quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Conversa de Contracapa #22

Talvez seja porque me decepcionei com algumas séries e trilogias nos últimos tempos, mas passei a ser extremamente seletiva antes de iniciar a leitura de uma história que se estenderá por múltiplos volumes. Com base no primeiro, comecei a analisar se a premissa tinha potencial para render para além daquele livro e cada vez mais constatava que não. Isso começou a me incomodar, pois acredito que uma história só deva ser contada em vários livros caso peça por isso. Basta pensarmos em Harry Potter, cuja história seria impossível de ser contada em um único livro. Ou mesmo em três. Ou em quantos fossem que não os sete. Quem leu, sabe que cada um dos livros tem sua própria história - com início, meio e fim próprios - jamais sendo uma ponte entre um trecho do caminho e outro. São pequenas histórias, todas importantes, que juntas contam uma grande história. Isso, a meu ver, justifica uma saga/trilogia.

Mas apesar do grande número de sagas que têm sido lançadas, são poucas as que se configuram dessa forma. Vejo que, em sua maioria, as histórias são meramente esticadas para preencher três livros. O autor escolhe dois pontos para segmentá-la, recheia um pouquinho os pedaços e voilá! Trilogia à vista! Me chamem de chata se quiserem, mas nesse barco eu não entro.

Veja bem: eu não sou contra trilogias e sagas. Gosto de "Harry Potter", "Jogos Vorazes" e poderia citar outras. A questão não é ter que ler múltiplos livros para chegar ao fim da história. Eu não tenho medo de páginas. A questão é a história não pedir múltiplos livros para ser contada. Da maneira como eu vejo, se não há um número limite de páginas para um livro, por que segmentar uma história se ela não precisa (pelo contrário, às vezes até deve ser contada de uma única vez)? Ao invés de três livros de 250 páginas que esticam os acontecimentos mais do que o necessário, que se obrigam a contextualizar os livros anteriores e deixar ganchos para o leitor ficar ansioso pelo próximo livro, não seria melhor um livro único de, digamos, 500 ou 600 páginas que introduz, desenvolve e encerra a sua história sem se preocupar com enxertos de que ela não precisa? A mim parece que sim.

A pergunta que fica é: por que isso tem sido tão comum? Por que trilogias e sagas têm se proliferado tanto no mercado editorial enquanto livros stand alone (com começo, meio e fim em um único volume) têm se tornado espécimes em extinção?

Deixemos essa pergunta de lado por um instante e analisemos outras duas práticas editoriais que têm se tornado populares: os novos pontos de vista e os spin-offs. Um livro faz sucesso e bam! Lá vêm mais três ou quatro na sua cola. Lembra quando eu disse que avalio se uma história merece ser uma trilogia antes de começar a ler? Pois eu também avalio se vale a pena ler continuações e histórias derivadas. “Belo Desastre”, por exemplo. Gostei do primeiro livro, mas escolhi não ler a história recontada pelo ponto de vista de Travis Maddox. Por quê? Porque não importa o quão bom seja o personagem, parte do que me fez gostar do primeiro livro foi a imprevisibilidade do seu comportamento, algo que se perderia totalmente ao ver a história pelo seu ponto de vista. Então por que eu leria? Posteriormente, a autora lançou outro livro, focando no casamento dos protagonistas (transformando o que inicialmente era um stand-alone em trilogia) e ainda um spin-off focando nos irmãos de Travis, cada livro um irmão. Ou seja, uma história simples (menina se apaixona pelo bad boy, bad boy se regenera por amor a menina), com início meio e fim, se proliferou em 7 livros (considerando os que serão lançados até o início de 2016 nos Estados Unidos). Se pensarmos que é a mesma quantidade de volumes de Harry Potter, não parece absurdo?

Eu não estou implicando com “Belo Desastre” e suas sequências (repito, gostei do livro, apenas escolhi não ler os seguintes), estou meramente usando como exemplo porque, para mim, o esticar desnecessariamente uma história pode acontecer de outras formas além de dividi-la em múltiplos livros.

