terça-feira, 8 de novembro de 2011

Raphael Draccon na 25ª Feira do Livro de Passo Fundo

Devo dizer que nunca fui um entusiasta da Feira do Livro de Passo Fundo. Segue meu raciocínio: poucas livrarias (sim, em Passo Fundo, a suposta Capital Nacional da Literatura), descontos irrisórios (sim, também prefiro comprar no Submarino), e autores que não fizeram meu coração parar (alguém pode me explicar porque convidar tantos psicólogos/psicoterapeutas?). Como você pode ver, a combinação não estava muito atraente.

Todavia, da lista de escritores um nome me pareceu familiar. Raphael Draccon. Em seguida descobri que ele era o autor da trilogia Dragões de Éter, livro que eu, inclusive, já havia “esbarrado” no Submarino. Então fui reler a sinopse do livro, e devo confessar que não me chamou a atenção. Meu primeiro pensamento foi: “Que viagem.”. 

Mas, sendo um leitor que aprecia algumas obras da literatura fantástica (leia-se: O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Gelo e Fogo), achei que deveria, ao menos, dar uma chance. Sábia decisão.

Então, na sexta feira, 04 de novembro, primeiro dia da Feira do Livro, por volta das 14h, lá estava eu, para um Bate Papo com Raphael Draccon. Obviamente, considerando o horário, o local estava infestado de crianças. E não somente crianças (ou pré-adolescentes, se você preferir), mas crianças daquele tipo que não consegue ficar quieta ou em silêncio por um segundo que seja.

Minha primeira surpresa: nem cinco minutos de bate papo, e o autor conseguiu capturar a atenção do público infanto-juvenil (e do restante também, lógicamente). “Ok, um feito e tanto” pensei com os meus botões. Em seguida, Raphael começou a contar sua jornada: da origem humilde a tentativa de gravar um filme baseado no livro O Futuro da Humanidade, de Augusto Cury. Ainda, compartilhou como era ser “um escritor estreante de literatura fantástica no Brasil”, desacreditado por muitos, mas que se tornou um fenômeno editorial, superando a marca de setenta mil cópias vendidas no Brasil.

Tenho que confessar que o escritor que há em mim ficou fascinado com a estória de vida dele. E este mesmo escritor não pode deixar de apreender, afinal, ouvir um escritor de sucesso dizer que não acredita em inspiração foi um choque, de certo modo. O raciocínio dele é que se você é um escritor, tem que produzir assim como em qualquer outro trabalho. Só para ter uma idéia: depois que a estória foi criada, a meta dele era escrever, no mínimo, dez folhas por dia. Ou seja, em dois meses você teria um livro de mais de quinhentas folhas. O meu pensamento seguinte foi: “Quer dizer que ele teria escrito o meu primeiro (e único) romance policial em oito dias, e não em dois anos?”.

Sei que irá parecer um clichê terrível, mas as palavras da vez, mesmo que não ditas, foram esforço e superação. Ou então, dito de outra forma: fui tremendamente inspirado e motivado com a trajetória dele.

Final da estória: quem me conhece sabe que eu não iria embora sem o primeiro volume da série Dragões de Éter, Caçadores de Bruxas, em mãos, certo? Sim, depois do bate papo me senti obrigado a comprar o livro, mesmo que a sinopse não tivesse me atraído muito. E o resumo da ópera? Sexta feira a noite, quando decidi ler um pouquinho do livro, só para ver como era, acabei lendo cinqüenta páginas de uma vez só. Ou seja, acho que tenho em mãos um péssimo livro para ler em época de provas na faculdade. Mas, farei um esforço para terminar o livro em breve e, assim que possível, a resenha será postada. Aguardem!

Fotos: Marina de Campos

3 comentários:

Gabriele disse...

Também assisti a palestra e fiquei bem surpresa. Ele realmente tem uma história muito inspiradora, e conseguiu captar a atenção da maioria do pessoal (infelizmente, não conseguiu captar a de dois molequinhos que estavam na minha frente com um celular... que estresse). Estou super curiosa para ler Dragões de Éter, infelizmente estava sem verba nenhuma :( mas pretendo ler assim que der.
Mas compartilho também da crítica aos descontos na feira... Meio deprimente.

Gabriele disse...

Ah, e sobre a crítica a tantos psicólogos... Eu até me animaria com isso (estudo psicologia) mas o problema é que a maioria na verdade é autor mais auto-ajuda... Daí me desanima hehe não curti o tema desse ano.

Alexandre Koenig de Freitas disse...

Dá uma olhada no submarino... Se não me engano o box da série está por R$ 59 (super em conta considerando quanto eu paguei por um livro na feira)..
E só para deixar claro: meu problema não é com os psicólogos em si, mas com a ausência de autores interessantes da literatura brasileira...
Ainda, acho que áreas tão específicas não atraem mto ao público.

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