modo passariam despercebidos (como a solidão de sua mãe, a tristeza da moça da cantina do colégio e a pressa da moça que faz os biscoitos artesanais) como os sentimentos que as pessoas nem sabem que tem, ou que não entendem o que significam ou mesmo que não são reconhecidos por aqueles que estão próximos (como no caso do sanduíche que pede que quem o come o ame, feito por uma namorada para o seu namorado). Logo Rose opta por comer o máximo de comida industrializada possível, ou seja, que não contém nada de pessoal, para ficar longe das emoções que não quer em sua boca. Convenhamos, a premissa é extremamente criativa e adorável.
A trama foca nos relacionamentos familiares de Rose. O pai que odeia hospitais – nunca entra em um, nem mesmo para o nascimento dos filhos – mas que adora dramas médicos da TV; e a mãe triste que passa a ter um caso extraconjugal do qual só a filha tem conhecimento graças ao seu talento único. A mãe está triste e o pai é um homem distraído. É um casal cujo relacionamento, aparentemente, não tem nada de errado, mas que foi se afastando aos poucos. Na vida de Rose há ainda Joseph, o irmão inteligente, mas praticamente inacessível a ela e que, com o passar do tempo, desenvolve o estranho hábito de sumir inexplicavelmente; e George, o encantador amigo de Joseph e uma das únicas pessoas que sabe sobre o talento de Rose.
De modo geral, gostei do livro, mas não me envolvi com ele como imaginei que aconteceria. Acredito que isso não se deva necessariamente a história, mas sim ao fato de ter lido o e-book, algo com o qual não estou acostumada. Por falar em e-book, isso me impediu de conferir o livro pessoalmente, mas gostei do ar retrô proposto pela Editora Leya para a capa.
“A peculiar tristeza guardada num bolo de limão” apresenta uma história diferente, criativa e que faz o leitor pensar em o quanto há mais nas pessoas com quem convivemos do que estamos habituados a perceber.
Título: A peculiar tristeza guardada num bolo de limão (e-book cedido pela Editora Leya)
Autora: Aimee Bender
Nº de páginas: 243
Editora: Leya
Rose Edelstein descobriu aos nove anos que tem um dom peculiar: ela pode sentir o sabor das emoções das pessoas nas comidas que elas prepararam.
Eu gostei muito da premissa de “A peculiar tristeza guardada num bolo de limão” e achei a ideia de que as comidas poderiam levar o gosto das emoções de quem as preparou adorável. Fofa, com potencial para ser igualmente divertida e melancólica, dependendo de como a autora conduzisse a história. Eis que a opção de Aimee Bender foi um pouco diferente do que eu imaginava, mas não a ponto de me decepcionar.
A história é narrada em primeira pessoa por Rose e inicia quando ela, ao provar seu bolo de aniversário de nove anos (um bolo de limão com cobertura de chocolate) preparado por sua mãe, sente um sabor que lhe soa errado. O bolo está triste e torna insuportável para ela come-lo. A partir disso, acompanhamos a evolução da protagonista até os 22 anos. É a Rose adulta que conta a sua história e mesmo quando estamos acompanhando sua infância e adolescência, fica claro que não se trata da narrativa de uma criança. Isso desperta um interesse de saber até onde a história foi e porque Rose decidiu contá-la agora, inclusive por que não fica claro, ao menos no início, que idade ela tem atualmente.
Aos poucos vamos entendendo como seu dom interferiu em sua vida e em suas escolhas. Não só Rose reconhece os sentimentos que de outro modo passariam despercebidos (como a solidão de sua mãe, a tristeza da moça da cantina do colégio e a pressa da moça que faz os biscoitos artesanais) como os sentimentos que as pessoas nem sabem que tem, ou que não entendem o que significam ou mesmo que não são reconhecidos por aqueles que estão próximos (como no caso do sanduíche que pede que quem o come o ame, feito por uma namorada para o seu namorado). Logo Rose opta por comer o máximo de comida industrializada possível, ou seja, que não contém nada de pessoal, para ficar longe das emoções que não quer em sua boca. Convenhamos, a premissa é extremamente criativa e adorável.