É claro que não se deve generalizar. Existem ótimas trilogias, existem histórias que merecem ser contadas por mais de um ponto de vista e existem histórias derivadas que são igualmente (às vezes até mais) interessantes que a original. "Doutor Sono", a continuação de “O Iluminado” é um bom exemplo. Quase trinta anos depois, Stephen King decidiu contar o que aconteceu ao menino que sobreviveu aos terrores do Hotel Overlook, mas “Doutor Sono” se firma em seus próprios pés e não precisa de “O Iluminado” para se sustentar. O mais importante: por anos, leitores no mundo inteiro se perguntaram o que teria acontecido com Danny e o próprio King revela que se fazia essa pergunta. Como resultado, “Doutor Sono” não só é muito bom como é até superior a “O Iluminado” em alguns aspectos. Isso porque é uma história que estava esperando para ser contada, que não se apagou com o passar dos anos, e não porque foi escrita para aproveitar uma moda.

O que eu quero dizer é: não é todo bom personagem que merece (ou precisa) ser trazido de volta. Na maioria das vezes seu papel já foi cumprido. O mesmo vale para a prática do outro ponto de vista. Não é toda boa história que merece (ou precisa) ser explorada sob mais de um ponto de vista. Certa vez me disseram que a primeira (e possivelmente mais importante) decisão que um escritor deve tomar é quem será o narrador da história, ou seja, sob que ângulo o leitor irá conhece-la. Se a história abrange múltiplos personagens, é claro que poderá ser contada por inúmeros pontos de vista. A questão é: isso é necessário? Citando outro livro que gosto muito, alguém concebe “Garota Exemplar” com qualquer outra narrativa que não Nick-Amy? A história poderia ser apenas pelo ponto de vista de Amy? Sim. Ou apenas pelo ponto de vista de Nick? Sim. Poderíamos ter um narrador imparcial em terceira pessoa? Sim. Seria a mesma história? Teria o mesmo impacto? Jamais. Um exemplo da nossa literatura agora: E se o narrador de “Dom Casmurro” não fosse Bentinho? E se Machado de Assis tivesse dividido a história entre o ponto de vista de Bentinho e de Capitu? Ou se tivesse lançado uma sequência (por sorte naquela época isso não era moda) sob o ponto de vista dela? Ainda discutiríamos e teríamos vontade de reler o livro tantas vezes caso ele o tivesse feito? Nem preciso responder. “Dom Casmurro” é o que é porque seu autor soube eleger a melhor forma de contar a história. E parou por ali. O mesmo vale para “Garota Exemplar”. Então por que hoje vemos tantas histórias ganharem uma segunda versão sob o ponto de vista de outro personagem? Elas trazem realmente algo de enriquecedor? Pensemos novamente em "Harry Potter". JK Rowling criou uma saga com incontáveis personagens carismáticos e seria tanto fácil quanto comercialmente lucrativo aproveitá-los para novos livros. Poderíamos ter a história pelo ponto de vista do Rony (que cresceu na era pós-Voldemort), da Hermione (que foi criada trouxa e depois ingressou no mundo bruxo), do Dumbledore (um dos maiores bruxos do mundo), do Snape (que jogou dos dois lados), do Voldemort (o bruxo das trevas). Poderíamos até mesmo ter outra saga contando como era o mundo quando Voldemort estava no controle. As possibilidades seriam infinitas. Mas a mesma autora que teve a visão de criar algo tão grandioso e especial quanto "Harry Potter" também teve a visão de saber que não devia inventar novas formas de contar uma história que ela já havia contado. Seria um material rico e teria público, mas se não acrescenta nada, para quê? Eventualmente, o leitor poderia até perder o carinho pela história original de tão enjoado que ficaria em vê-la se proliferar sem necessidade. É por isso que nessas situações eu me pergunto: “O que esse novo ponto de vista ou essa continuação vai acrescentar à história que já conheço?” Se a resposta não for satisfatória, deixo para lá e parto para outra.

Trilogias, sagas, spin-offs, novos pontos de vista são todos válidos, desde que tenham mesmo validade e não sejam apenas a extensão de uma história que não pediu para ser estendida. Desde que não existam apenas para fazer volume na estante, algo que um leitor crítico precisa reconhecer que muitas vezes é apenas isso que são.

Voltando agora àquela pergunta: por que tudo isso tem acontecido com tanta frequência? Por que uma mesma história tem sido esticada mais do que o necessário para render novos livros? A primeira resposta é óbvia: lucra-se mais. Se uma história virou trilogia, é quase garantido que venderá o triplo porque o leitor vai querer saber como ela termina. Se gostou dos personagens, vai querer sua companhia mais um pouquinho e vai desfrutar do outro ponto de vista. Então, comercialmente falando é fácil entender. Recentemente foi lançada uma nova versão de “Crepúsculo” em que o sexo dos personagens é invertido. Digo com toda a sinceridade que quando soube achei que era piada, algo típico de haters ou coisa do tipo, porque, a meu ver, nenhum autor em sã consciência faria isso com sua própria obra. Eis que eu estava errada, então a única explicação que me resta é que se visa o sucesso comercial.

