terça-feira, 29 de outubro de 2019

RESENHA: Noah foge de casa

john boyne noah foge de casa
John Boyne é um dos raros autores que possui talento para escrever para todas as faixas etárias. E independentemente do público alvo da obra, Boyne sempre consegue encantar seus leitores com estórias profundas e significativas. Assim, mesmo não me interessando tanto assim pela premissa de Noah foge de casa, confiei cegamente no potencial do autor.

Noah é um garoto de oito anos que foge de casa em busca de aventuras, da chance de conhecer o mundo. O que ele não esperava era encontrar uma loja de brinquedos mágica no caminho, nem conhecer seu velho dono. Os dois acabam compartilhando suas lembranças, dos melhores aos piores momentos de suas vidas. 

O início da leitura de Noah foge de casa não me prendeu e, por conta de alguns elementos mais fantasiosos, minha sensação era de estar lendo o roteiro de um filme da Disney. Confesso que cheguei até mesmo ao ponto de criar teorias, sem saber se o protagonista tinha uma imaginação fértil ou algum transtorno mental. A verdade, contudo, é muito mais simples: Noah foge de casa é uma fábula. 

O ponto alto do livro certamente é a relação entre Noah e o dono da loja de brinquedos: eles são pessoas em fases completamente diferentes da vida, mas seu encontro revela importantes lições para ambos. Aos poucos eles vão se abrindo, revelando seus segredos, dialogando sobre suas dores e arrependimentos. De uma forma lúdica, Boyne mostra que a cura das feridas da alma vem através da conversa. 

"— Só que a vida é breve, Noah, e devíamos passar a maior parte do tempo que pudéssemos com as pessoas que amamos." (BOYNE, 2011, p. 124)

Como esperado, mais uma vez o autor consegue abordar diversos temas relevantes, como amizade, relacionamentos e perda. A trama é simples, não apenas por ser um livro infantil, mas também para evidenciar a mensagem da fábula e fazer com que o leitor reflita sobre ela ao encerrar a leitura. 

Ao final, entendemos os motivos que levaram a fuga de Noah, além de descobrirmos a identidade do velho, o que me surpreendeu. Boyne se apropriou de um personagem universalmente conhecido e esculpiu-lhe novas facetas, comprovando mais uma vez a genialidade do autor. 

Apesar de ter sido uma leitura agradável, confesso que esperava mais de Noah foge de casa. Infelizmente, não me envolvi tanto com o protagonista, tampouco com sua jornada, sendo que alguns aspectos da obra me pareceram um tanto previsíveis. Um livro que recomendo apenas aqueles que já são fãs dos autores, mas que não deve ser a porta de entrada para a obra de Boyne. 

Autor: John Boyne
Título: Noah foge de casa
N.º de páginas: 194
Editora: Companhia das Letras
Exemplar cedido pela editora

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10 comentários:

Rubro Rosa disse...

Gosto demais do trabalho do autor e concordo contigo, ele pode passear por diversas fases em matéria de idade, que acaba no final, atingindo todas!
Ainda não tinha lido ou visto nada a respeito deste livro,mas gostei muito de tudo que li acima, mesmo com esses pontinhos negativos sobre faltar alguma coisa(ao menos, senti isso)
Histórias assim de amizade entre duas pessoas tão distantes na idade, acabam sempre por apresentar lições de vida valiosas e sim, o livro vai para a lista dos desejados!!!
Beijo

Rubro Rosa/O Vazio na flor

Rayssa Bonai disse...

Olá! ♡ Ainda não li nada do autor, mas admiro muito o seu trabalho, não é qualquer um que consegue escrever para públicos diferentes das mais variadas idades e manter a qualidade.
Achei interessante a trama, apesar de bem simples, ela parece conseguir passar a mensagem esperada, cumprindo seu papel ao tratar de temas importantes e relevantes e fazer o leitor refletir sobre os mesmos.
Acho que é um livro que pode funcionar para mim, espero um dia fazer sua leitura e tirar minhas próprias conclusões ♡
Beijos!

Luana Martins disse...

Oi, Alê
Não li nada do autor por enquanto, mas admiro ele por conseguir escrever para vários públicos e mesmo assim consegue abranger todos com qualquer livro.
Mesmo com as ressalvas é uma leitura que trás pensamentos, reflexões sobre a vida. E o melhor de tudo diálogo com criança e uma pessoa de idade.
Eu adoro quando tenho oportunidade de conversar com pessoas de idade, como não tenho mais avós vivos sinto falta dessa conversa com a experiência, ensinamentos. Eles ao seu modo são sábios.
Quero ter chance de ler, beijos.

Rayane B. de Sá disse...

Oiii ❤ Nunca li nada do John Boyne, mas tenho vontade de conhecer a escrita do autor. Esse livro parece uma graça, apesar de ser um livro mais voltado para crianças, ele parece encantar adultos também.
Gostei que a obra traz reflexões conforme os personagens vão se abrindo um com o outro e que também trate de temas importantes.
Fiquei realmente curiosa para saber o que fez Noah sair de casa e qual personagem tão conhecido o velhinho é.
Gostaria de fazer essa leitura.
Beijos ❤

Gabriela CZ disse...

Tenho vontade de ler esse livro, Alê. Me parece ser fofinho e reflexivo. E o fato de ser reflexivo, nesse caso, acho que não me incomodaria. Ótima resenha.

Beijos!

RUDYNALVA disse...

Alê!
gosto muito de livros mais infantis, ainda mais como esse que é uma fábula e traz grandes ensinamentos, fala de amizade e relacionamentos e deve trazer grandes reflexões.
Uma pena o livro não ter funcionado para você, mas espero que pelo mennos algo de bom tenha ficado com a leitura.
cheirinhos
Rudy

Ana I. J. Mercury disse...

Oi, Alê
Li ele ano passado e foi o único que não gostei do John Boyne.
Achei bem arrastado e chato, mas o final foi surpreendente mesmo!
Bjs

Marta Izabel disse...

Oi, Alê!!
Acredita que ainda não li nada do John Boyne?! Pois é mais ainda quero muito ter oportunidade de ler do autor O menino do pijama listrado.
Bjs

Fabiolla Devenz disse...

Não sou de ler fábulas, mas esse parece ser um livro que trás várias reflexões (algo característico do gênero).
Fiquei com a impressão que a leitura se torna leve e bem agradável.

Giovanna Talamini disse...

Oi!
Me pareceu um livro leve de primeira, mas se for começar a refletir mais sobre a narrativa, acaba ficando pesado. Acho que foi isso que mais me despertou interesse em ler.

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