A trama foca nos relacionamentos familiares de Rose. O pai que odeia hospitais – nunca entra em um, nem mesmo para o nascimento dos filhos – mas que adora dramas médicos da TV; e a mãe triste que passa a ter um caso extraconjugal do qual só a filha tem conhecimento graças ao seu talento único. A mãe está triste e o pai é um homem distraído. É um casal cujo relacionamento, aparentemente, não tem nada de errado, mas que foi se afastando aos poucos. Na vida de Rose há ainda Joseph, o irmão inteligente, mas praticamente inacessível a ela e que, com o passar do tempo, desenvolve o estranho hábito de sumir inexplicavelmente; e George, o encantador amigo de Joseph e uma das únicas pessoas que sabe sobre o talento de Rose.
De modo geral, gostei do livro, mas não me envolvi com ele como imaginei que aconteceria. Acredito que isso não se deva necessariamente a história, mas sim ao fato de ter lido o e-book, algo com o qual não estou acostumada. Por falar em e-book, isso me impediu de conferir o livro pessoalmente, mas gostei do ar retrô proposto pela Editora Leya para a capa.
“A peculiar tristeza guardada num bolo de limão” apresenta uma história diferente, criativa e que faz o leitor pensar em o quanto há mais nas pessoas com quem convivemos do que estamos habituados a perceber.
Título: A peculiar tristeza guardada num bolo de limão (e-book cedido pela Editora Leya)
Autora: Aimee Bender
Nº de páginas: 243
Editora: Leya
14 comentários:
Oi Mari!
Eu achei a premissa originalíssima e, embora você não tenha conseguido se envolver tanto (provavelmente por ter feito a leitura em e-book), fiquei ainda mais curiosa para ler. Gostei da sensibilidade aparente da obra, desse ver além das aparências com essa pitada de criatividade.
Fiquei tentada a solicitar esse para a editora, mas acabei optando por O Sonhador.
Beijão!
oie!
nunca tinha ouvido falar desse livro, até agora...
pela sinopse, provalvelmente eu não iria me interessar muito, mas fiquei curiosa com a frase: "ela pode sentir o sabor das emoções das pessoas nas comidas que elas prepararam"
parece ser diferente de tudo que eu já li!!
adorei
beijos
Muito boa a sua resenha, não conhecia o livro.
Mas não seria um livro que leria no momento.
Muito lindo o blog e já estou seguindo.
Bjokass
http://livrosemarshmallows.blogspot.com.br/
Me pareceu bem interessante, mas ainda não o leria, talvez só se eu tivesse ele em mãos.
Olá, Mari, achei a resenha muito interessante. Espero ler este livro um dia!
Eu achei engraçado o título.
Mas não sei se me encantaria a história.
Eu achei bem interessante a ideia!
Gostei muito do título, me deixou bem curiosa!! Acho q vou gostar da história!!!
De primeira o título do livro nem a capa não me chamaram muita atenção. Mas a resenha me deu um ar de curiosidade para saber a história da Rose.
Divulgação: https://twitter.com/rooohbatista/status/348459429768884224
Nunca li em ebook então nem sei como é kkk
Parece ser um livro bem diferente, mas espero que quando ler eu consiga me envolver.
Divulgação: https://www.facebook.com/roberta.moraes.7127/posts/324607501007413
Eu tinha uma ideia um pouco diferente do livro pela sinopse. Pelo jeito ele é bem centrado na família dela o que me desanima um pouco. Mas acho que ainda vou dar uma chance ao livro pela premissa.
https://twitter.com/NatyIC/status/348936075957391360
Eu também achei essa história muito interessante e criativa. Não me lembro de ter visto nada parecido. Pena que você não se envolveu tanto com a leitura, mas também tenho esse certo "probleminha" com e-books.
Seguidor: DomDom Almeida
@_Dom_Dom
Divulgação: https://twitter.com/_Dom_Dom/status/348995366772936704
Divulgação: https://twitter.com/mi_simoes/status/350059499115134978
apesar da autora ter tido uma criatividade boa para fazer o livro, ele ano me chamou muita atenção nao, mas o leria sem problema algum.
https://twitter.com/jessikalisboa_/status/351340373039263745
Confesso que só o nome do livro já dá vontade de conferir. Bem doido! Gostei da resenha dele, é um livro bem interessante e pelo visto bem criativo. Diferente.
https://twitter.com/cristianecullen/status/351368536863674369
cristiane dornelas
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