Mas existe outro lado que me parece mais preocupante. Para o autor, continuar desenvolvendo uma mesma história é cômodo, imagino. Afinal ele já está familiarizado com os personagens e as relações entre eles, não precisa se preocupar com a sequência de acontecimentos, com o desfecho e as surpresas, porque tudo já foi definido. Parece mais fácil, provavelmente mais rápido de ver outro livro nas livrarias e sucesso praticamente garantido (pelo menos de vendas, se não, necessariamente, de recepção). Mas se for isso, então onde foi parar a criatividade? Onde foi parar o desafio de criar novas histórias que sejam tão cativantes quanto aquela primeira que fez tanto sucesso? Será que os autores sentem medo de não ver seus novos livros sendo tão bem recebidos e preferem ficar no que é garantido ao invés de arriscar? Mas onde está a graça nisso?

Como a temática do blog é a literatura, me aterei aos livros, mas quero dizer rapidamente que a mesma análise poderia se estender ao cinema e a TV, bastaria observar os milhares de remakes que têm sido feitos quando se poderia incentivar o público a conferir o original, afinal, filmes não tem prazo de validade e se é possível ler um livro publicado em 1800 por que não assistir um filme de 1960? As séries de TV têm sofrido o mesmo problema, ressuscitando grandes produções (como “24 Horas”, “Arquivo X”, “Gilmore Girls” e “Prison Break”) porque muitas das novas não se sustentam, nem empolgam, deixando saudade das antigas. De novo, cadê o desafio e a criatividade para novas histórias, sejam elas roteiros ou livros?

Já falei de quem cria, agora vamos a quem consome, porque nesse cenário ninguém é vilão e ninguém é mocinho. E quanto ao leitor? Por que insistir em continuar lendo a mesma história quando existem tantas outras esperando para serem descobertas? Será que é um medo extremo de sair da zona de conforto? Optar por continuar em uma história já conhecida, com personagens que já se sabe que gosta e uma narrativa que já se sabe que agrada, ao invés de aceitar o desafio de ler algo totalmente novo, com os riscos que isso traz? O livro novo pode ser chato, difícil, o desfecho pode decepcionar, o protagonista pode ser intragável. Mas isso tudo não faz parte do maravilhoso mundo da leitura? Muitas vezes vejo leitores dizendo que estão cansados de mais do mesmo, de tramas clichês, de mocinhas indefesas ou outros personagens caricatos. Mas de alguma forma isso tudo continua a se reproduzir nas prateleiras das livrarias, com outros títulos, outras assinaturas. Talvez essa sensação de esbarrarmos constantemente em mais do mesmo seja exatamente isso: o que está ocupando espaço nas livrarias nada mais é do que um pouco mais daquele mesmo. Apenas por um outro ponto de vista, esticado para caber em mais um livro ou dois. Mas ainda assim o mesmo. 

Esta conversa continuará em breve em outro post.

22 comentários:

Maurilei Teodoro disse...

Concordo totalmente em todos os pontos. Para muitos escritores, e dentre eles alguns até bem acima da média, o que importa mesmo é o lucro. Quem perde com tudo isso somos nós leitores. Excelente postagem !

bomlivro1811.blogspot.com.br

bomlivro1811.blogspot.com.br

Camila Monteiro disse...

Eu concordo com CADA sílaba do teu texto e a citarei no meu quando terminar. Estou escrevendo algo ben parecido sobre sagas. Como cansa né? Algumas são mesmo obrigatórias, mas outras (50 tons) fica clara a intenção de ganhar dinheiro ao máximo que puder.
Olha, nem tenho o que acrescentar. Seu texto é nota 20!!!! Parabéns
(Sim, tb preferi Dr. Sleep) hahahaha

>> Vida Complicada <<

Gabriela CZ disse...

Realmente Mari, quando se para pra pensar em tudo que envolve essa quantidade gigantesca de séries literárias sem motivo para existir dá até vergonha. E eu também achei de início que essa nova versão de Crepúsculo fosse uma piada. [rs] Mas tem quem compre e quem quer faturar em cima dessas pessoas. Enquanto ninguém muda, nos resta continuar com a peneira. Ótimo post.

Abraços!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

Karina Valshe disse...

Gostei do seu texto e posso dizer que concordo com tudo que disse. Não é de hoje que percebo o quanto séries e trilogias andam se tornando comuns, muitas vezes desanimo com uma história ao ver que ela vai se estender por mais de um volume e pior, quando ela não parece ter enredo para se estender tanto (algo que ocorreu recentemente, inclusive). A parte do lucro é uma das razões mais óbvias, vivemos em uma sociedade que se baseia nisso, mas é triste ver que a comodidade é outro fator que explica essa proliferação de séries e trilogias.
Spin-offs são para mim, muitas vezes desnecessários. Não entendo o motivo que leva a alguém escrever a mesma história por um ponto de vista diferente, acredito que é algo apenas válido quando algo a mais será acrescentado, caso contrário é apenas uma repetição. Quem me conhece sabe que prefiro a narrativa em terceira pessoa, não só porque ela não se limita a um único personagem, mas agora vejo que outro ponto a favor dela é que evita o surgimento de livros contendo a visão de outro personagem de forma desnecessária.
Muitos livros, principalmente romances, não precisavam ter suas histórias arrastadas. Muitas vezes é essa mania de expandir o que poderia ser contado em um único volume ou dois que estraga uma boa história. Creio que exemplos não faltam.
Infelizmente, esse tipo de situação se encontra em tudo, como você mesma disse, não se limita apenas aos livros. Isso é preocupante, sinto como se muitos autores estivessem desperdiçando seu potencial ao repetir algo que já é um sucesso, apenas pela garantia de ser novamente. Se um autor sente medo da má recepção ou críticas negativas para suas novas histórias (o que pode ser normal, mas o problema é quando se torna uma barreira para seguir em frente), como esperar crescer? Evoluir como escritor? O mesmo para o leitor, que ao se limitar a determinados gêneros e autores pode perder histórias incríveis. Acho que todos sofrem um pouco desse mal, a zona de conforto garante segurança, mas limita demais o imaginário.
Enfim, é um assunto bom a se discutir e refletir, ficarei a espera do próximo post.
Abraços

Denise Flaibam disse...

MENINA ME ABRAÇA, que texto incrível!
Você não citou, mas acho válido comentar sobre a Kiera Cass. A trilogia Seleção acabou de forma bem tosca, com o perdão da palavra, e não obstante, a mulher foi lá e continuou com mais dois livros sobre a filha do casal.
Não saber parar é uma situação que vem acontecendo com vários autores, isso me deprime :/
É só o livro fazer sucesso demais que 'puf', surgem umas 20 continuações que obviamente não deveriam existir. Séries e filmes têm dessas também; meu queridinho que é Piratas do Caribe tá nessas. A história ACABOU no 3, mas continuaram pra um 4 que foi... ruim. E agora vai ter um 5. Oremos.
Adorei o texto, bastante interessante e verossímil com a realidade.

Beijos,
Denise Flaibam.
http://www.queriaestarlendo.com.br/

Gustavo Gouveia disse...

Ameeeeei, Mari! Que texto maravilhoso! Concordo com tudo! (Bem... quase tudo, pq eu AMARIA se a Rowling lançasse spin-offs.. hehe).

www.cidadedosleitores.blogspot.com

Anônimo disse...

Olá Mari! Muito bacana tua postagem. E tenho que concordar sim com tua opinião. Fico impressionada com a quantidade de série e continuações no mercado, e isso é muito desestimulante para nos leitores, que muitas vezes deixamos de iniciar a leitura de alguma série por ter X de continuações e muitas delas serem “ pontos de vista” de outros personagens. Ou as vezes que ler resenhas das continuações para saber se é interessante ou não iniciar.

Diane disse...

Concordo com TUDO !
Também achei que era piada quando me contaram sobre a nova edição de crepusculo rsrs
Não curto muito livros estendidos , um exemplo é "Extraordinário" , gostei muito do primeiro livro , mas , aí eles lançaram tantos outros em cima dele que perdeu a graça ... Eu não compro ! Considero isso "roubar" dinheiro dos leitores .
Beijos

http://coisasdediane.blogspot.com.br/

Unknown disse...

Mari, concordo muito com sua opinião sobre as séries. Eu não gosto da proposta de Harry Potter, mas pelo o que ouço e leio sobre, a história parece mesmo necessitar de muitos livros para o seu desenvolvimento, assim como algumas outras séries. Entretanto, uma tempestade de séries vem surgindo há anos e se espalhando por todo o mundo, avacalhando todo o processo literário sem necessidade, muitos spin-offs desnecessários e afins. Hoje, confesso que prefiro muito os livros stand alone comparando as séries, mas não deixo de gostar de séries inovadoras e necessárias.

Ariane Gisele Reis disse...

Oie Mari =)

Eu falei sobre isso a algum tempo no blog (http://bit.ly/1XbrsWm), sobre essa necessidade de tudo virar trilogia, saga, série e cada vez ser mais difícil encontrar livros únicos.

Gosto de séries também, mas tem livros que o autor finaliza super bem e depois de um tempo por pressão da editora ou dos próprios leitores lança uma continuação e estraga toda a história.

Ótimo post!

Beijos;***

Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary


O Menino e O Livro disse...

Oi Mari!
Postagens como essa são muito interessantes! Você falou o que muita gente acha, só que meio que tem vergonha de falar. Adorei!
P.S.: Amei seu blog e já estou seguindo <3
Beijão,

Vinicius
omeninoeolivro.blogspot.com

Do Prefácio ao Epílogo disse...

Oi Mari!

Adorei seu post, e concordo com a maioria das coisas que você disse. Só discordo com o final... Eu sou aquela típica leitora que adora ter todos os livros de uma série comigo, eu acho que tenho um excesso de curiosidade hehe. Se um autor lança um livro, e lança outro depois (sendo continuação ou não), eu gosto de ler e ter comigo. Sempre me aventuro em livros e autores novos, mas não é só porque eu já conheço um autor ou suas personagens que eu vou deixar de ler. Se uma história de um tal autor me agradou, vou sentir vontade de ler outras obras dele, sendo continuação ou não.

Beijos,
Natália.

www.doprefacioaoepilogo.blogspot.com.br

Livros & Entretenimento disse...

Oi Mari, tudo bem?
Concordo com grande parte no que você disse, as séries são realmente uma forma de venda mesmo, mas algumas dão certo e nos apaixonamos a tal ponto que quando terminam queremos sempre mais.
Lindo blog! Estou seguindo. Beijão!

http://livrosentretenimento.blogspot.com.br/

Nadja disse...

Oi! Sagas e séries andam se multiplicando por aí mesmo e são tantas que costumo correr delas. Já li muitas séries sim, mas sempre quando a história se fazia necessário, na verdade não tenho problema se for continuação da história do livro anterior, contanto que me agrade e não seja apenas um punhado de palavras a mais. Dom Casmurro é um clássico com uma história intencional, digo, foi proposital aquele fim com aquelas dúvidas que ainda perambulam pela cabeça dos leitores e mesmo que fosse escrito hoje creio que Machado não optaria por dar continuações ou visões de outros personagens porque era certo que esse mistério é o que marca a trama, mas acho que os leitores pediriam muito porque percebo isso muito em alguns livros que eram únicos, mas com a insistência dos leitores, eles se multiplicaram. Uma pena!
Gostei do texto.

Sil disse...

Olá, Mari.
Estou te aplaudindo agora. Concordo com tudo o que você disse. Dinheiro é a questão. Eu me recuso a ler a mesma história sob o ponto de vista de outro personagem quando tenho tantos livros na fila para ler e tantas história novas para conhecer. Porque o autor(a), não fez isso da primeira vez que contou a história. Narrasse sob o ponto de vista dos dois ué. Acabei de ler Battle Royale, que tem 640 páginas, o autor poderia ter escrito 3 liros? Sim, mas sua intenção não foi comercial. Já cansei de ler séries e trilogias que poderiam ter sido contados em um único livro. Mas o lucro fala mais alto. E tem outra coisa que você não falou mas que me incomoda também, é relançar o livro com capa de filme. Aff.

Blog Prefácio

nines disse...

Oi, Mari.
Concordo totalmente com cada questão que você abordou no texto.
Me admira alguns autores concordarem com algo que transforma sua obra em algo tão comercial, muitas vezes enfocando no romance totalmente comercial, as vezes isso me irrita muito mais do que a multiplicação do que deveria ser um livro só. Também me irrito com algumas adaptações pro cinema, e principalmente quando mudam a capa do livro só pra vender mais.
Beijos,
Borboletas de papel

Caverna Literária disse...

Seu texto ficou muito bem escrito, e concordo totalmente com você. Existem obras que foram criadas já na intenção de serem uma série, enquanto outras se tornam somente por conta do sucesso, e não acho que isso seja algo bom. Acho tão desnecessários livros que tem segundo volume com pov de outro personagem, acaba sendo mais do mesmo, e concordo que também serve pra adaptações, como por exemplo os livros do Nicholas Sparks né, todo livro que sai vira filme, é esperado isso já, e às vezes nos sentimos na abstinência, aquele vazio de poder ler livros únicos, que aliás algumas vezes conseguem ser bem melhores que determinadas séries.

xx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
Tem resenha nova no blog de "Gelo Negro", vem conferir!

Inês Gabriela A. disse...

Olá,
Gostei do post, você disse coisas que estão na minha cabeça há muito tempo. Vou começar citando Para Sempre da Alyson, que se tornou uma série enorme que, na verdade, só faz encher linguiça na maioria dos volumes. Pra quê isso? Me parece que o valor comercial está se tornando mais importante do que escrever um bom livro, com uma história bem desenvolvida e de qualidade. Outra coisa que me incomoda são esses novos lançamentos que possuem a mesma história com outro ponto de vista, é como você diz, é válido, mas nem sempre. Às vezes me parece somente uma tentativa de lucrar mais em cima de uma história rentável.
Beijos.
Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

RUDYNALVA disse...

Sabe Mari!
Interessante sua conversa, porque pensava nisso ainda ontem...pensava como leitora. Por que ler livros tão 'batidos', com mesmo enredo e fórmula engessada, quando tenho tantos outros livros bons para ler?
Há um tempo decidi que só leria as séries se tivesse todos os exemplares em mãos, porque até esperar sair o próximo também cansa. A menos que seja estritamente necessário começaria uma série sem os outros exemplares...
Gosto de romances entretanto, tenho me saturado deles pela mesmice...
Quanto ao rendimento que as séries e filmes tem trazido, nem devemos questionar, é puro capitalismo e nós que esperamos o melhor do escritor, nos vemos presos em ciclos igualitários de uma mesma leitura sem criatividade e sem nenhuma inovação.
Quem perde? Nós leitores ávidos por novidades...
“Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.”(Millôr Fernandes)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Participem do nosso Top Comentarista, serão 3 ganhadores!

Eloísa Pompermayer disse...

Oláá Mari...
Sinceramente é o que venho falando, ultimamente tenho até um certo receio em começar a ler sagas e trilogias, justamente por essa questão, muitos sagas e trilogias poderiam fazer um grande sucesso e serem maravilhosas se fossem escritas em um volume único, mas como você falou pelo visto é mais comodo e lucrativo estender até onde der mesmo que isso transforme algo fantástico em desnecessário...
Fora essa insistência em transformar um livro em trilogia, também há questão dos autores que sabe-se lá porque cargas d'água insiste em transformar uma história avassaladora de 200 páginas em 400 onde 200 delas é monótonas e massantes, apenas para dar 'mais volume' já que na maioria perde-se em qualidade e conteúdo, É REVOLTANTE essa realidade!
Estou contente e aliviada por ler seu post e perceber que não sou a única que venho notando tal queda e como você falou não somente no meio literário, mas também no cinematográfico!
Concordo e apoio sua visão totalmente.
Abraçoos

Jovem Literário

Unknown disse...

Ótimo texto viu, parabéns. Falou tudo o que muito de nós pensamos a respeito de livros sobre a saga, trilogia que não interfere, nem acrescenta nada na original. E sem falar nessas trilogias que o autor se perde no final, começa aquela maravilha e termina com meleca, não tem mais o que escrever e vai estendendo, estendendo, até ficar perfeito para nós leitores, daí depois da trilogia vem, o livro pela visão de não sei quem, etc. Em minha opinião é puro marketing! (Claro que há exceções, histórias que se estendem e vão indo além).

Lívia-Michele-Rose disse...

Olá!!
Parabéns pelo texto, meu desejo ao terminar a leitura dele é que todo mundo lesse ele, principalmente os autores pra que eles saibam que não estamos felizes com essa modinha, só somos na maioria das vezes obrigados a comprar o próximo volume porque precisamos saber o final, mas isso não nos agrada é chato e não sei se eles acham que somos ingênuos mas não somos nos sabemos que a historia poderia muito bem ser contada em um único volume e sabemos também que eles só querem lucrar com isso. E acho muito mais muito desnecessário a historia ser contada de novo no ponto de vista de outro personagem, não entendo o que levam os leitores a lerem esses livros gente serio eu não consigo e queria muito que eles lessem esse texto e refletissem um pouco porque a vida é tão curta que não da pra ler todos os livros bons do mundo e algumas pessoas leem o mesma historia de novo.
Bjocas!!

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